É maior taxa para o mês desde 1995. Alimentos e energia elétrica puxam alta
Com a greve dos caminhoneiros — que começou em 21 de maio e durou dez dias —, a prévia da inflação acelerou em junho. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) 15 do mês subiu para 1,11%. Em maio, a alta tinha sido de 0,14%, a menor taxa para o mês desde 2000. A taxa de 1,11% é a maior para um mês de junho desde 1995, quando foi de 2,25%.
Com o resultado de junho, a inflação medida pelo IPCA-15 acelerou para 2,35% em 2018 - frente a 1,62% em igual período de 2017. O resultado acumulado em doze meses chegou em 3,68%. A coleta de preços do IPCA-15 ocorreu entre os dias 16 de maio e 13 de junho, ou seja, incluiu todo o período da paralisação dos caminhoneiros.
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Alimentos e energia puxam alta de preços
A alta de preços do período foi puxada pelo custo de alimentos e da energia elétrica. A greve dificultou a chegada de produtos a mercados, o que pressionou o preço para cima, especialmente de hortifrutigranjeiros. Os alimentos subiram 1,57% em junho, após deflação de 0,05% em maio. O impacto foi de 0,38 ponto percentual, quase metade da taxa de 1,11% do mês de junho.
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Uma influência significativa para a alta dos preços em junho foi a de combustíveis: após deflação de 0,17% em maio houve aumento de 5,94% em junho. O preço da gasolina subiu 6,98% em junho, após alta de 0,81% em maio. O impacto foi de 0,31 ponto percentual no IPCA-15 de junho. Já o preço do etanol avançou 2,36% em junho, após deflação de 5,17% em maio.
Já a energia elétrica subiu 5,44% e foi o segundo maior impacto individual no mês. A alta reflete o início da vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 2, a partir de 1º de junho (que representa R$ 0,05 a mais a cada kwh consumido), mas também reajustes na tarifa em cidades como Belo Horizonte, Recife, Salvador, Fortaleza e Porto Alegre.
Taxa acelerou em todas as 11 regiões pesquisadas
A inflação medida pelo IPCA-15 acelerou em todas as 11 regiões pesquisadas pelo IBGE. Em apenas duas delas - Belém (0,76%) e Recife (0,95%) - a taxa ficou abaixo de 1%.
O Globo