19 de Abril de 2024 - Ano 10
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Manaus
15/03/2018

Casa das Artes recebe debate sobre representatividade e a representação de pessoas trans e travestis

Foto: Michael Dantas / SEC

A ação faz parte das Temporadas Culturais da SEC

Nesta sexta-feira (16/3), a Temporada Delas, em ação casada com a Literária, abrirá um debate sobre a representatividade e a representação de pessoas trans e travestis de Manaus. O evento acontecerá na Casa das Artes, localizada no Largo de São Sebastião, a partir das 18h, com acesso gratuito.

 

Participarão do diálogo ativistas, militantes, agentes culturais, escritoras e artistas. Estão confirmadas na mesa a professora e escritora Márcia Antonelli; a pesquisadora de história social Michele Pires; Mirna Lysa, ativista e mulher trans, membro da Associação de Travesti e Transexuais do Estado do Amazonas e Redes de Combate a HIV/Aids; e Maria Moraes, mulher trans e agente cultural.

 

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De acordo com Maria, que será mediadora do debate, as participantes destacarão a importância da atuação de pessoas trans e travestis na sociedade e nos diversos movimentos brasileiros.

 

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“Nós estamos realizando uma intervenção poética e declarativa, o manifesto das mulheres travestis, propondo uma reflexão sobre representação e representatividade de mulheres trans e travesti na literatura, artes e sociedade”, conta Maria. “Não somos personagens, máscaras, fantasias, somos pessoas reais e quando o Carnaval acaba, continuamos mulheres quanto qualquer outras mulheres, que querem ser ouvidas, vistas e lidas”.

 

Maria destaca ainda que serão abordados os desafios enfrentados por essas mulheres na luta por um espaço no mercado de trabalho.

 

“Precisamos de oportunidades, de empregos. Nos usam como os objetos de estudo e pesquisa, vendem ideias e projetos com nossas narrativas, quando mais de 90% da nossa população está no trabalho sexual, pois o mercado de trabalho formal não nos aceita”, afirma.

 

A violência também está na pauta do debate, tendo em vista que o Brasil é um dos países que mais matam travestis e transexuais no mundo.

 

“Continuamos assassinadas e também há um alto índice de suicídio entre os trans. Isso acontece porque não há reconhecimento de cidadania, nos é negado o direito à vida, ao próprio corpo, à educação, à saúde, à família, ao afeto”, comenta.

 

Para finalizar, Maria destaca a importância de ações como essas que dão voz e visibilidade às chamadas “minorias”, como acontece com os negros, pessoas trans e mulheres.

 

“Eu cresci sem ter referências, nunca me vi na TV, no jornal, no cinema, no teatro e na música. E não porque não tinham travestis antes, nós sempre estivemos aqui”, pontua. “Mas, para sermos, é preciso que se olhe além do corpo, para aquilo que os olhos veem, que a boca fala e as mãos escrevem, pois eu também crio o mundo”.

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