20 de Abril de 2024 - Ano 10
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23/07/2014

Confira as 12 convocações surpreendentes de Dunga; as apostas do novo tecnico, nem sempre vencedoras, na seleção

Foto: Reprodução

Entre 2006 e 2010, treinador conquistou títulos, mas foi bastante contestado

Em sua primeira passagem pela seleção brasileira, entre 2006 e 2010, Dunga recebeu a missão de implantar ordem em uma equipe marcada por sua displicência na Copa do Mundo da Alemanha. Foram-se os medalhões – Cafu, Roberto Carlos, Ronaldo, entre outros – e ganharam espaço jogadores menos brilhantes, porém disciplinados e, sobretudo, eficientes. Os resultados foram bons: em 60 partidas, 42 vitórias, doze empates e seis derrotas, com aproveitamento de 76,6% dos pontos e dois títulos conquistados, a Copa América de 2007 e a Copa das Confederações de 2009 - além da medalha de bronze na Olimpíada de Pequim-2008. Vitórias sobre Argentina e Itália elevaram o moral de Dunga, que jamais havia trabalhado como treinador, mas isso não o livrou de críticas, sobretudo em relação a vários convocados.

 

Em quatro anos, Dunga apostou em jogadores pouco badalados. Alguns se sobressaíram, como Elano e Luis Fabiano, mas outros, como Afonso Alves, Vagner Love e Josué, pouco fizeram pela seleção. Houve ainda casos de jogadores que caíram no ostracismo após serem convocados (alguns nem chegaram a jogar, como Gladstone, Morais, Bobô e Jonatas). Dunga ainda foi criticado por não apostar em promessas, àquela época, como os jovens Neymar (tinha 18 anos em 2010) e Paulo Henrique Ganso, e dar preferência a jogadores com muito menos destaque na Copa da África do Sul, como Grafite e Kleberson.


Dos convocados por Dunga em 2010, apenas cinco estiveram no Mundial deste ano (Júlio César, Maicon, Daniel Alves, Thiago Silva e Ramires) e alguns na faixa dos 30 anos, chamados por Dunga, sequer foram cogitados por Luiz Felipe Scolari – Diego Ribas, Anderson, Rafael Sóbis, Richarlysson, entre outros. O relacionamento tumultuado com parte da imprensa também foi uma das marcas de Dunga em sua primeira passagem, que terminou após a derrota para a Holanda, nas quartas de final do Mundial.

 

Mas Dunga também teve acertos, como por exemplo chamar Luis Fabiano, Elano e Júlio Baptista, peças-chave no seu esquema mas pouco aproveitados na gestão de Carlos Alberto Parreira. Dunga ainda abriu mão de Ronaldinho Gaúcho e Adriano, dois remanescentes do Mundial de 2006, que deixavam a desejar como profissionais dentro e fora de campo. Kaká e Robinho assumiram a responsabilidade de dar a qualidade técnica necessária a uma equipe baseada em disciplina tática e solidez defensiva. O goleiro Júlio César e o volante Felipe Melo também tiveram atuações acima da média, mas ficaram marcados por suas falhas na eliminação contra os holandeses - Júlio César saiu mal no primeiro gol e Felipe Melo foi expulso depois de pisar na perna de Robben.

 

Convocações surpreendentes de Dunga

 


Afonso Alves


Posição: atacante
Idade: 33 anos
Clube atual: sem clube
O atacante Afonso Alves era praticamente anônimo entre os torcedores brasileiros quando recebeu uma chance na equipe de Dunga, em 2007. Artilheiro do campeonato holandês pelo modesto Heerenveen, o jogador participou do título da Copa América de 2007, na reserva de Vagner Love. Negociado ao Middlesbrough, Afonso não teve sucesso e ficou de fora dos planos do treinador. Revelado no Atlético-MG, ele passou os últimos anos em clubes do Catar, onde voltou a cair no esquecimento. Atualmente, Afonso está desempregado.


Grafite


Posição: atacante
Idade: 35 anos
Clube atual: Al-Ahli (Emirados Árabes Unidos)
Grafite era um atacante bastante respeitado na Alemanha, onde conquistou foi artilheiro e conquistou o título nacional pelo Wolfsburg, em 2008. Na seleção brasileira, no entanto, o ex-jogador do São Paulo havia recebido poucas chances, até o início de 2010, quando Dunga o convocou para um amistoso contra a Irlanda, pouco antes da Copa. Com apenas 27 minutos em campo, Grafite deu uma assistência e ganhou uma vaga entre os 23 que foram à África do Sul. No Brasil, muitos pediam a convocação do santista Neymar, então um jovem talento de 18 anos.

