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31/03/2019

Ao chegar a Israel, Bolsonaro chama Netanyahu de 'irmão' e promete relançar relação bilateral

Foto: AFP

Benjamin Netanyahu recebe o presidente Jair Bolsonaro no aeroporto internacional de Tel Aviv

O presidente Jair Bolsonaro desembarcou neste domingo em Israel para uma visita de quatro dias considerada pelos dois lados como o “relançamento” das relações bilaterais.

 

Recebido numa área reservada do aeroporto de Tel Aviv pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, Bolsonaro fez um breve discurso, em que manifestou sua admiração por Israel e a expectativa de que sua visita resulte em uma nova era de cooperação entre os países.


- Prezado irmão Netanyahu, é uma honra voltar a Israel. Realizo esta visita antes mesmo de completar cem dias de mandato. Meu governo está firmemente decidido a fortalecer a parceria entre o Brasil e Israel. A amizade entre nossos povos é histórica. Tivemos um pequeno momento de afastamento, mas Deus sabe o que faz - disse o presidente, ao lado do primeiro-ministro israelense.


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O “afastamento” mencionado por Bolsonaro foi uma referência aos ruídos na relação entre Brasil e Israel durante os anos do PT na Presidência, que tiveram seu pior momento quando o governo brasileiro chamou de volta o seu embaixador em Tel Aviv em 2014, em protesto contra os bombardeiros israelenses na faixa da Gaza. A decisão levou o porta-voz da diplomacia israelense à época, Yigal Palmor, a chamar o Brasil de “anão diplomático”.


O desembarque de Bolsonaro em Israel já mostra que o clima não podia ser mais diferente. O presidente dedicou quase todos os cinco minutos de seu discurso de chegada em elogios a Israel, citando a visita que fez ao país em 2016, quando participou de uma cerimônia de batismo no Rio Jordão.


- Sempre admirei o povo de Israel - disse Bolsonaro - Brasileiros e israelenses compartilham valores, tradições culturais e o apreço à liberdade e à democracia. Juntos nossas nações podem alcançar grandes feitos, temos que aproveitar esse potencial. É isso que pretendemos fazer nesta visita.


Netanyahu retribuiu os afagos, lembrando que na segunda-feira irá ao Muro das Lamentações com Bolsonaro, “em Jerusalém, nossa capital eterna”. Também elogiou o presidente por ter trazido a maior delegação de ministros e empresários brasileiros já vista em Israel.


- Meu amigo, estamos fazendo história. Quando você assumiu a Presidência, em janeiro, abrimos uma nova era nas relações entre Brasil e Israel. Você chega a Israel para levar as nossas relações a um novo ápice - disse Netanyahu.


A visita de Bolsonaro é cercada pela expectativa de que o presidente cumpra sua promessa de campanha de transferir a embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém, um movimento sensível, já que iria na direção contrária à posição da ONU e da maioria dos países, de que o status final da cidade, também reivindicada pelos palestinos como sua capital, só pode ser decidido por meio de negociações.


O ambiente dos últimos dias parece indicar que a promessa não será cumprida, ao menos durante a visita. Um diplomata envolvido nas negociações disse que “será uma grande surpresa” se o anúncio for feito. Ao que parece, a tendência é que Bolsonaro anuncie não a mudança da embaixada, mas a abertura de um escritório de representação comercial brasileiro em Jerusalém, a exemplo do que a Hungria fez recentemente. Mesmo dentro dessa hipótese, porém, não está claro se o escritório teria status de representação diplomática, o que teria um peso maior do que apenas uma representação comercial.


Após a cerimônia de chegada, Bolsonaro seguiu para o Hotel King David, em Jerusalém, onde estava previsto um período de descanso até o meio da tarde, quando ele se reunirá novamente com o primeiro-ministro israelense e participará da assinatura de acordos. Os atos abarcam as áreas de ciência e tecnologia, defesa, segurança pública, serviços aéreos, cibersegurança e saúde. À noite o presidente irá a um jantar na residência oficial do primeiro-ministro.

 

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A passagem de Bolsonaro por Israel tem sido vista em parte da imprensa israelense não apenas como um sinal positivo de reaproximacão entre os dois países, mas como mais um ato de campanha de Netanyahu, que trava uma disputa acirrada para ficar no poder na eleição do próximo dia 9. Questionado após a cerimônia de chegada se a presença de Bolsonaro na reta final da corrida eleitoral ajuda a campanha de Netanyahu, o ministro da Energia de Israel, Yuval Steinitz, respondeu com um sorriso.


- Certamente não atrapalha - disse.

 

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