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14/08/2017

Especialistas dão dicas para não se complicar ao usar o cartão de crédito

Foto: Reprodução

Especialistas dão dicas para não se complicar ao usar o cartão de crédito

Usado para adquirir bens ou serviços em todo o mundo, o cartão de crédito, por ser prático e oferecer vantagens ao consumidor, é uma das mais populares formas de pagamento eletrônico no Brasil.

 

A comodidade de poder consumir algo sem necessariamente ter a quantia em mãos facilita a vida de pelo menos seis a cada 10 brasileiros, de acordo com uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes (CNDL), divulgada em junho deste ano.

 

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Criado para facilitar a vida, o cartão de crédito pode se tornar uma grande dor de cabeça quando mal utilizado. O mesmo estudo revelou que 57% dos usuários da modalidade não controlam de maneira adequada os gastos realizados.

 

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Para Aparecida Barreto, o dinheiro de plástico é a melhor

forma de se organizar mensalmente 


Em Brasília, os números também confirmam que o cartão ainda é o queridinho das formas de pagamento.

 

De acordo com a pesquisadora da Universidade de Brasília (UnB) Ana Luíza Marinho Carneiro, mais da metade dos moradores do Distrito Federal, 61% , informou possuir cartão de crédito, com uma média de dois por pessoa. A pesquisa foi realizada com cerca de seis mil entrevistados.


Apesar da preferência da população, Pedro Jobim, planejador financeiro e diretor da Câmara de Dirigentes Lojistas Jovem (CDL Jovem), alerta que o brasileiro tem um dos níveis de educação financeira mais baixos do mundo.

 

Claudinei Sousa usa o cartão de crédito, principalmente, para compras

de supermercado (Fotos: Luis Nova / Esp. CB / D.A Press)

 

Por isso, opções que a princípio são benéficas, se não forem bem administradas, trazem prejuízos financeiros e dívidas. “Um dos erros de usuários do cartão de crédito está em preferir parcelar a poupar”, afirmou.

 

Diminuir o limite junto às administradoras ou mesmo optar por pagamentos à vista são, segundo o diretor, as alternativas para quem não consegue controlar os gastos.


Consumidor


Ter um cartão de crédito não significa apenas comprar e pagar no futuro. No mês de julho, a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada pela Fecomércio-DF, mostrou que 77,8% das 600 famílias entrevistadas na capital do país estão endividadas.

 

Desstas, 90% se declararam comprometidas com o cartão de crédito. Na comparação com o mês de junho, não houve grande mudança nos dados colhidos.

 

De acordo com Adelmir Santana, presidente da Fecomércio, os brasilienses estão mais cautelosos. “Desde fevereiro, a pesquisa mostra queda no total de endividados na capital do País.

 

Isso demonstra a moderação na hora de fazer compras a prazo e a preocupação com a instabilidade no emprego”, aponta. Além disso, segundo o presidente, o consumidor tem priorizado o pagamento e a renegociação das dívidas assumidas.


Além da possibilidade de dividir um pagamento em várias parcelas, o consumidor pode garantir descontos em serviços ou exclusividade para obter ingressos de espetáculos, jogos e shows, por exemplo.

 

 

Pelo sistema de acumulação de pontos, há empresas que oferecem ao usuário o programa de milhas para viagens aéreas. Mas Myrian Lund, planejadora financeira e professora da Fundação Getúlio Vargas (FGV), alerta que o consumidor deve avaliar se as vantagens oferecidas pela modalidade são compatíveis com o estilo de vida.

 

“Há pessoas que focam nas vantagens do cartão, mas não usufruem disso. Não adianta pensar em milhas e não ter o costume de viajar”, pontuou. O cartão de crédito é uma boa alternativa para quem tem controle dos gastos e sabe se organizar.

 

É importante, segundo Lund, pensar sempre em juros baixos e dívidas rápidas. “Parcelamentos são perigosos. Se optar por isso, avalie se vale a pena negociar um empréstimo com o banco para quitar a dívida, pois os juros do cartão de crédito costumam ser os mais caros do mercado”, indicou.