 

Kleberson


Posição: volante
Idade: 35 anos
Clube atual: Indy Eleven (EUA)
Revelado no Atlético-PR, Kleberson se consagrou na conquista do pentacampeonato em 2002. No entanto, após passagens apagadas pelo futebol europeu, o jogador retornou ao Brasil e não vinha sendo convocado. Em caso semelhante ao de Grafite, Kleberson, que era reserva do Flamengo em 2010, foi uma das surpresas da convocação de Dunga para a Copa. De lá para cá, o jogador passou pelo Bahia e atualmente disputa a segunda divisão dos Estados Unidos.


Jonatas


Posição: volante
Idade: 32 anos
Clube atual: Icasa
O volante Jonatas se destacou na conquista da Copa do Brasil de 2006 pelo Flamengo e, no mesmo ano, foi lembrado na primeira convocação de Dunga. Apesar de não ter atuado, o jogador foi imediatamente negociado ao Espanyol, da Espanha, onde permaneceu por quatro temporadas. De volta ao Brasil, passou ele por Flamengo, Botafogo e Figueirense, antes de ver sua carreira desmoronar. Aos 29 anos, Jonatas chegou a encerrar a carreira precocemente, alegando problemas familiares. Em 2014, após três anos parado, ele voltou a jogar pelo Icasa, do Ceará.


Jonatas


Posição: meio-campista
Idade: 31 anos
Clube atual: Pelotas Futsal
Assim como Jonatas, o meia gaúcho Daniel Carvalho viu sua carreira ruir depois de ser convocado para a seleção brasileira. Foi ele quem marcou o primeiro gol da primeira Era Dunga, em amistoso contra a Noruega, em Oslo. Ele, no entanto, não conseguiu se firmar na equipe e após sete temporadas no futebol russo, retornou ao Brasil completamente fora de forma – culpou o uso de anabolizantes no CSKA de Moscou. Muito criticado em suas passagens por Atlético-MG, Criciúma e Palmeiras, Daniel Carvalho abandonou os gramados aos 30 anos e, atualmente, joga futsal pela equipe de Pelotas.


Vagner Love


Posição: Atacante
Idade: 30 anos
Clube: Shandong Luneg (China)
Vagner Love foi titular da seleção brasileira na Copa América de 2007 e, apesar do título, foi bastante criticado por sua má pontaria – marcou apenas um gol em todo o torneio. Com atuações irregulares, viu o concorrente Luis Fabiano assumir a camisa 9 e não foi mais convocado. Após passar por Palmeiras e Flamengo, preferiu viver uma vida luxuosa na Rússia e na China.


Gladstone


Posição: Zagueiro
Idade: 29 anos
Clube: Cabofriense
Revelado pelo Cruzeiro, o zagueiro Gladstone ganhou chances na seleção brasileira no início do trabalho de Dunga, em 2006. Na época, ele integrava a seleção olímpica e foi testado pelo treinador. Após passagens por Palmeiras, Náutico, Portuguesa e clubes da Europa, Gladstone jamais se firmou como um grande defensor.


Doni


Posição: goleiro
Idade: 34 anos
Clube: aposentado
Com passagens por Corinthians, Santos, Roma e Liverpool, entre outros, Doni nunca foi uma unanimidade entre os torcedores, mas mostrou serviço como titular na conquista da Copa América de 2007 e ganhou a confiança de Dunga. Foi reserva de Júlio César na Copa de 2010. Em 2013, decidiu deixar o Liverpool, da Inglaterra, para encerrar a carreira no clube que o formou, o Botafogo-SP. No entanto, teve problemas cardíacos diagnosticados e decidiu parar precocemente aos 32 anos.


Richarlyson
Posição: lateral-esquerdo ou volante
Idade: 31 anos
Clube: Vitória
O polivalente Richarlyson era um dos destaques do campeão brasileiro São Paulo quando recebeu uma chance do técnico Dunga, em 2008. A história na seleção brasileira, no entanto, durou apenas duas partidas. Ele chegou a receber propostas de clubes europeus, mas permaneceu no São Paulo, onde passou a ter problemas com a torcida organizada. No Atlético-MG, foi campeão da Libertadores, mas jamais teve seu nome cogitado novamente na seleção nacional. Atualmente, joga no Vitória.


Michel Bastos


Posição: lateral-esquerdo
Idade: 30 anos
Clube: Roma (Itália)
Mesmo sem ter conquistado grandes feitos em sua carreira, o lateral Michel Bastos foi o titular da lateral-esquerda na Copa do Mundo de 2010. Após a derrota para a Holanda, nunca mais foi convocado e rodou por clubes de França, Alemanha eEmirados Árabes. Atualmente, joga na Roma, sem grande destaque.


