25 de Abril de 2024 - Ano 10
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Internacional
23/02/2017

Condenado a seis anos, cunhado do rei espanhol se livra da prisão sem fiança

Foto: Osep Lago / AFP

Justiça responsabilizou Urdangarin por prevaricação, peculato, fraude e tráfico de influência

O marido da princesa Cristina da Espanha, Iñaki Urdangarin, será mantido em liberdade provisória sem ter que pagar fiança, apesar de ter sido condenado a seis anos de prisão na semana passada em um escândalo por crimes fiscais e corrupção.

 

O cunhado do rei, no entanto, poderá continuar a viver na Suíça, mas terá que cumprir a uma série de obrigações. Ele foi condenado, por unanimidade das três juízas do caso, pelos crimes de prevaricação, peculato, fraude, tráfico de influência e dois delitos contra as finanças públicas.

 
Urdangarin, medalhista olímpico de handebol e empresário, deverá comparece no primeiro dia de cada mês às autoridades judiciais da Suíça. Além disso, será obrigada a comunicar ao tribunal qualquer deslocamento para fora da União Europeia ou mudança de residência, mesmo que temporária.

 

O tribunal concordou em evitar a prisão do marido de Cristina, a pedido da Procuradoria, que argumentou que o seu risco de fuga é muito pequeno, uma vez que ele precisa estar sempre escoltado pela polícia. Os procuradores, no entanto, haviam pedido a manutenção da fiança de 200 mil euros, mas o tribunal aliviou também o pagamento. Já a defesa de Urdangarin reforçou que ele sempre se manteve à disposição da Justiça durante o longo julgamento do caso Noos, no qual foi condenado.

 

O julgamento durou cerca de um ano e contou com 18 réus. No total, nove deles foram absolvidos.Quem recebeu a pena mais alta foi Diego Torres, sócio do marido da infanta. Ele foi condenado a oito anos e seis meses de prisão.

 

Urdangari enfrentou a acusação mais grave do caso. Ele usou o seu título de duque de Palma para desviar cerca de € 6 milhões em contratos públicos através do Instituto Noos, uma organização sem fins lucrativos que dirigia com outro sócio.

 

Já Cristina foi acusada de ter atuado como cooperadora necessária em dois delitos de evasão fiscal. Ela era julgada por supostamente não declarar impostos sobre despesas pessoais pagas pela Aizoon, uma empresa suspeita de corrupção de sua propriedade e de seu marido. A Justiça do país argumentou que o crime não só prejudica a administração pública, mas também a todos os cidadãos.

 

Após a sentença vir a público, o advogado de Cristina disse que ela estava satisfeita pelo reconhecimento da sua inocência, mas seguia convencida da inocência do seu marido.

 

Segundo o jornal "El País", Cristina planejava se mudar para Portugal para ficar mais perto do seu marido, quando as previsões ainda eram de que ele fosse ao cárcere. A família planejava apenas esperar o fim do ano letivo dos filhos na Suíça para se transferir.


Em depoimento durante o julgamento, ao ser interrogada por cerca de 20 minutos pelo seu advogado, a infanta se declarou completamente desvinculada da gestão da empresa Aizoon, de que é co-proprietária junto ao seu marido. A princesa negou que ela ou o seu marido tenham contas em paraísos fiscais.

 

— Não tenho contas em paraísos fiscais. Tenho, sim, uma conta na Suíça, já que moro na Suíça — disse a princesa, segundo o jornal "El País". — Nunca tive contas em paraísos fiscais, assim como meu marido.

 

A investigação serviu para aumentar o sentimento de rejeição dos espanhóis sobre a família real. Muitos dizem que a realeza não se conecta com as pessoas comuns do país. O apoio popular à família já havia sofrido uma bruta quada quando o então rei Juan Carlos foi a uma expedição para caçar elefantes na África no ápice da crise financeira. O monarca abdicou em favor do seu filho mais novo, Felipe, que hoje ocupa o trono.

 

O Globo

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