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10/02/2019

CEO do Flamengo diz que falta de licenças não tem relação com incêndio e cita 'picos de energia' após chuva como possível causa

Foto: Reprodução

O CEO do Flamengo, Reinaldo Belotti, fez um pronunciamento no fim da tarde deste sábado, 9, sobre o incêndio que deixou 10 mortos no CT Ninho do Urubu, na sexta-feira, 8.

 

Belotti disse que a ausência de licenças e alvarás divulgada pela imprensa em nada tem a ver com o acidente, e que o local era "adequado", "confortável" e não era um "puxadinho".


“Isso não tem nada a ver com o acidente que ocorreu”, disse Belotti. "Temos providências a tomar para o CT ser legalizado. Estamos trabalhando para isso. Precisávamos de nove certificados, já temos oito. Estamos trabalhando com os bombeiros."


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O dirigente também disse que picos de energia ocorridos após o temporal que desabou no Rio, na noite de quinta-feira, 7, podem ter gerado um curto-circuito no ar-condicionado, possível causa apontada por peritos para incêndio.


"A suposição existente hoje é que esses picos de energia tenham afetado o funcionamento regular do ar-condicionado e ocasionado o princípio de incêndio”, disse Belotti, que não respondeu a perguntas de jornalistas.


Segundo a prefeitura do Rio e o Corpo de Bombeiros, o CT não tinha licença para construir alojamentos naquele local no Ninho do Urubu. Belotti argumentou que a documentação está em andamento, e que o clube obteve outras três certidões: do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente, da Federação de Futebol do Rio (Ferj) e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

 


Outro documento apresentado pelo Flamengo

neste sábado (Foto: Reprodução / Flamengo)

 

Belotti também elogiou as instalações do contêiner onde ficava o alojamento:


"Estamos falando em alojamentos modulares que foram instalados em 2011. Só queria lembrar os senhores que, por esse alojamento, passaram vários times titulares do Flamengo, jogadores consagrados como, por exemplo, Ronaldinho Gaúcho, Vágner Love, e outros (...) Foi utilizado também pela seleção olímpica de futebol do Brasil. "

 


Documento apresentado pelo Flamengo (Foto: Reprodução / Flamengo)

 

Certificado do Conselho Municipal, assinado em 2016

e válido até 2019 (Foto: Reprodução / Flamengo)

 

Divisão dos quartos no contêineres


Em depoimento à polícia, um atleta do Flamengo sobrevivente do incêndio contou como era a divisão dos quartos e quem ocupava cada um deles no alojamento. Segundo ele, o fogo começou no ar-condicionado do quarto 6.


Dos dez mortos, cinco estavam no quarto 1, o mais distante de onde ficava o ar-condicionado que teria dado início ao incêndio, onde, com base na perícia e nos depoimentos, os peritos também acreditam que tenha começado o incêndio.

 


Incêndio teria começado no ar-condicionado de um dos quartos.

No cômodo mais distante, para onde a fumaça se espalhou,

todos morreram (Foto: Reprodução / TV Globo)


Identificação de corpos


Uma força-tarefa de peritos foi convocada para tentar identificar os corpos carbonizados do incêndio que ainda estão no Instituto Médico-Legal do Rio. Sete das dez vítimas já foram identificadas.


Pela manhã, quando as famílias de quatro jovens atletas já tinham providenciado a liberação no IML, o Flamengo informou depender de exames de DNA para encerrar os trabalhos, o que levaria semanas. Parentes teriam de ser convocados para fornecer material a fim de comparação.


A Polícia Civil, no entanto, conseguiu à tarde identificar mais três vítimas pelas arcadas dentárias, contrariando a expectativa do clube. O próprio Flamengo tinha fornecido os registros para os legistas, na esperança de agilizar a perícia, antes de afirmar que testes genéticos teriam de ser feitos.


O incêndio aconteceu na madrugada de sexta. Todas as vítimas eram atletas da base do time – tinham entre 14 e 16 anos. De acordo com o clube, há três jovens internados, dois deles em situação estável e conscientes; o terceiro está em estado grave. O fogo destruiu parte dos alojamentos em que eles estavam. A suspeita é que a causa seja um curto-circuito no ar-condicionado.


Corpos identificados


Arthur Vinícius de Barros Silva Freitas, liberado do IML na madrugada. O enterro será neste sábado em Volta Redonda (RJ);


Athila Paixão, identificado pela arcada dentária às 14h10;


Bernardo Pisetta, ainda no IML;


Gedson Santos, identificado às 13h40 pela arcada dentária;


Pablo Henrique da Silva Matos, identificado por impressões digitais e liberado do IML na madrugada. O enterro será neste sábado em Oliveira (MG);


Victor Isaías, ainda no IML;


Christian Esmério.


Aguardam identificação e liberação


Jorge Eduardo Santos, 15 anos;


Rykelmo de Souza Vianna, 16 anos;


Samuel Thomas Rosa, 15 anos.

 

O Incêndio


A tragédia aconteceu no fim da madrugada de sexta, 8, no Ninho do Urubu, como é conhecido o Centro de Treinamento Jorge Helal, em Vargem Grande, Zona Oeste do Rio;


Foram dez mortos e três feridos. Treze escaparam ilesos;


No alojamento, dormiam garotos de 14 a 17 anos dos times juniores do Flamengo;


Por causa do temporal da última quinta, 7, que deixara o Ninho do Urubu sem luz, treinos foram cancelados. Com isso, jovens que tinham residência no Rio puderam dormir em suas casas;


O incêndio começou às 5h07 em um dos seis módulos de contêineres adaptados para dormitórios. A hipótese mais provável é um curto-circuito em um ar-condicionado;


Imagens obtidas pela TV Globo mostram jovens saindo do alojamento quando o fogo já ardia em um dos quartos. Câmeras de segurança registraram ainda explosões e muita fumaça. Tentativas de debelá-lo com água de bebedouros e extintores foram em vão;


Bombeiros chegaram rapidamente, mas já encontraram os contêineres envoltos em chamas. O fogo foi apagado às 6h30;


Três atletas foram levados para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra. Em estado mais grave está Jhonatan Ventura, com queimaduras em um terço do corpo;


Dez jovens foram encontrados sem vida. Todos vieram de fora da cidade do Rio.

 

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A Investigação


Tanto a Prefeitura do Rio quanto o Corpo de Bombeiros do RJ afirmam que o CT do Flamengo tem pendências no licenciamento;


Segundo os bombeiros, o Ninho do Urubu ainda não tem o Certificado de Aprovação, que atesta o esquema contra incêndios. A corporação afirma que a documentação está em processo de regularização;


Já a prefeitura informou que o dormitório não tem licença. "A área de alojamento atingida pelo incêndio não consta do último projeto aprovado pela área de licenciamento, no dia 5 de abril de 2018, como edificada", diz em nota. "No projeto protocolado, a área está descrita como um estacionamento", frisa a prefeitura;


O município acrescentou que a atual licença do CT tem validade até 8 de março deste ano e que "não há registros de novo pedido de licenciamento da área para uso como dormitórios".

 

G1

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