Marcelo Caetano defende regras iguais para aposentadoria de homens e mulheres
Ao defender regras de aposentadoria iguais para homens e mulheres, o secretário da Previdência, Marcelo Caetano, disse nesta terça-feira, em visita à Câmara, que, se o regime previdenciário no Brasil é considerado machista, "então o mundo inteiro é".
A declaração foi dada ao ser perguntado se considerava o modelo brasileiro machista, por tratar de forma igual trabalhadores e trabalhadoras com particularidades diferentes.
— Proposta machista... se nós somos (machistas) então o mundo inteiro é, porque a questão da igualdade de idades você vê em vários outros países — respondeu o secretário.
Indo na mesma linha, Leonardo Rolim, ex-secretário da Previdência e consultor de orçamento da Câmara dos Deputados, afirmou nesta terça que o regime da Previdência não deve ser usado como um "prêmio" para compensar questões como o machismo no mercado de trabalho e a jornada dupla da mulher.
Segundo ele, mesmo que a mulher gaste em média mais horas em trabalhos domésticos do que o homem, ela vive mais, e por isso não seria viável "dar um prêmio" a ela, deixando que ela se aposente mais cedo.
— A Previdência não é a caixa de solução de todos os problemas do Brasil. A gente costuma no Brasil usar a Previdência como um prêmio para resolver os outros problemas: 'Se há o machismo e a mulher trabalha mais horas em casa que o homem, vamos dar um prêmio aposentando a mulher mais cedo'. Não faz sentido já que ela vive mais — afirmou Rolim, citando como exemplo o caso de uma professora, que se aposenta, segundo ele, "quando está no auge".
Para ele, não se pode usar a Previdência para compensar desigualdades históricas no Brasil, o que deve ser feito, defende ele, através da educação.
— Em qualquer lugar do mundo a Previdência é um instrumento de proteção social, não de redução de desigualdade. Tem que investir muito mais em educação em vez de usar a Previdência como forma de compensar desigualdades sociais no Brasil — afirmou o consultor.
Agência O Globo