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03/09/2018

Cidade na Nova Zelândia quer banir gatos para proteger espécies raras

Foto: Reprodução

A pequena Omauí não é a única: Auckland considera plano para eutanásia de gatos sem microchip

Omaui, uma idílica cidadezinha litorânea no extremo sul da Ilha Sul da Nova Zelândia, transbordante de raras espécies de aves, é lar de apenas 35 pessoas e sete ou oito gatos.

 

Mas uma nova proposta de banir os felinos da localidade para preservar a vida selvagem nativa - suscetível a predadores - levantou a ira de alguns moradores amantes de gatos.


A proposta levada ao conselho regional de Biossegurança e Biodiversidade proibiria, no médio prazo, os moradores de Omaui de terem gatos de estimação. Omaui não está sozinha na luta contra os gatos na Nova Zelândia: o país tem lutado longamente para proteger sua fauna nativa dos felinos, e deseja eliminar até 2050 todos os ratos e outros predadores não nativos.


Um economista milionário, Gareth Morgan, iniciou uma campanha em 2013 pedindo que o país inteiro se tornasse livre de gatos. A maior cidade, Auckland, está considerando um plano para eutanásia de gatos sem microchips que são encontrados em áreas de vida selvagem protegidas.


Em Omaui, uma das cláusulas da proposta de banir os gatos implicaria em, uma vez que um gato morresse, seus donos não teriam permissão para substituí-lo. Se a política for aprovada, os donos de gatos terão seis meses para registrar os bichanos atualmente existentes no conselho regional, castrá-los e instalar microchips neles. Depois da carência de seis meses, nenhum novo felino seria permitido - e famílias que se mudarem para a área teriam de se livrar de seus gatos antes. A apreensão dos gatos fora da lei seria um último recurso.


A proposta é parte de um controle de pragas que prevê medidas de proteção contra 72 predadores.


A gerente do conselho regional de Biossegurança e Biodiversidade, Ali Meade, disse que gatos representam risco real para a fauna única da Nova Zelândia, que "evoluiu isolada dos mamíferos".


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Gatos representam risco para aves nativas, que têm hábitos

'inocentes' (Foto: Wilton Junior / Estadão)

 

Como uma nação insular isolada que se tornou lar de mamíferos apenas quando os colonos chegaram, a Nova Zelândia tem seus pássaros e répteis "muito mais vulneráveis" a predadores do que espécies em outros países, afirmou Meade. “Eles cresceram com estranhos modos de vida, como pássaros que nidificam no chão e não podem voar, comportamentos realmente ingênuos ”, disse ela.


Os hábitos de caça noturnos dos gatos implicam que o conselho regional não tem certeza sobre quanta carnificina eles provocam. Ainda assim, Meade disse que “extensas pesquisas” em outros lugares da Nova Zelândia mostraram os danos causados pelos gatos.

 

O conselho afirmou que a regra que obriga a castrar e microchipar gatos na vizinha Ilha Stewart, válida há uma década, ajudou a proteger o mais famoso dos pássaros nativos da Nova Zelândia, o kiwi. Os habitualmente tímidos pássaros são agora habitués do território da ilha.

 


Símbolo da Nova Zelândia, pássaro kiwi faz seu ninho

no chão (Foto: Tourism New Zealand)


Contra pragas


Ainda que os gatos de Omaui não sejam particularmente selvagens, afirma o conselho, eles são uma preocupação por causa da notável riqueza da vida selvagem da área. "Eu tenho 30 pássaros por vez no meu alimentador de aves. Alguns deles são quase meus amigos", disse John Collins, presidente do Omaui Landcare Trust, o grupo comunitário que encaminhou petição ao conselho regional de Biossegurança e Biodiversidade para instituir o banimento de gatos.

 

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O grupo passou os últimos anos tentando livrar a cidade de pragas - incluindo doninhas, gambás e furões - e incentivando bandos de aves nativas raras a retornarem a Omaui. O conselho prevê que insetos e lagartos devem retornor logo também.


"Gatos habitualmente matam coisas, são caçadores, não é culpa deles" disse Collins, que acrescentou que "não odeia gatos". "Nós apenas vivemos em uma valiosa área de convservação", disse.


Mas Dean, um morador, disse que a comunidade não foi adequadamente consultada sobre a proposta, e que as divisões haviam tornado as coisas na cidade "um pouco estranhas". Durante seus 35 anos vivendo em Omaui, Dean sempre teve gato, e não gostou da ideia de Mr. Whiskers - seu atual bichano - se tornar o último. "Se você perde os gatos, perde a capacidade de controlar os animais no mato ", disse ele. "Eles fazem um trabalho maravilhoso mantendo a população de roedores sob controle."


Os 35 moradores da cidade têm oito semanas para dar um feedback sobre a proposta ao conselho.

 

Estadão

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