Tenente Daivison Soeiro estaria perseguindo policiais civis, segundo o presidente do Sinpol, Moacir Maia
O Sindicato dos Funcionários da Polícia Civil do Amazonas (Sinpol-AM) anunciou nesta segunda-feira (20) a decisão de entrar com queixa-crime na Corregedoria do Sistema de Segurança Pública do Estado e no Comando da Polícia Militar contra o tenente Daivison Soeiro.
De acordo com o sindicato, o oficial é “useiro e vezeiro” em perseguir policiais civis. “O tenente Soeiro já prendeu e algemou um investigador da Polícia Civil simplesmente porque o IPVA do carro dele estava atrasado”, disse o presidente do Sinpol, Moacir Maia.
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Moacir Maia lembrou que, em novembro de 2013, o militar invadiu o gabinete de uma delegada, às 05h30 da manhã, exigindo que ela flagranteasse um homem que havia sido pego com 3 trouxinhas de pasta-base de cocaína.
Moacir Maia, presidente do Sinpol-AM (Foto: Tony Santos / PORTAL DO ZACARIAS)
“A vítima da vez é o investigador de polícia Oberdan de Abreu Aquino, que teve sua carteira funcional jogada no chão e humilhado na frente de sua esposa, neste domingo (19), na avenida Cosme Ferreira, no bairro do Coroado”, relatou Moacir Maia.
Segundo Maia, “o tenente tentou forçar a barra para que o delegado plantonista do 9º Distrito Integrado de Polícia flagranteasse o investigador por direção perigosa, o que não ocorreu”.
Veja o Boletim de Ocorrência que Oberdan registrou contra o tenente:
São 20h15. O Sinpol-AM acaba de enviar ao PORTAL DO ZACARIAS uma "nota de agravo". Acompanhe:
"NOTA DE AGRAVO – TENENTE SOEIRO - PM
O Sindicato dos Funcionários da Policia civil do Estado do Amazonas, no uso de suas atribuições estatutárias vem a público repudiar e agravar as ações descabidas do “Tenente” da Policia Militar DAIVISON ANDERSON CUTRIM SOEIRO, qual de forma irresponsável, deliberada e descabida vem agredindo cidadãos amazonenses, em caso particular, membros da Policia Civil do Estado do Amazonas.
No ano de 2013, o referido cidadão, sentindo-se autoridade máxima da representação da Lei e da ordem, insultou e desacatou de forma ofensiva uma Delegada dentro de seu gabinete em plena madrugada. Fato que foi destaque nos noticiários locais, no ano passado.
É salutar informar que o oficial em tela, já responde a um Processo Criminal e foi intimado a depor na 13ª Vara do Juizado Espacial Criminal por abuso de autoridade cometido contra um Investigador de Polícia, que foi algemado e humilhado injustamente. Agora o mesmo Oficial volta a investir contra um Policial Civil e sua companheira, o que caracteriza além da falta de respeito e desunião entre membros de classes profissionais pares, ainda ofende a família do policial e a família Policia Civil, quando o mesmo acompanhado de sua guarnição subordinada abordou arbitrariamente o Policial Civil, agredindo física e moralmente o servidor público e sua esposa e ainda afrontou os policiais de plantão no 9º DIP, querendo flagrantear o Servidor Público.
A onda crescente de violência, inclusive da violência policial, é um complicado enigma do mundo moderno que não será bem decifrado se não nos afastarmos da mera retórica, das rivalidades corporativas ou cientificas, do emocionalismo. Tanto quanto o mal da Aids, o do crime policial exige, para seu eficaz enfrentamento, consciência de que o problema é multidisciplinar, de responsabilidade profissional de muitos e responsabilidade social de todos.
Diante dos fatos, observamos que a polícia só esta autorizada a usar da violência como último recurso dos muitos que a habilidade profissional pode lhe garantir. Nem mesmo em regimes onde a pena de morte é legalizada, pode-se imaginar o policial (cuja opção profissional é de enfrentar o crime, tanto quanto o médico a doença com todos os riscos a isto inerente) como agente exterminador do criminoso, senão do crime. No caso em epígrafe tratava-se de uma autoridade policial e dos demais agentes da segurança pública, igualmente amparados e, no entanto desacatada e abusada pelo agente “Policial Militar”.
Dessa forma, pelos atos insanos recorrentes cometidos pelo senhor Daivison Soeiro, o SINPOL-AM solidariza-se ao companheiro OBERDAN DE ABREU AQUINO, a sua família e aos demais companheiros que foram insultados pelo PM e assegura que estamos mobilizando nosso corpo jurídico e de comunicação, para darmos entrada em denuncias junto a Corregedoria Geral de Segurança Pública, ao Comando Geral da Policia Militar, a PROCEAP e aos veículos de comunicação para que os atos abusivos deste cidadão antissocial sejam contidos e as boas relações institucionais entre a Policia Civil e a Policia Militar, assim como o SINPOL-AM com a Associação dos Oficiais, Associação de Suboficiais e Sargentos, Associação de Cabos e Soldados e Associação de Praças, instituições que mantem entre si o respeito mútuo e a colaboração como norte de suas existências sejam mantidas na mais perfeita harmonia e que elementos que não honram estas instituições sejam banidos das mesmas.
Manaus, 20 de abril de 2015
MOACIR MAIA
A Diretoria"