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07/07/2017

Embriões híbridos de humanos e porcos poderiam salvar vidas no futuro?

Foto: Reprodução

De acordo com os cientistas, a ideia é deixar que os embriões se desenvolvam no interior dos porcos

Por mais que existam pessoas superdispostas a doar seus órgãos, a verdade é que a demanda é muito, muito maior do que a disponibilidade — e milhares de indivíduos morrem todos os anos enquanto esperam pelo transplante.

 

Por conta desse tipo de dificuldade, os cientistas vêm trabalhando no sentido de encontrar alternativas para driblar a escassez, como produzir órgãos em laboratório, por exemplo.


Uma nova saída se refere à criação de embriões híbridos de humanos e porcos.

 

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A técnica, proposta por pesquisadores da Universidade da Califórnia, consiste em combinar células-tronco humanas com o DNA dos animais, com o objetivo de produzir um embrião e, então, órgãos humanos.

 

Essas “quimeras” inclusive já foram implantadas em fêmeas e deixadas em seus corpos por 28 dias antes de serem removidas, analisadas e descartadas com sucesso.

 

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Técnica promissora


De acordo com os cientistas, a ideia é deixar que os embriões se desenvolvam no interior dos porcos e que os fetos deem origem aos órgãos necessários para os transplantes.

 

De momento, o procedimento envolve a “edição” do código genético dos futuros filhotes para que eles não tenham o pâncreas e, depois, injetar células-tronco humanas em seus organismos para que elas produzam os órgãos que serão usados nos transplantes dentro dos bichinhos. 

 

 

Segundo explicaram, os cientistas estão freando o processo de desenvolvimento aos 28 dias — nessa etapa da pesquisa, eles estão se dedicando a monitorar o comportamento das células humanas nos embriões.

 

Segundo explicaram, para criar o porquinho contendo o órgão para transplante seriam necessários 114 dias, sem falar que as diretrizes éticas internacionais não permitem que o desenvolvimento dos fetos ultrapasse o período de quatro semanas.


Outra curiosidade sobre a técnica é que, embora o órgão humano seja estranho ao organismo do animal, os cientistas explicaram que a rejeição não ocorre, porque, como o bichinho se encontra no estágio embrionário, seu sistema imunológico ainda não foi desenvolvido.

 

Por certo, os porcos foram eleitos os candidatos para a pesquisa devido ao fato de os órgãos desses animais apresentarem muitas semelhanças com os dos humanos.

 

 

Além disso, os cientistas optaram por escolher o pâncreas para desenvolver a pesquisa, porque esses órgãos raramente são adquiridos para transplante.

 

Isso porque eles não podem ser obtidos de doadores vivos e começam a se degradar muito rapidamente após a morte do paciente, impossibilitando o procedimento.

 

Teoricamente, a técnica envolvendo os porcos poderia ser usada para a criação de outros órgãos também, como os rins e o coração.


Implicações éticas


O procedimento é, sem dúvida, muito promissor, mas ele ganhou muitos críticos dentro e fora da comunidade científica.

 

Para os defensores do desenvolvimento dos híbridos, o procedimento poderia pôr um fim à falta de disponibilidade de órgãos para transplante e evitar que milhares de pessoas morram todos os anos no mundo.

 

Fotos: Pixabay

 

Por outro lado, também temos os que estão preocupados com o bem-estar dos animais e com a possibilidade de que algumas doenças possam ser transmitidas dos porcos aos humanos.

 

Sem falar nas implicações éticas e o debate sobre os limites da pesquisa genética que a técnica desperta.


Há quem expresse preocupação com a possibilidade de que, no futuro, os embriões sejam usados para o desenvolvimento de outros tecidos e órgãos, como o cérebro, por exemplo.

 

Nesse sentido, existem pessoas apreensivas com a perspectiva de que os cientistas acabem criando porcos mais “humanos” com seus experimentos.


E ainda existem aqueles que acreditam que a criação das quimeras poderia ser ofensivo para a dignidade humana — o que, convenhamos, pouco importa se o órgão desenvolvido significa que o paciente poderá melhorar sua qualidade de vida e sobreviver à sua doença.


Além disso, vale destacar que a técnica em desenvolvimento pelos cientistas da Universidade da Califórnia não tem nada a ver com o xenotransplante, ou seja, com o uso de tecidos de outras espécies em humanos.

 

Os órgãos criados por meio do procedimento em questão seriam compostos principalmente por células humanas.

 

Enquanto a pesquisa avança, essas questões todas estão sendo tratadas com cautela.

 

Afinal, a técnica, se algum dia for considerada como alternativa viável, além de acabar com as filas de transplantes, tem o potencial de transformar a forma como envelhecemos.

 

Ela poderia permitir que órgãos como pulmões, corações, fígados e rins sejam trocados por novos, estendendo nossas vidas.

 

Mega Curioso

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