19 de Abril de 2024 - Ano 10
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15/09/2016

Em entrevista, Heloísa Périssé fala de personagem com TOC e da chegada dos 50 anos

Foto: Gianne Carvalho

A atriz estreou na série "TOC

Heloísa Perissé estreou nesta semana na série "TOC’s de Dalila", no Multishow. Na história, que foi escrita pela atriz junto com Denise Crispun e João Brandão, ela vive a protagonista Dalila, uma mãe que tem Transtorno Obcessivo Compulsivo por organização.

 

"É uma mulher em busca da volta ao trabalho depois de estar tantos anos afastada. Mas ela acaba entrando no mercado até sem querer. Durante esse período que ela ficou sem trabalhar por causa do filho, ela desenvolveu milhões de TOC's e manias, o que consegue aproveitar em prol dela", contou à Marie Claire, "O filho a filma arrumando um quarto de adolescente como só ela sabe, põe na internet e o vídeo viraliza. E então as pessoas começam a chamá-la pra arrumar os quartos dos filhos."

 

A filha de Helóisa, Luísa, de 17 anos, fará uma participação na série. A atriz, que também é mãe de Antônia , de 10 anos. conta que nunca as incentivou a seguir a mesma carreira que ela. "Nem pro sim, nem pro não. O que elas escolhessem, eu apoiaria."

 

A seguir, ela fala mais sobre o papel, das filhas e dos 50 anos recém-completos.

 

Marie Claire - Você interpreta uma personagem maníaca por organização. Você também é assim? Diria que se inspirou em você mesma?


Heloísa Périssé -
Um pouco [risos]. Na realidade a Dalila é em homenagem à minha mãe. Essa sim é uma pessoa que tem TOC. Ninguém arruma uma casa como ela, que limpa geladeira com cotonete pra conseguir limpar aquelas parte bem difíceis. Eu não sou minha mãe, não tenho esse grau, mas sou uma pessoa bastante à organização, para que as coisas estejam direitas, arrumadas. O lugar pra cada coisa e cada coisa no seu lugar. Esse é o bordão de Dalila.


MC - Sua filha [Luísa, do relacionamento com Lug de Paula] também atua na série. Como tem sido a experiência de trabalharem juntas? Dá dicas pra ela?


HP -
Ela teve uma pequena participação, mas não chegou a contracenar comigo. Acho bom ela começar assim, devagar, pra ir sentindo, ver se é isso mesmo que quer, ir aprimorando as coisas que ela está buscando na vida. Dou bastante dicas. Digo pra ela o seguinte: ‘minha filha, já que você tem o dom da escrita, escreva.' Isso dá uma liberdade muito grande de você poder optar pelos seus trabalhos, os personagens que você quer desenvolver. E agora ela está com 17 anos, já está pensando em fazer também vestibular para o curso de letras. É bom abrir o leque, né?

 

MC - Recentemente, vi uma entrevista de um ator que diz que não quer incentivar a filha a seguir a carreira artística porque vê muitos filhos de atores que só querem atuar por causa dos pais. Como você reagiu quando soube que sua filha queria ser atriz? Como lidou ?


HP -
Nunca me preocupei com o que elas queriam ser. Não interessa o que você quer ser na vida, seja o melhor. Acho que você tem que ter amor pelo o que você faz, e não visar na sua vida uma coisa porque vai te dar dinheiro. Quando você tem conhecimento, faz algo que ama, a tua recompensa já está ali, entendeu? Porque você não precisa nem atingir o objetivo, você já é apaixonado pelo caminho. Acho realmente que elas têm muito jeito pra isso. Claro que elas têm que trabalhar, desenvolver, buscar a assinatura delas. Eu digo: ‘não passem a vida sendo a filha da, a neto do, a sobrinha... Busca o teu caminho. E isso é uma coisa que eu bato na tecla.

 

A filha de Heloísa, Luísa, fará uma participação na série "TOCs de Dalila" (Foto: Gianne Carvalho)

A filha de Heloísa, Luísa, fará uma participação na série "TOCs de Dalila"

(Foto: Gianne Carvalho)


MC - Mas então você não as incentivou pra seguir esse caminho?


HP -
Nunca. Nem pro sim, nem pro não. O que elas escolhessem, eu apoiaria. A única coisa é que eu acho que as duas escrevem muito bem e elas devem ter uma faculdade, como letras, que no fundo vai complementar o que elas fizerem.

 

MC - Sua personagem acaba se separando do marido depois que volta a trabalhar. Acha que isso ainda acontece hoje?


HP -
Acho que acontece sim. Quando você está em casa, é uma mulher que a vida inteira não trabalhou, e de repente você começa a trabalhar, isso causa uma estranheza. E eu conheço amigas minhas que passaram por essa situação. De começarem a trabalhar, de querem mudar o combinado, sabe? Isso foi um choque. Assim como eu acho que é com a pessoa que para de trabalhar. Quando o seu marido se aposenta, você se aposenta, é uma outra vida.


MC - Você é uma comediante e muitas das suas personagens têm humor. Gostaria de sair um pouco dessa área e fazer outros gêneros?


HP -
Minha última personagem, em Boogie Oggie, não tinha humor. Gosto de outros gêneros, mas gosto muito de fazer humor. Muito, muito! Porém, acho importante variar. Eu sempre tive esse desejo na minha vida. Eu acabei entrando pelo humor porque eu sou uma pessoa que naturalmente tenho esse jeito de ser. Eu sou assim na minha vida. Pra você ser engraçado, você não tem que ser ator. Você pode ser um motorista de táxi engraçado, uma cozinheira engraçada, um datilógrafo engraçado, cabeleireiro [risos]... Qualquer coisa. Eu sou assim no dia a dia, então isso acabou chamando atenção. Mas eu sempre quis variar, fazer outras coisas... Fiz e continuarei fazendo quando aparecer algo que eu acho que vale a pena.

 

MC - Você também está no elenco de Lei do Amor [próxima novela das 9h]. Sua personagem é uma esotérica. Acredita em astrologia ou em outras coisas?


HP -
É uma mulher que lê cartas, mas na verdade é uma picareta, né. Ela fingia tanto que via as coisas que uma hora ela começa a ver mesmo [risos]. E ela própria se apavora com o que vê às vezes. Realmente existe energia, isso é um fato, e energia se transforma em matéria. Mas eu realmente sou uma pessoa que acha que o futuro a Deus pertence. Pode ter alguns acertos, até matematicamente acredito que há uma regência no mundo, mas acho que tudo pode ser mudado. Não é que eu acredite ou não, mas não baseio minha vida por isso.


MC - Você acaba de completar 50 anos. A chegada da idade é uma questão pra você? Como lida com o envelhecimento?


HP- 30 e 20 [risos]. Não é uma questão. Lido maravilhosamente bem. Sou uma mulher amiga do tempo. Sou que nem vinho: quanto mais velha, melhor. Acho bonito, chique, colocar um óculos pra ler. Me acho ótima, interessantíssima, mais do que antes! Quero ter corpinho de 30, mas posso continuar com a minha cabeça de 50 tranquilamente, muito feliz! [risos].

 

MC - O que mudou pra você com a chegada dos 50?


HP
- Pensei que com o tempo eu poderia ir me assustando, mas as coisas pra mim só mudaram pra melhor. Acho que amadureci no meu casamento. Hoje eu e meu marido [Mauro Farias] vivemos com plenitude a intersecção dos nossos conjuntos. Fico feliz de poder ver minhas filhas crescendo.

 

Fonte: Marie Claire

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