Atirador diz que desistiu de ataque em massa em escola na Flórida: 'Parei'

Preso sob acusação de terrorismo, lesão corporal e porte de arma escondida, o ex-estudante que abriu fogo e feriu um aluno em escola de Ocala, na Flórida, diz que desistiu de fazer um ataque em massa na instituição. Sky Bouche, de 19 anos, entrou no colégio com a arma escondida em um case de guitarra e se preparou para o massacre na Florest High School — com luvas, colete à prova de balas e luvas — em um banheiro, nesta sexta-feira.

Com a arma, adquirida em um site de fornecedores de armamento que não checam o histórico dos compradores, Bouche saiu ao corredor da escola e logo viu uma menina. Ao "Ocala Star Banner", o atirador contou que "não conseguiu" atirar na jovem e resolveu disparar contra uma porta. Um aluno de 17 anos que estava na sala foi ferido no tornozelo.

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"Eu poderia ter continuado (o ataque), porque não havia agentes (de segurança). Tinha uma garota, eu poderia atirar nela. Mas eu não consegui. Eu atirei na porta (...) Eu não o vi (a vítima do tiro). Eu ouvi alguém gritar. Eu parei e me entreguei ao professor", relatou sobre a ocorrência, no mesmo dia do marco de 19 anos do massacre de Columbine, no Colorado, no qual dois atiradores deixaram 13 mortos em um colégio.

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Durante a entrevista, já detido, Bouche destacou que sente remorso por planejar o ataque. Ele lembrou do histórico de violência na família e frisou que considerava o crime a única maneira de escapar desses parentes. O atirador explicou que não sentia raiva quando entrou na escola, mas "um pico de adrenalina" sobre o que aconteceria.

"Minha primeira memória é de violência e conflito. E ninguém acredita em mim. Esta é uma das razões pelas quais as pessoas não acham que eu sou sério (...) Não é raiva, não é ódio. É um pico de adrenalina, sabe, que eu estava prestes a fazer algo. Eu passei a maior parte do tempo em um quarto, sozinho, e então eu tive esse pico", contou ao portal.

Forest High School, em Ocala, no condado de Marion, na Flórida

(Foto: Reprodução/Facebook/Peggy Genaw)

Segundo a polícia do condado de Marion, Bouche vai responder por terrorismo, lesão corporal por ferimento de arma de fogo, porte escondido de arma , porte de arma em ambiente escolar, interferência no funcionamento da escola e invasão armada de propriedade escolar. Ele está detido na prisão do condado sem possibilidade de fiança.

"Solitária", resumiu o jovem de 19 anos ao ser questionado sobre o que vislumbrava para seu futuro.

A polícia informou que o atirador entrou na escola "para causar dano aos estudantes e provocar medo na comunidade". Com o som do disparo, estudantes montaram barricadas nas portas das salas de aula, e a vítima foi encaminhada a um hospital da região. O colégio ficou fechado, e os agentes vasculharam as dependências para descartar novas ameaças.

Bouche relatou aos investigadores que planejou um ataque para o último dia 13 de abril, mas mudou de ideia. Decidiu abrir fogo em uma escola porque, assim, chamaria mais a atenção da mídia, diz a polícia.

O Globo