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17/07/2018

Blocão rachado: Partidos não se entendem e traçam caminhos opostos

Foto: Reprodução

Bloco de legendas dá sinais de que pode estar perto do fim

Formado há dois meses para discutir uma aliança conjunta nas eleições de outubro, o bloco de partidos capitaneado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), dá sinais de que pode estar perto do fim.

 

O período de convenções se inicia na próxima sexta-feira, e o grupo — formado por DEM, PP, PRB e Solidariedade — está dividido. Enquanto o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), e o presidente nacional do Solidariedade, deputado Paulinho da Força (SP), defendem o anúncio de uma posição conjunta ainda nesta semana, os caciques do DEM e do PRB desejam adiar a decisão por mais uma semana. A divergência entre os líderes está diretamente ligada às preferências políticas de cada partido.

 

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Enquanto PP e Solidariedade flertam abertamente com o pré-candidato do PDT, Ciro Gomes, o PRB está mais próximo de Geraldo Alckmin (PSDB). O DEM, por sua vez, está dividido entre seguir Rodrigo Maia, que tem se aproximado de Ciro, ou aderir à vontade de grande parte dos dirigentes, que pregam uma parceria com Alckmin. Tentando empurrar o bloco para o colo do pedetista, os caciques de PP e Solidariedade desejam definir o futuro de suas siglas antes da convenção de Ciro, marcada para sexta-feira, em Brasília. Já o DEM e o PRB, angustiados com o desempenho ruim de Alckmin nas pesquisas, querem ganhar tempo para avaliar melhor os cenários e colocar ainda mais pressão nas negociações com o tucano.

 

 

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O bloco terá um encontro amanhã e outro na quinta-feira pela manhã, quando Maia retornar de viagem ao exterior. O grupo ainda aguarda uma resposta do ex-deputado Valdemar da Costa Neto sobre os rumos do PR. Embora desfiliado do partido, é Valdemar quem controla a legenda. Segundo dirigentes do “blocão”, Valdemar deve participar de um jantar com os quatro partidos na quarta-feira.

 

— O nosso bloco tem que se decidir essa semana, porque começam as convenções partidárias — afirmou Paulinho.

 

 

O Solidariedade acredita que Ciro Gomes tem mais chance de decolar nas pesquisas de intenção de voto do que Alckmin. Esse também é o pensamento de Nogueira, embora, no PP, a posição de seu presidente não seja unânime. O próprio Alckmin identificou a preferência do PP por Ciro Gomes e, na semana passada, fez um cerco a dirigentes do partido. Na ocasião, o tucano conversou com o presidente da legenda e com o deputado Ricardo Barros (PP-PR), ex-ministro da Saúde.

 

— Esperamos definir nesta semana — disse Ciro Nogueira.

 

 

Segundo aliados, o senador rejeitou especulações sobre o PP indicar a senadora Ana Amélia (PP-RS) para vice de Alckmin. Os tucanos acenaram com a possibilidade, mas a senadora gaúcha não é do grupo do presidente da legenda. Apesar de bombardear Alckmin, o cacique do PP não quer perder a parceria com o DEM.

 

Campanha no DEM pela aliança com Alckmin

 

No DEM, o tom cauteloso é assumido pelo presidente ACM Neto. Há resistência a um apoio a Ciro Gomes, que não tem identidade com a legenda, que é aliada histórica do PSDB e sempre esteve na oposição ao PT e ao PDT. Deputados importantes no quadro partidário, como Mendonça Filho (PE) e Rodrigo Garcia (SP), fazem campanha por uma aliança com Alckmin.

 

No último sábado, porém, em encontro com a presença do pré-candidato pedetista, Ciro teria revertido algumas resistências. ACM Neto disse que o prazo-limite para o grupo definir se fica unido ou não sobre quem apoiar é o dia 27.

 

— Aposto hoje que os partidos de centro irão juntos — avaliou ACM Neto.

 

No encontro realizado em São Paulo, Ciro Gomes se comprometeu a elaborar um amplo documento com propostas. Até mesmo o presidente do PRB, Marcos Pereira, que apoia Alckmin nos bastidores, gostou da conversa. Ao GLOBO, Marcos Pereira disse apenas que o PRB está analisando ainda quem vai apoiar.

 

Dirigentes do “blocão” disseram que Valdemar deu novos sinais nesta segunda-feira de que está com dificuldades de fechar uma aliança com o pré-candidato do PSL, Jair Bolsonaro. Segundo as conversas, Valdemar contou que tem problemas em alguns estados com Bolsonaro, como os palanques de Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia.

 

 

— Demos um prazo até amanhã (quarta) ou quinta, e ele (Valdemar) nos disse que as diferenças entre eles e o Bolsonaro não tinham sido “superadas” — afirmou um dos caciques do blocão.

 

Um dos maiores entusiastas da composição de PR e PSL, o deputado Capitão Augusto (PR-SP) também reconhece que há dificuldades de conciliar os interesses.

 

Presidente estadual do PSL em São Paulo, o pré-candidato ao Senado Major Olímpio explica que já há uma chapa fechada com 105 nomes do partido para concorrer à Câmara dos Deputados. Se houvesse uma coligação proporcional no estado, a legenda seria prejudicada com a eleição também de candidatos do PR. Da mesma forma, no Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro também resiste a aceitar uma composição na eleição proporcional. Como o grande interesse de Valdemar nestas eleições é formar uma bancada relevante no Congresso, essas resistências podem acabar por enterrar qualquer entendimento entre os partidos.

 

O Globo

 

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