Materiais encontrados na pesquisa arqueológica, à esquerda, bolsa contendo resquícios de plantas psicotrópicas
Pesquisadores da universidade americana Pennsylvania State encontraram uma bolsa de couro de aproximadamente mil anos usada em rituais indígenas nos Andes, que continha resíduos orgânicos de plantas psicoativas.
"As análises fornecem evidências do uso de múltiplas plantas psicoativas associadas a um sofisticado sistema botânico de conhecimento entre especialistas em ritual (xamãs) durante o período pré-colombiano", diz o estudo.
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O local da descoberta está localizado a uma altitude de 3.900 metros acima do nível do mar e contém evidências de ocupações humanas intermitentes durante os últimos 4.000 anos. Foram encontrados vestígios químicos de harmina, composto do Ayahusca; cocaína; bufotenina, droga alucinógena inalatória e dimetiltriptamina, que dá origiem ao DMT. Estes compostos faziam parte do aparato ritualístico dos xamãs.
Este é o maior número de substâncias psicoativas encontradas em um único sítio arqueológico na América do Sul, segundo a universidade.
"Nós já sabíamos que os psicotrópicos eram importantes nas atividades espirituais e religiosas das sociedades dos Andes centro-sul, mas não sabíamos que essas pessoas estavam usando tantos compostos diferentes e possivelmente combinando-os juntos", disse José Capriles, doutor em Antropologia da Pennsylvania State em comunicado.
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Fotos: Reprodução
Os xamãs tinham conhecimento sobre botânica e eram responsáveis pelos rituais para venerar ancestrais ou de processos de cura.
"É possível que o xamã que possuía esta bolsa tenha consumido várias plantas diferentes simultaneamente para produzir efeitos diferentes ou estender suas alucinações", complementou Capilares.
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