20 de Abril de 2024 - Ano 10
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Mulher
16/08/2014

O estilista americano Marc Jacobs lança linha de maquiagem no Brasil

Foto: Reproduçao

Do estilo Grunge à nudez: Marc Jacobs é o estilista americano mais influente do mundo

Em 1992, Marc Jacobs era o jovem e promissor diretor de criação da Perry Ellis, um clássico do casual wear americano. De olho nos fenômenos culturais para além do mundo da moda, ele percebeu o potencial estético da cena musical de Seattle, criando uma coleção inspirada pelo grunge para a primavera-verão de 1993. Na passarela, camisas de flanela xadrez sobrepostas por longos com estampa floral e suéteres de cashmere — visual complementado por botas Doc Marten. Resultado? Ele e o parceiro Robert Duffy foram demitidos pela marca.

 

O desfile, hoje considerado um dos momentos mais importantes da moda nos anos 90, antecipou a febre grunge que tomou conta do mundo logo em seguida. No mesmo ano, Marc Jacobs ganhou o prêmio do Council of Fashion Designers of America; foi eleito o melhor designer de moda feminina. Os burocratas da Perry Ellis devem estar se lamentando até hoje.

 

O resto é história: o talento para dar nova relevância cultural e comercial à moda o levou à Louis Vuitton, onde colecionou sucessos por 16 anos. O estilista gordinho com óculos garrafais transformou o próprio corpo, convertendo a si mesmo no melhor garoto-propaganda da grife Marc Jacobs, à qual ele se dedica exclusivamente desde o fim do ano passado. E há ainda a linha de maquiagem. E sua relação com as celebridades, a campanha de prevenção ao câncer, a relevância para a causa gay...

 

Celebridades improváveis estrelam campanhas

 

Desde que Maria Antonieta pisou pela primeira vez em Versalhes com os seus sapatinhos de salto alto, moda e celebridade nunca mais se desgrudaram. Marc Jacobs sabe disso, mas prefere construir ele mesmo as suas celebridades, optando por rostos controversos para estrelar as campanhas de sua marca homônima, quase sempre fotografadas pelo alemão Juergen Teller.

 

Marc Jacobs: Um dos maiores estilistas do mundo

 

Quando Victoria Beckham era chamada de cafona por meio mundo, ele a convidou para ser o rosto da Marc Jacobs, ironicamente a colocando dentro de uma sacola — mais vítima da moda, impossível. Universalmente criticada depois de trocar o figurino boazinha por uma persona rebelde, a cantora teen Miley Cyrus foi outra a cair nas graças do estilista. Winona Ryder, flagrada furtando uma loja, posou feliz entre caixas e caixas de roupas. Até a recatada Sofia Coppola, das primeiras musas do estilista, posou com os seios nus abraçada a um frasco de perfume.

 

Louis Vuitton, escapismo, e it-bags assinadas

 

Choque, escapismo, ironia, diversão. Marc Jacobs sabe do que o público gosta: “As pessoas não querem a realidade. Ou melhor, querem uma realidade cirurgicamente melhorada. Acho a perversidade da vida de hoje excitante. É como um circo para mim. Um país da animação”, declarou o estilista sobre as imagens que cria.

 

Os 16 anos na Louis Vuitton foram econômicos em sarcasmo, mas exuberantes em espetáculo. Vide a despedida de Jacobs da marca, com um cenário gigantesco repleto de referências de desfiles anteriores: “Sabemos que todos esperam por um show”, disse.

 

Como todo estilista bem-sucedido, Marc Jacobs tem perfumes e uma linha de acessórios para chamar de seus. As fragrâncias são quase uma dezena (entre permanentes e edições limitadas). Com as bolsas, que durante a primeira década dos anos 2000 foram o acessório tem-que-ter, ele fez as it-bags da Louis Vuitton rivalizarem com as de Prada e Fendi. Basta lembrar dos artistas convidados a “ilustrar” as bolsas da marca: Stephen Sprouse, Takashi Murakami, Richard Prince e Yayoi Kusama.

 

‘Vedete’ para vender perfumes

 

Quando o livro “Glamour”, da lendária diretora de redação das edições americanas da “Vogue” e da “Harper’s Bazaar”, Diana Vreeland, foi relançado, em 2010, Marc Jacobs foi convidado a escrever o prefácio: “Encontrar a beleza na imperfeição, em um defeito, ir contra o senso comum a respeito do que é bom e certo. A habilidade para encontrar a beleza em tudo, é o que era tão extraordinário nela”.

 

A preferência estética pelo imperfeito, que Jacobs compartilha com Vreeland, parece ter ficado restrita à moda. O estilista já confessou que decidiu mudar radicalmente a forma física para se sentir bem na própria pele (há quem diga que a mudança partiu de um puxão de orelha de Anna Wintour): “Por 20 anos, eu não me olhei no espelho. Ficava horrorizado com a minha aparência. Os óculos grandes, o cabelo longo e oleoso, as roupas largas, o suéter de professor de matemática — não montei esse look intencionalmente; é só que eu não gostava da minha imagem”, disse certa vez.

 

Depois que surgiu magro e bronzeado no desfile de primavera-verão 2007 da Louis Vuitton, Marc Jacobs tornou-se o que o brasileiro Dener chamou certa vez de “estilista vedete”. Passou a usar a excepcional forma física para criar ainda mais burburinho em torno de si mesmo e do seu trabalho. Se John Galliano fazia do final dos desfiles da Dior o palco para a sua entrada apoteótica, Jacobs seguiu o exemplo de outros estilistas, servindo ele mesmo de rosto (e corpo) para os seus produtos.

 

Saint Laurent posou nu para a campanha do Pour Homme, a sua primeira fragrância masculina, em 1971. Tom Ford, mesmo não tirando o smoking, foi protagonista de imagens ultrassexualizadas para o perfume “Noir”. Marc Jacobs está como veio ao mundo na campanha do perfume “Bang”. A diferença é que não há reverência em sua nudez. Ele parece se divertir, desinibido. Para quem tatuou no peito a palavra “shameless”, deve ser isso mesmo.

 

Fonte: O Globo / Ela Moda

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