O vídeo foi gravado na orla do Guaíba, em Porto Alegre e mostra uma vendedora de sorvetes, idosa, sendo imobilizada por guardas municipais, no dia 20 de janeiro.
O vídeo mostra o guarda municipal, observado por dois colegas, mantendo a ambulante deitada de bruços no chão, forçando o joelho contra as costas da vendedora e torcendo o braço dela. Ela pedia ajuda, e dizia que estava junto com uma filha portadora de deficiência.
"Me ajuda, meu braço está doendo", gritava ela.
O autor das imagens afirmou que, após ter sido imobilizada, a mulher foi levada no veículo da Guarda Municipal. "No final, ele [o agente] perguntou se alguém viu alguma agressão, e as pessoas disseram que ele não deveria ter tratado ela assim", contou o homem.
'Não se justifica a truculência'
O advogado Roque Reckziegel, coordenador adjunto da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), viu "exagero" na ação do guarda municipal. Ele destaca que a vendedora não havia cometido nenhum crime – apenas uma falta administrativa.
"A Guarda Municipal estava com três agentes. Não haveria necessidade daquela forma de abordagem, extremamente inadequada sem dúvida alguma. Não se justifica a truculência dessa forma de abordagem", disse Reckziegel.
O advogado destaca que, ainda que ela tivesse arremessado uma cadeira contra os guardas, conforme afirmou a prefeitura, três agentes poderiam conte-la de uma maneira mais "civilizada". "O que está em jogo ali não é a legalidade ou ilegalidade do ato dela. O que chama a atenção ali é a total ilegalidade do ato da autoridade", destacou.
Reckziegel também lembrou que abordagens truculentas costumam acontecer com pessoas humildes, como vendedores ambulantes e moradores de rua.
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