 

Fotos: Reprodução


A forma mais saudável de se usar cartão de crédito é quando se tem dinheiro. Parece contraditório, mas a planejadora financeira pessoal, Gabriela Vale, indica que o uso do plástico não deve ser para suprir a falta de capital.

 

“Se pagou no crédito, tem que pensar que o dinheiro já tem dono, ele só não veio buscar. Por isso, guarde a quantia referente à compra para pagar a fatura mensal”, alertou.

 

Anotar todas as despesas está no topo de dicas para não perder o controle das finanças. Por isso, as planilhas mensais de gastos já são parte da rotina da servidora pública Aparecida Barreto, 34. Para ela, o cartão de crédito é a melhor forma de se organizar mensalmente.

 

“Só compro à vista quando o local não aceita outra forma de pagamento. Além disso, as vantagens que os meus dois cartões me oferecem me estimulam a manter as compras no crédito”, relatou.

 

Ficar sem o dinheiro de plástico na carteira está fora dos planos da servidora que costuma fazer, principalmente, compras de mercado para pagar futuramente.


Diferentemente de Aparecida, o militar Claudinei Sousa, 46, faz as compras de mercado a prazo por questão de necessidade. Ele entra na estatística registrada pelo SPC Brasil, em pesquisa de junho deste ano.

 

Os números apontam que as compras de supermercados lideraram entre os itens mais adquiridos via cartão de crédito: 65% dos brasileiros escolhem a modalidade.

 

“Se eu pudesse escolher, pagaria tudo no débito. Mas, planejo me livrar dos cartões de crédito em seis meses”, contou o militar, que considera a modalidade de compra traiçoeira e evita ao máximo recorrer a parcelamentos.


Os atrativos incentivam o consumidor a efetuar pagamentos no crédito. Para Everton Correia, doutor em economia da CNDL, comprar bens não duráveis a prazo é um negócio ruim.

 

“Somente no caso de veículos e eletrodomésticos, por exemplo, é indicado o uso do cartão, já que o consumidor utilizará os itens por muito tempo”, reforçou.


Luis Nova/Esp. CB/D.A Press
Claudinei Sousa usa o cartão de crédito, principalmente, para compras de supermercado


Crédito ou débito?


Os especialistas alertam: na maioria das vezes, comprar à vista é a melhor opção. A professora Paula Poll, 33, segue a dica à risca e só recorre ao crédito quando compra eletrodomésticos e viagens internacionais.

 

“Parto do princípio de que, se não tenho dinheiro na conta, não tenho condições de ter aquele bem que desejo”, pontuou. Atualmente, de acordo com a planejadora Gabriela do Vale, há estabelecimentos que oferecem bons descontos para quem adota o estilo de pagamento imediato.

 

Além disso, segundo ela, é necessário ficar atento aos valores de anuidade que cada operadora oferece. Algumas já poupam o consumidor dests tipo de despesa.


Vantagens


Dentre as vantagens das compras à vista, pagar com dinheiro pode evitar problemas recorrentes no Distrito Federal: golpes aplicados no uso do cartão de crédito.

 

De acordo com o delegado Wisllei Salomão, da Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor, a Ordem Tributária e a Fraudes (Corf), o consumidor deve ficar atento aos sites de compra não seguros e não deve aceitar ajuda de desconhecidos no caixa do banco.

 

Esses exemplos são os mais comuns no DF, segundo estimativa do delegado, e podem ser uma porta aberta para criminosos clonarem cartões.

 

“Caso caiam em golpes, basta registrar a ocorrência em qualquer delegacia do DF e comunicar o banco responsável pelo cartão”, aconselhou.

 

Confira as dicas de especialistas sobre como usar o cartão de crédito


1 - Tenha uma vida financeira saudável


Guarde a quantia da compra — O cartão não deve funcionar como uma ferramenta para suprir a falta de dinheiro. Portanto, se a opção for por comprar no crédito, guarde a quantia referente à compra para pagar a fatura.


