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25/03/2017

A hora do adeus na seleção para o craque Falcão

Foto: Fernando Maia

Aos 39 anos, o maior jogador da história do futsal vai se despedir da equipe nacional

Lambretas, chapéus, dribles desconcertantes, agilidade e faro de gol. Falcão tem tantas qualidades que os adversários tremem quando ele está em quadra.

 

A penúltima chance de ver os gols do craque com o uniforme do Brasil será domingo, no Desafio Internacional contra a Colômbia, às 10h, na Arena Jeunesse, no Rio de Janeiro. Prestes a completar 40 anos, o atleta vai precisar segurar as lágrimas diante da torcida, que o vê como o maior ídolo da modalidade.

 

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Vinte anos se passaram e seu nome está na história. Esperava chegar tão longe?

 

Olho para trás e tenho a certeza de que tudo foi feito da melhor maneira. Claro que a gente nunca espera chegar tão longe, embora sonhe. É difícil, ainda mais em um esporte praticado no mundo inteiro, ser oficializado como o melhor atleta da história. É gratificante.

 

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Quando essa decisão foi tomada e de que forma?

 

É uma decisão minha em conjunto. Tenho sido procurado pelo mundo inteiro para fazer exibições. Como ainda estou em atividade com o meu time, acaba ficando apertado no calendário. Acredito ser o momento certo para sair. Fiz uma boa Copa do Mundo em 2016, ainda consigo render, mesmo perto de completar 40 anos. Sempre estarei à disposição da seleção para ajudar.

 

E agora? Como veremos o Falcão?

 

Não parei de jogar futsal. Continuo jogando pela minha equipe, o Sorocaba. Não estou mais indo jogar para a seleção, o que é uma diferença muito grande.

 

Você se arrepende de algo nesses 20 anos?

 

Não tenho nenhum arrependimento. A vida de atleta é assim, você tem os altos e baixos, tem as vitórias e as derrotas, tudo isso faz parte do esporte, nada relacionado à vida, nem ao trabalho. Aliás, nenhum tipo de trabalho tem só vitórias ou só derrotas. Mas acredito que os meus números são muito mais positivos do que negativos. Então, saio muito satisfeito e feliz de ter feito uma boa história.


Quem será o novo Falcão?

 

Difícil falar de um novo Falcão, é meio complicado.Fiz a minha história, Manoel Tobias fez a dele... A gente espera que chegue um novo jogador que faça a sua, tão bonita quanto as nossas. Um novo Falcão depende de muitas coisas, de números parecidos, de buscar algumas coisas... Cada um precisa ter a sua história.


Você superou o Manoel Tobias como o maior artilheiro em Copas, com 48 gols. Alguém pode bater a marca?

 

Acho muito difícil alguém alcançar. Os números são eternos e estão aí. Contra os fatos não há argumento, acho mesmo difícil alguém me superar.

 

Aliás, como está a sua relação com o Tobias? Selaram a paz?

 

É publica a nossa conversa, a reaproximação. Não somos amigos, não frequento a casa dele, e nem ele, a minha. Mas tenho o maior respeito pela carreira dele e ele pela minha. Isso é o importante.

 


Falcão vibra após marcar gol durante a Copa do Mundo de 2016, na Colômbia

(Foto: Guillermo Legaria / AFP)


Se fala muito que o português Ricardinho poderia superar você nas quadras. É possível dizer que seria uma briga à la Messi e CR7?

 

O Ricardinho tem a história dele, uma grande história. Eu fui eleito o melhor do mundo quatro vezes, e, ele três. Isso não mostra a realidade. No futebol, todos olham o que acontece no mundo. No futsal, a maioria dos eleitores do prêmio são da Europa e nem sabem o que acontece no Brasil. E, mesmo assim, tenho quatro. Não tiro os méritos dele, mas eu poderia ter sete ou oito títulos.


Mas o Ricardinho pode superar você?

 

Na verdade, tem que se falar em números. Se você levar para a realidade e números atuais, eu deveria ter uns sete ou oito prêmios, fora os dois pela Fifa e mais o que recebi no The Best em janeiro deste ano. Só para dar exemplo, em 2014, criei uma equipe nova, sem jogadores consagrados e ganhamos tudo no Brasil, quando fui o melhor jogador, o artilheiro e não ganhei neste ano. E não teria números que pudessem fazer alguém ganhar de mim, e não ganhei o prêmio.

 

Você teve algum tipo de ajuda psicológica para deixar a seleção?

 

A ajuda é minha mesmo. Sempre tive um equilíbrio grande em relação às minhas coisas e fui tranquilo. Saio da seleção, mas ainda tenho o meu clube, tenho muitos eventos pelo Brasil e pelo mundo nos próximos três ou quatro anos. Será doído deixar a seleção, mas creio que a história foi escrita da melhor maneira.


Seus filhos têm seguido seus passos. A dinastia Falcão vai continuar?

 

O Enzo, com 14 anos, já joga futsal. O Luigi, de 11, joga por diversão. O Enzo tem um foco diferente. Isso é uma coisa muito pessoal, não coloco nenhum tipo de pressão. Que seja da forma que eles quiserem.

 

Estadão

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