O medalhista olímpico Robson Caetano agora também é professor de educação física para alunos do segundo grau
“Fala, tio Robson”, “Oi, tio Caetano”. Assim é carinhosamente chamado o novo professor de educação física do Colégio ao Cubo. Até aí seria só mais um educador. Mas o escolhido para atrair adolescentes entre 13 e 17 anos foi Robson Caetano, medalhista de bronze nos 200m em Seul-1988 e no 4x100m em Atlanta-1996.
Aposentado desde 99 e formado em jornalismo, o ex-velocista terminou a faculdade de educação física e se ofereceu para comandar a garotada, que nem tinha nascido quando ele colocou seu nome na história do atletismo.
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— Eu perguntei se não precisavam de um professor. É uma marca se associando ao colégio, que é o Robson Caetano — diz Robson, professor há quase dois meses — Não vejo problema em dar aula. Me pagam bem e direitinho, e as contas chegam.
Robson Caetano também é preparador físico do Gonçalense
(Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo)
Professor em três unidades, Robson tem uma rotina cheia. Uma vez por semana, pega o BRT do Recreio, onde mora, até o terminal Jardim Oceânico e pega o metrô rumo à Tijuca para dar aula. Em outro dia, pedala até a Barra para lecionar.
Mas é perto de casa, onde também ensina, que vive uma situação inusitada: dá aula para própria filha, Luiza, de 15 anos.
— Eu dou aula para ela, mas é igual a qualquer aluno. Temos que separar — diz.
Os jovens se encantaram com o jeito divertido dele, e as faltas diminuíram. Ele gerou curiosidade nos alunos e admiração dos pais.
— Minha mãe ficou mais empolgada do que eu. Mas fiquei impressionado — diz Matheus Lessa, 15 anos.
Robson Caetano com o porteiro Augusto Cesar, um fã do seu
trabalho como atleta (Foto: Alexandre Cassiano / O Globo)
Preparador físico de clube na Série B do Rio
Cada um dos alunos tem um carinho especial pelo “titio”, com quem conversam, brincam, abraçam e beijam. Até reclamam dos exercícios feitos em circuitos, que lembram muito um trabalho que atletas de ponta estão acostumados a fazer.
Mas realizam cada uma das tarefas. De longe, o porteiro Augusto Brites só observa e tenta criar coragem para tirar uma foto. Aos 28 anos, o jovem é um dos funcionários que conhece a história do novo colega.
— Foi uma surpresa e ficamos com receio de como ele iria nos tratar. Isso caiu no primeiro dia. Ele é um amor de pessoa, mas anda não tive coragem de pedir uma foto.
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Robson ainda divide o tempo no colégio com o trabalho de preparador físico do Gonçalense. O ex-velocista assumiu a função nesta semana, viaja 140 quilômetros do Recreio a São Gonçalo três vezes na semana e vai estrear contra o Alzirão, no dia 25 de maio, pela Série B1 do Campeonato Carioca.
— Eu estou amarradão. É um ano de novidade e tudo me motiva muito.
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