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20/03/2019

Brasileiros nunca estiveram tão infelizes, aponta pesquisa 'World Happiness Report'

Foto: Reprodução

A cada nova publicação, os analistas dão foco para um novo ponto de vista, o deste ano foi em “felicidade e comunidades”

O brasileiro nunca foi tão infeliz quanto em 2018, é o que afirma a pesquisa “World Happiness Report” (relatório mundial de felicidade), feita pela empresa de opinião Gallup. O índice foi puxado pela crise financeira e pela falta de confiança nos líderes da política nacional.

 

A desconfiança nos governantes por parte do povo brasileiro foi tamanha que bateu o recorde da base de dados da Gallup para todos os países analisados em toda a série histórica, que começa em 2006.


O relatório analisa 156 nações e está na sétima edição. A cada nova publicação, os analistas dão foco para um novo ponto de vista, o deste ano foi em “felicidade e comunidades”.


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Os principais aspectos observados foram a influência dos governos, das mídias sociais e das normais sociais. A conclusão foi que há uma onda global de infelicidade, motivada tanto pela desconfiança em líderes políticos quanto pelo consumo de informação pelas redes sociais. O Brasil ocupa a 32ª posição, com uma média de felicidade de 6,3 numa escala de zero a dez.


A FGV Rio usou a base de dados da Gallup para fazer uma análise mais detalhada sobre o estado de espírito dos brasileiros. Marcelo Neri, economista à frente desta segunda análise, explica que o cálculo da felicidade leva em consideração dois fatores: um social e um subjetivo.


Na parte de análise geral, são levados em considerações índices econômicos, como desigualdade social e renda per capita. Como essa parte mede o quão rica e igualitária é uma nação, países nórdicos como Finlândia e Dinamarca ficam entre os mais felizes. Seus índices de desigualdade figuram entre os mais baixos do mundo.


— Quando entramos em brutal recessão, em 2015, a desigualdade também aumentou, puxando os índices de felicidade para baixo. Nos últimos anos a renda média tem se recuperado, mas a desigualdade se mantém alta, puxando para baixo o bem estar— explica Neri.


Sensação de segurança caiu


De acordo com Neri, nenhum país tem relação mais tênue entre felicidade e renda que o Brasil.


— Os mais ricos são muito mais felizes que os mais pobres. E os que mais demonstraram alteração no estado de espírito (negativa, dessa vez) foram os membros da classe média, que também foram responsáveis pelo último período de pico, em 2013.


Também há no questionário uma parte pessoal, que leva em consideração a sensação de segurança de cada pessoa e a confiança em seu governo. Neri explica que desde 2010 os dados brasileiros em relação a governantes e políticas públicas vinham demonstrando alertas, mas que o momento atual é de total desconfiança. A desigualdade, explica o economista, é outro índice forte a puxar o Brasil para baixo no ranking.


— Em 2018, além do desemprego e da desigualdade, o brasileiro estava mais sensível, mais desiludido. Os resultados mostram um povo que não confia no governo, tem mais medo da violência e que desaprova as lideranças políticas.


Dos relatórios para os consultórios


A infelicidade é percebida nos consultórios médicos. De acordo com a psicóloga Livia Marques, especialista em terapia cognitivo comportamental, as pessoas estão descontentes com o curso de suas vidas e com o contexto social geral.


— O que acontece na comunidade brasileira realmente está afetando as pessoas. Observo a tristeza não apenas no consultório, mas também nas conversas do dia a dia. O ritmo de vida corrido, o medo do julgamento e a sensação de sempre ter que atender às expectativas da sociedade são as queixas que mais ouço sobre o que deixa as pessoas infelizes.

 

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Já Roseana Ribeiro, psicóloga especialista em motivação comportamental, afirma que a sensação de insegurança - não apenas em relação à violência nas ruas, mas também à instabilidade profissional e financeira - é outro motivo apontado pelos pacientes:


— A sociedade está exausta, os jovens já estão cansados mesmo sendo novos. Antes, a insatisfação girava em torno da família, do próprio estilo de vida, mas agora o medo e a insegurança estão mais presentes nas falas das pessoas.

 

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