Josué


Posição: volante
Idade: 35 anos
Clube: Atlético-MG
Josué foi outro nome bastante contestado no meio-de-campo da seleção na Copa de 2010. Após boas passagens por São Paulo e Wolfsburg, o jogador revelado no Goiás chegou à seleção brasileira sob o comando de Dunga, um especialista na posição. Josué, no entanto, recebeu poucas chances na equipe nacional e retornou ao futebol brasileiro com o moral baixo.


Carlos Eduardo


Posição: meio-campista
Idade: 27 anos
Clube: Rubin Kazan (Rússia)
Execrado pela torcida do Flamengo na última temporada, o meio-campista Carlos Eduardo recebeu chances de Dunga quando atuava pelo Hoffenheim, da Alemanha. Após brilhar em seu ano de estreia na Europa, o meia canhoto entrou em decadência ao se transferir para o Rubin Kazan, da Rússia, para onde retornou após seu inferno astral no Flamengo em 2013.


Os jogadores que foram bem


Kaká


Kaká foi o craque da Era Dunga, ainda que tenha passado boa parte do tempo lesionado. Respeitado por todos os colegas, o meio-campista chamou a responsabilidade em momentos decisivos e foi o líder que Dunga não encontrou em Ronaldinho Gaúcho ou Adriano. No Mundial, Kaká esteve longe das condições físicas ideias e não conseguiu evitar a eliminação contra a Holanda.


Júlio Baptista


Em suas primeiras convocações, o meia Júlio Baptista foi tão contestado como Daniel Carvalho, Carlos Eduardo e outros nomes da posição que não vingaram. O corpulento jogador, no entanto, conseguiu se firmar, com atuações convincentes e gols decisivos, como o marcado diante da Argentina, na final da Copa América de 2007.


Elano


O meio-campista foi o retrato fiel da eficiência da equipe de Dunga. Muito disciplinado taticamente, Elano decidiu diversas partidas, sobretudo na qualidade de sua bola parada. No Mundial de 2010, Dunga se viu perdido quando o seu camisa 7 se lesionou e ficou de fora da fase final. Sem Dunga, Elano não conseguiu repetir as boas atuações e, atualmente, é reserva do Flamengo, último colocado do Brasileirão.


Robinho


O atacante revelado no Santos é presença constante na seleção brasileira desde 2003, mas só conseguiu manter uma regularidade durante a época em que Dunga foi o treinador. Eleito o craque da Copa América de 2007, da qual foi o artilheiro com seis gols, Robinho foi titular e um dos líderes do time até o Mundial da África do Sul. Ainda que exagerasse nas firulas, o rápido atacante se mostrou bastante confiável e eficiente durante este período. Na eliminação contra a Holanda, foi Robinho quem marcou o gol brasileiro. Após a saída de Dunga, perdeu espaço nas passagens de Mano Menezes e Felipão.


Luis Fabiano


Antes do atacante do São Paulo, Dunga havia testado outros jogadores na posição, como Vagner Love, Ricardo Oliveira e até Afonso Alves. No entanto, dois gols de Luis Fabiano na vitória por 2 a 1 sobre o Uruguai, no Morumbi, nas Eliminatórias, iniciaram a trajetória do artilheiro da Era Dunga. Ao todo, Luis Fabiano marcou 22 gols sob o comando do treinador e foi o dono absoluto da camisa 9. Entre suas jogadas mais recordadas, estão os dois gols na decisão da Copa das Confederações, contra os Estados Unidos, uma bola por cobertura contra a Argentina, em Rosário, e o controverso gol diante da Costa do Marfim, na Copa de 2010. No lance, o jogador deu dois chapéus, mas utilizou o braço, antes de marcar.


Era Dunga (2006-2010)


Jogos: 60
Vitórias: 42; Empates: 12; Derrotas: 6
Jogadores que mais atuaram:
Gilberto Silva: 54 partidas; Robinho: 53; Maicon: 51
Artilheiros:
Luiz Fabiano: 22 gols; Robinho: 21; Kaká: 14
Estreia:
Noruega 1 x 1 Brasil, Oslo, 16/8/2006 (amistoso)
Despedida:
Brasil 1 x 2 Holanda, Port Elizabeth, 2/7/2010 (quartas da Copa de 2010)
Principais vitórias:
Brasil 3 x 0 Argentina, Londres, 3/9/2006 (amistoso)
Brasil 6 x 1 Chile, Puerto La Cruz, 7/7/2007 (Copa América)
Brasil 3 x 0 Argentina, Maracaibo, 15/7/2007 (Copa América)
Brasil 6 x 2 Portugal, Brasília, 19/11/2008 (amistoso)
Uruguai 0 x 4 Brasil, Montevidéu, 6/6/2009 (Eliminatórias)
Brasil 3 x 0 Itália, Pretória, 21/6/2009 (Copa das Confederações)
Argentina 1 x 3 Brasil – Rosário, 5/9/2009 (Eliminatórias).


Fonte: veja.abril.com.br
 

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