Autoestima vira a mesa do preconceito em ‘Malhação’ com personagem de Dora Freind

Era para Dora Freind fazer uma participação efêmera em “Malhação”, na pele de Bárbara, uma jovem cheia de amor próprio, que chegou para ajudar a prima que sofria com gordofobia. Mas a repercussão foi tanta que não demorou para a atriz retornar à trama.

— Ter uma personagem feminista, bissexual, fora do padrão é essencial. Tem sido muito importante como artista poder me posicionar através dela — afirma Dora, que se identifica com a jovem: — Tenho muita atitude. Se quero chamar para sair, chamo. O empoderamento é uma construção diária. Não é todo dia que a gente se acha linda.

Novata na TV, a dramaturgia faz parte da vida de Dora desde pequena. Aos 16 anos, recebeu o prêmio de Melhor Atriz no 72º Festival de Cinema de Veneza por seu papel no longa “Mate-me por favor”. A carioca, que desde os 12 anos estuda teatro, hoje, aos 20, está prestes a se formar na faculdade de Artes Cênicas.

Assim como Bárbara, a atriz também se engaja em causas sociais. Atualmente, dá aulas de teatro para crianças no projeto Rocinha em Cena, na favela da Rocinha. As similaridades com a personagem não param por aí:

— Temos uma liberdade muito aflorada e somos genuinamente confortáveis com o próprio corpo. Isso influencia no jeito que me visto, que me relaciono, que falo — diz Dora, que se orgulha de ser um exemplo: — Muitas meninas me pedem ajuda para se amarem como Bárbara. É preciso ter paciência. Os hábitos e as pessoas a nossa volta, nossas referências, influenciam na forma como nos vemos.

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