O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, sugere que a Câmara pode fazer alterações no texto
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou a ideia apresentada pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ministro Paulo Guedes de uma moeda única entre Brasil e Argentina. Maia questionou se a medida não desvalorizaria o real e traria a inflação de volta ao Brasil. Bolsonaro e Guedes estiveram reunidos com empresários argentinos nesta quinta-feira em Buenos Aires, onde anunciaram a proposta.
"Será? Vai desvalorizar o real? O dólar valendo R$ 6,00? Inflação voltando? Espero que não", afirmou Maia em seu perfil no Twitter.
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Em Buenos Aires, Bolsonaro chegou a dizer o 'peso real', como vem sendo chamada a moeda, seria um primeiro passo para a construção de um "sonho de ter uma moeda única no Mercosul". Ele citou a experiência do euro, moeda usada em parte dos países da União Europeia, e disse que apoiava a ideia, de autoria de Paulo Guedes.
'Peso real'
Mais tarde, Guedes esclareceu que o 'peso real' é um projeto que ele defende desde os anos 1980, mas que só seria factível no longo prazo, talvez em 20 anos.
A ideia, segundo fontes, vem sendo discutida pelos governos do Brasil e da Argentina há pelo menos dois meses e tem gerado forte entusiasmo na Casa Rosada, em um momento difícil para o presidente Mauricio Macri, em campanha para tentar sua reeleição.
Uma das primeiras conversas entre interlocutores de Brasil e Argentina no assunto teria ocorrido nos Estados Unidos, durante uma reunião no Fundo Monetário Internacional (FMI). A primeira reação de ministros do gabinete de Macri teria sido de certo ceticismo, mas com o passar do tempo e o agravamento da crise econômica argentina, a Casa Rosada teria ficado interessada no projeto.
O governo argentino, disseram outras fontes locais, vê a criação de uma moeda comum como uma ferramenta que poderia dar estabilidade financeira ao país e até mesmo ajudar Macri a melhorar sua imagem e suas chances de conquistar um segundo mandato.
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Guedes é cauteloso sobre o assunto e diz apenas que a ideia foi bem recebida pelos empresários argentinos. Mas para o Brasil ainda é cedo para falar em prazos e existem outras prioridades, entre elas e com destaque a aprovação da reforma da Previdência.
Na noite desta quinta-feira, o Banco Central divulgou nota informando que não há "projetos ou estudos em andamento para uma união monetária com a Argentina".
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