28 de Marco de 2024 - Ano 10
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30/03/2015

“Joaquim Levy uni-se aos 90% de brasileiros que desaprovam o governo Dilma”, diz Arthur Virgílio Bisneto

Foto: Divulgação

Deputado Arthur Virgílio Bisneto: “Sem o ministro Joaquim Levy, a palavra do governo federal em relação ao mercado financeiro é nula"

O líder do Bloco de Oposição, em exercício, deputado federal Arthur Virgílio Bisneto (PSDB-AM), disse, durante pronunciamento na tribuna do plenário da Câmara Federal, em Brasília, nesta segunda-feira (30), que as declarações do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, tecendo críticas ao governo Dilma, têm grande peso e medidas precisam ser adotadas. O tucano pediu que Levy “endireitasse o PT”, dando uma direção para o Brasil sair da crise econômica.

 

“O ministro Levy, neste momento, uni-se aos 90% de brasileiros que desaprovam este governo. É fato que mesmo os governantes mais corruptos ou corruptas têm no fundo o desejo de acertar à frente das suas administrações, isso é óbvio. O que estranha e o que nos dá a exata sensação de que este governo não se governa é a certeza de que um ministro, que assim como a população brasileira, entende que realmente este governo não procura os caminhos certos, para agir na crise que nós passamos na economia, por exemplo, para agir na hora de defender a Petrobras, ao invés de proteger as pessoas de cunho pessoal e partidário como o senhor Vaccario. O governo federal mais uma vez derrapa”, afirma o tucano.

 

O pronunciamento do líder foi motivado pela declaração “impensada”, na última terça-feira (24), do ministro Levy, que em mais uma ocasião criticou a presidente Dilma, durante evento a portas fechadas, em São Paulo, ao afirmar que “acho que há um desejo genuíno da presidente de acertar as coisas, às vezes não da maneira mais fácil, não da mais efetiva, mas há um desejo genuíno”. Ele destacou que essa não é a primeira vez, mas a quinta que o titular da Fazenda critica o governo.

 

“É impressionante que o ministro que é, sim, a figura central da política econômica do novo governo Dilma não possa, em hipótese nenhuma, ser demitido apesar de todas as falas. Essa não é a primeira, é a quinta. Todas as falas que derraparam e foram corrigidas por alguém do governo ou ele teve à época a atenção chamada pela presidente da República. Ministro Levy já declarou, em 22 de janeiro, na Suíça, que nós podemos ter um trimestre de recessão, isso não quer dizer nada em relação ao crescimento. A chefe não gostou. Levy tentou corrigir-se, admitiu que o termo correto era recessão, mas não era de recessão, era de contração. Dois dias depois, em entrevista a um jornal inglês, Levy derrapou dizendo que o seguro-desemprego é completamente ultrapassado. Dilma voltou a exigir que o ministro desmentisse e Levy mandou dizer aos jornalistas que o que havia dito tivera como objetivo ampliar o debate para aperfeiçoar o programa. Em 28 de fevereiro, ao discutir o programa de desoneração da folha de pagamento adotada por Guido Mantega, o ministro que o antecedeu. Levy comentou que “você aplicou um negócio que era muito grosseiro. Essa brincadeira nos custou 25 bilhões por ano". Mais uma vez foi repreendido, Levy afirmou que fora infeliz e coloquial demais. Em 16 de março, dia seguinte às manifestações contra o governo, Levy disse que o capitalismo do Estado é incompatível com a democracia. Dilma, a chefe de Levy, mais uma vez, defensora do capitalismo, produziu artificialmente as gigantes nacionais com o dinheiro do BNDES”, aponta.

 

Arthur Virgílio defende ainda uma manifestação clara do governo federal sobre as declarações do ministro Levy. “Sem o ministro Joaquim Levy, a palavra do governo federal em relação ao mercado financeiro é nula. O governo federal tem na palavra de Joaquim Levy o seu grande fiador. Portanto, a presidente da República tem que escolher o melhor caminho a traçar. O ministro não falou por maldade, mais repressão mais uma vez foi mínima, já que numa hora como essa não tem que ser o ministro Mercadante a chamar a atenção de a, b ou c, mas a sua chefe de puxar para si a responsabilidade da correção dos problemas da crise econômica que vem assolando este país. Nós estamos passando por uma recessão grave, inflação acima de 8%, PIB negativo, juros acima de 13% ao ano, essa é a previsão de mercado para o ano de 2015. Portanto, que o governo de uma vez por todas tire da responsabilidade da população uma responsabilidade que é sua. Para se ter uma ideia, 84% dos recursos que serão cortados, podemos dizer assim, no ajuste fiscal, tem a previsão de sair do bolso do brasileiro. Somente 14% de cortes serão provenientes de cortes do governo federal”, declarou, acrescentando que uma possível demissão de Levy seria uma evidente demonstração do desgoverno de Dilma.

 

“Presidente Dilma Rousseff, por favor corrija o seu ministro, mas ministro Joaquim Levy corrija o PT, corrija a economia brasileira, dê um norte para que o Brasil saia desta crise. Cumpra sua função, você que é o único ministro deste país que não pode ser demitido, porque um demissão sua seria a demonstração clara deste desgoverno, de um governo que não tem condições de assumir uma palavra perante a população brasileira. Era o que eu queria dizer, desejando sorte ao ministro, sorte para a presidente da República e um pouco mais de cuidado com o bolso, com o coração e com a vida da população brasileira”.
 

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