Pense se o item que deseja comprar é necessário — Preciso? Tenho dinheiro? Tem que ser hoje? Se a resposta para as três perguntas for “sim”, compre.


Opte pelo pagamento à vista, caso haja descontos — Há lojas que oferecem preços menores se a compra for no dinheiro ou débito. Vale avaliar se é um bom negócio.


Anote as compras feitas no cartão de crédito — É importante ter a gestão dos gastos para evitar surpresas quando a fatura chegar.


Pague o cartão de crédito com o salário do mês anterior — Um dos erros do consumidor é usar parte do salário para pagar o cartão de crédito, recorrer a ele quando não há mais dinheiro na conta e continuar o ciclo até que se forme uma dívida. Cuidado com a bola de neve.


Evite parcelamentos — Apesar de o crédito rotativo vencer no mês seguinte ao uso, os juros oferecidos pelo cartão podem gerar valores ainda mais altos para quitar a compra.

 

Além disso, o crédito pessoal tem juros menores do que os do cartão. Avalie a dívida e analise se negociar um empréstimo junto ao banco é a melhor opção.


Cuidado com vendedores — É preciso entender e respeitar os próprios limites. Antes de aceitar conselhos dos vendedores para parcelar a compra, pense na própria situação financeira.


Avalie se os programas de vantagem são úteis — Não é só porque há benefícios que será bom para o consumidor. Não adianta acumular pontos para milhas, se viajar não faz parte da rotina da família.


2 - Golpes mais comuns no Distrito Federal


Troca do cartão no caixa eletrônico — alguém oferece ajuda para efetuar operações do cartão. Não aceite se não forem funcionários do Banco e se não for em horário regular de serviço. Nunca digite a senha na frente de qualquer pessoa.


Máquinas de cartão adulteradas — certifique-se de que o estabelecimento da compra é de confiança, pois há máquinas que armazenam dados do cartão, inclusive senha.


Comunicação via SMS ou e-mail — operadoras de cartão não costumam se comunicar com o consumidor por esses meios. Caso isso aconteça, procure o seu banco.


Golpe do motoboy — o cliente recebe ligação da suposta operadora do cartão para confirmar uma compra mentirosa. Ao não confirmar, os criminosos pedem que a pessoa digite a senha do cartão e escreva uma carta de próprio punho dizendo que não reconhece a compra.

 

Por fim, um motoboy da suposta empresa vai até o cliente e busca a carta e o cartão. A partir daí, utilizam dados da pessoa para compras fraudulentas.


3 - Como evitar dores de cabeça


Verifique a segurança do site de compra – É fundamental pesquisar o nome e a reputação do site antes de pensar em consumir algo. Acessar portais de reclamação de consumidores pode alertar quanto aos sites fraudulentos.


Atenção ao digitar as senhas do cartão de crédito — Observe ao redor se alguém estiver olhando no momento de finalizar a compra. Os smartphones costumam distrair o consumidor e fazê-lo perder o foco nesses detalhes.


Guarde o comprovante de compra com cartão de crédito — Ao chegar a fatura ou o extrato, cheque se os valores são equivalentes.


Peça confirmação da compra por SMS — Há bancos que oferecem esse serviço gratuitamente. Isso pode evitar fraudes, pois, no momento da compra, o dono do cartão é informado via SMS.

 

Caso haja problemas, é mais fácil ligar imediatamente para a administradora do cartão e pedir bloqueio do cartão.


4 - Juros


Agosto foi o quarto mês de vigência das novas regras do cartão de crédito que definiu o pagamento mínimo de 15% da fatura por um mês, ou seja, o banco não pode mais rodar a dívida.

 

Para o consumidor, há duas opções: ou paga o valor total, ou parcela a quantia em outra linha de crédito, com o juro mais barato.

 

Em junho, a taxa média de juros do rotativo para pessoas físicas aumentou e somou 378,3% ao ano, segundo números divulgados ao final de julho pelo Banco Central. Em maio, o número estava em 377,9% ao ano.

 

Correio Braziliense

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