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26/09/2018

Brasileiro não gosta de falar sobre morte e não se prepara para o momento, revela pesquisa

Foto: Reprodução

Pesquisa inédita mostra ainda que maioria dos brasileiros tem mais medo de perder alguém do que da própria morte

Falar sobre a morte é um tabu para mais de 73% dos brasileiros. É o que mostra a pesquisa inédita, encomendada pelo Sindicato dos Cemitérios e Crematórios Particulares do Brasil (Sincep) e realizado pelo Studio Ideias, divulgada na segunda-feira, 24, na abertura do evento "Inpirações sobre vida e morte", em São Paulo.


Os números jogam luz em características da nossa cultura e ajudam a entender o que o brasileiro pensa ao lidar com o fim da vida. Segundo o resultado da pesquisa, o brasileiro tem mais medo de perder alguém do que da própria morte.


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Veja abaixo alguns dados


82,4% dos brasileiros acham que não tem nada mais sofrido que a dor da perda de alguém;


79% acham que nunca é a hora certa;


63% acham que a tristeza está associada à morte;


48,6% não estão prontos para lidar com a morte de outra pessoa;


30% têm muito medo de morrer;


30,4% não sabem como ou com quem falar sobre morte;


10% acreditam que falar sobre atrai a morte.


Dificuldade de falar no assunto


Para boa parte dos brasileiros, a morte está diretamente associada a sentimentos ruins como dor, tristeza e saudade, e isso faz com que as pessoas tenham dificuldade de falar sobre o assunto. Esta sensação não passa com o tempo.


"A maioria não gosta de falar sobre morte. A questão da idade não muda a relação, a gente não ganha familiaridade conforme envelhece. O assunto é tão distante que mesmo mais velho eu continuo não querendo conversar", explica Gisella Adissi, presidente do Sincep e dona de cemitério.


Somente 21% dos jovens discutem o tema e o assunto não fica muito mais recorrente ao longo da vida. Acima dos 55 anos, apenas 32,5% conversam sobre morte. Entre as mulheres, o tema é ligeiramente mais recorrente: 29,3%.


Assunto íntimo


A dificuldade nem sempre reside na perda de alguém ou no medo da morte, mas no receio de ter uma conversa considerada íntima (57,4% acreditam que o tema pertence à intimidade) e que traz à tona justamente os sentimentos ruins associados ao tema. Isso é o que acreditam 76% dos entrevistados.


Para mais de 48%, falar sobre o assunto é depressivo e para 27,8% é mórbido. Para mais de 30%, morte é algo solitário e não deve ser dividido.


Além disso, a dificuldade de lidar com os próprios sentimentos também colabora para que a discussão seja considerada um tabu: 17% declararam não gostar de deixar transparecer seus sentimentos e 7,2 % acreditam que falar sobre a morte é um sinal de fraqueza.

 


Rituais relacionados à morte também estão mudando (Foto: Pixels)

 

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A 'morte' dos rituais


Os rituais relacionados à morte também mudaram. Mais de 50% dizem não participar da missa de 7º dia, antes tradicional. O uso do preto também não é mais visto como necessário.


"A gente percebe que os rituais estão perdendo significado. As pessoas ainda reconhecem o enterro e o velório, mas não reconhecem mais a missa de 7º dia. Isso tem a ver com a geração, os mais velhos se dedicam mais ao velório, ao protocolo. Já os mais novos tem outra relação com o ritual, não querem ficar tanto tempo ali, por exemplo", explica Adissi.


Em médias, as pessoas estimam que fiquem 6h30 em um velório, quando a realidade é que eles têm média de duração de 3h30. Para 37, 4% dos entrevistados, o velório é a despedida final e 28% o consideram uma homenagem.


No Brasil, a cremação ainda pouco difundida- estima-se que apenas 10% das pessoas optem por ela.

 

G1

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