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Mulher
12/05/2018

Diagnóstico lento leva à remoção da mama em 70% dos casos, afirma Ministério da Saúde

Foto: Reprodução

Cerca de 70% dos casos de câncer de mama diagnosticados no país levam a mulher a passar por uma mastectomia (remoção total da mama), de acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM). O principal motivo é que, quando identificada, a doença já está em estágio avançado.

 

De acordo com a entidade, esse índice está ligado à dificuldade do diagnóstico precoce e demora ao acesso a consultas, exames, biópsia e tratamento. Pesquisas internacionais apontam que se o tumor é descoberto logo no início --com menos de 2 centímetros -- as chances de cura podem chegar a 95%, ressalta a SBM.


Para a Agência Brasil, o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, Antônio Frasson, avaliou que a limitação do acesso é um problema muito sério no nosso país, pois "as mulheres no SUS [Sistema Único de Saúde] passam por uma verdadeira 'via crucis' que é conseguir consulta num posto de saúde, ter um pedido de exame e depois realizá-lo. Com o diagnóstico tardio, a agressividade do tratamento é maior."

 

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Frasson disse ainda que a queda na busca pelos exames está relacionada também ao fato de muitos brasileiros estarem sem emprego ou terem perdido a cobertura de plano de saúde. De acordo com o Ministério da Saúde, estados e municípios têm autonomia para organizar a rede de atendimento "e o tempo para realizar diagnóstico depende da organização e regulação desses serviços".

 

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Com intuito de preservar as mamas, médicos têm adotado técnicas que permitem retirar os tumores por meio de um acesso pequeno pela borda da aréola e mamilo ou pelo sulco mamário, com menos risco de complicações e melhores resultados estéticos.

 

Espera pela cirurgia


Existe uma lei (12.802) que prevê reconstrução mamária imediatamente após mastectomia, que completou cinco anos em abril. Ela ressalta que pacientes submetidas a mastectomia têm o direito de realizar a reconstrução mamária por meio do SUS imediatamente após a retirada do tumor.

 

A SBM afirma que apenas 20% das 92,5 mil mulheres que retiraram as mamas entre os anos de 2008 e 2015 passaram pelo procedimento de reconstrução. De acordo com a instituição, a reconstrução mamária imediata é viável em cerca de 90% dos casos.

 

Em nota, o Ministério da Saúde informou que "segundo a mesma lei, quando não houver indicação clínica para realização dos dois procedimentos ao mesmo tempo, a paciente será encaminhada para acompanhamento e terá garantida a realização da cirurgia após alcançar as condições clínicas necessárias. Sendo assim, cabe à equipe médica responsável pela paciente avaliar se é possível realizar os dois procedimentos no mesmo ato cirúrgico."

 

Ainda segundo o Ministério, "a decisão é tomada com base em diversos fatores, como a condição da área afetada para evitar infecção ou rejeição da prótese e a vontade da própria paciente. Em alguns casos, é necessária a radioterapia ou quimioterapia antes da reconstrução mamária ser realizada".

 

Desconhecimento


Muitas mulheres ainda desconhecem essa legislação. Pesquisa da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), em parceria com o Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre (RS), a Johnson & Johnson Medical Devices e o instituto Ideafix mostrou que de 468 mulheres entrevistadas apenas 27,6% disseram conhecer bem a lei. Conforme a pesquisa, 74,8% das entrevistadas que trataram o câncer no sistema privado fizeram a cirurgia de reconstrução mamária e 53,4% das pacientes do sistema público passaram pelo procedimento.

 

"Imediata ou não, a cirurgia de reconstrução é um direito de toda paciente de câncer de mama que passou por mastectomia durante o tratamento da doença. Esse direito deve ser exigido junto ao SUS e aos planos de saúde e discutido com o médico antes da realização da cirurgia ou a qualquer momento após o procedimento de retirada do tumor, no caso de uma reconstrução tardia", disse a presidente da Femama, Maira Caleffi.

 

Uol / Agência Brasil

 

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