Sobrinho de Geraldo Elói tem viatura à sua disposição, privilégio que os outros investigadores não têm
Em nota emitida nesta terça-feira, a cúpula da Polícia Civil do Amazonas afirma que o PORTAL DO ZACARIAS foi "tendencioso" ao postar denúncia feita por um delegado, segundo a qual uma viatura apreendida com um mecânico, no último domingo, é usada como carro particular pelo investigador Eduardo Ribeiro, sobrinho do diretor do Departamento de Polícia Metropolitana (DPM), Geraldo Elói.
A nota afirma também que a matéria tinha como objetivo "arranhar a imagem dos servidores envolvidos" e que ela (a matéria) foi produzida "a partir de denúncia anônima".
A direção da Polícia Civl admite, no entanto, que a viatura está "de posse" do sobrinho de Geraldo Elói.
RESPOSTA DO "PORTAL DO ZACARIAS"
1º) A cúpula da Polícia Civil está vendo chifre em cabeça de cavalo. O "post" é uma matéria puramente jornalística, produzida a partir de denúncia feita por um delegado, que pediu anonimato por temer perseguição de seus superiores. A denúncia, portanto, não é anônina, como afirma a nota da Polícia Civil. Manter o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional, é um direito assegurado pela Constituição Federal.
2º) Uma pergunta que se impõe: Por que a cúpula da Polícia Civil pôs uma viatura à disposição do sobrinho de Geraldo Elói? Pelo que sabemos, nenhum outro investigador goza de tal privilégio. O que torna Eduardo Ribeiro especial, diferente dos demais investigadores? Seria o parentesco com o diretor do DPM?
3º) Ao dizer que a viatura está "de posse" de Eduardo Ribeiro, a cúpula da Polícia Civil admite que o investigador usa, sim, a viatura como carro particular, como foi relatato na reportagem do PORTAL DO ZACARIAS. Alem de usar o veículo como se dele fosse, o investigador ainda consome gasolina paga com dinheiro do contribuinte. Uma vergonha! Com a palavra o Ministério Público do Amazonas.
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Veja a íntegra da nota da Polícia Civil:
A Polícia Civil do Amazonas, por meio da Assessoria de Imprensa da instituição, esclarece que as informações contidas na matéria que tem como título ‘Viatura apreendida com mecânico é usada como carro particular por sobrinho de diretor da Polícia Civil, denuncia delegado’, publicada nesta segunda-feira, dia 20, pelo Portal do Zacarias, possuem caráter tendencioso e visam arranhar a imagem dos servidores envolvidos.
Produzida a partir de “denúncia anônima”, a matéria informa que o investigador Eduardo Ribeiro, sobrinho do atual diretor do Departamento de Polícia Metropolitana (DPM), delegado Geraldo Elói, teria sido beneficiado pelo tio com um carro que pertence à Justiça do Estado. O carro foi apreendido com um mecânico na madrugada de domingo, dia 19, na zona Sul da cidade.
Em resposta, esclarecemos que o veículo está realmente em posse de Eduardo Ribeiro, após autorização judicial, e que o automóvel foi cautelado ao investigador quando ele ainda estava lotado no Departamento de Investigação sobre Narcóticos (Denarc), no início de 2015. Ressaltamos que ambos são servidores atuantes e respeitados no meio policial. E que não existe qualquer ligação entre o delegado Geraldo Elói e o veículo que estava em posse do investigador.
Eduardo Ribeiro ingressou na instituição em 2014, após ser aprovado em concurso público para o cargo de investigador da Polícia Civil. Atualmente está lotado no 23º Distrito Interativo de Polícia (DIP), localizado no bairro Parque Dez de Novembro, zona Centro Sul. Geraldo Elói está à frente do DPM desde maio de 2016.
Ribeiro é membro do Núcleo de Proteção de Autoridades (NPA) da instituição e conhecido por coordenar escoltas a dignitários. O investigador chegou a receber elogios diretos da seleção masculina da Suécia nos Jogos Olímpicos de 2016, em uma conta oficial nas redes sociais da delegação. O servidor é experiente em operações.
Geraldo Elói é delegado atuante desde 2001. Antes de ocupar o cargo de diretor do DPM esteve à frente das Delegacias Especializadas em Homicídios e Sequestros (DEHS), em Prevenção e Repressão a Entorpecentes (Depre) e em Capturas e Polinter (DECP). Já respondeu, também, pelas titularidades do 2º, 3º, 8º, 9º, 13º e 15º Distritos Integrados de Polícia (DIPs), na capital. Ele atuou, ainda, nas Delegacias Interativas de Polícia (DIPs) de Iranduba, Careiro Castanho e Itapiranga. A autoridade policial já chegou a ser designada ao cargo de delegado regional de Parintins. Em mais de 15 anos dedicados à instituição, é reconhecido pela conduta ilibada adotada.