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Bizarro
13/03/2017

Este bizarro aglomerado sugere que nossa compreensão atual sobre como as estrelas se formam pode estar errada

Foto: Reprodução / Science Alert

Ao calcular a idade das estrelas desta pequena formação irregular

Astrônomos encontraram algo inteiramente inesperado na Grande Nuvem de Magalhães, uma de duas galáxias anãs vizinhas à Via Láctea, de acordo com informações da Science Alert.

 

Ao calcular a idade das estrelas desta pequena formação irregular, encontraram um grupo diferente composto por 15 delas dentro de um mesmo cluster. Tal descoberta, no entanto, está em desacordo com o modelo já estabelecido de como esses objetos, tão abundantes no espaço, realmente se formam.

 

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“Nossos modelos de evolução estelar são baseados no pressuposto de que as estrelas dentro dos clusters são formadas a partir do mesmo material e praticamente ao mesmo tempo”, disse o pesquisador principal do estudo Bi-Qing For, do Centro Internacional de Pesquisa de Rádio Astronomia na Austrália Ocidental. “Se esse pressuposto for revelado incorreto, como sugerem nossos achados, então esses importantes modelos precisarão ser revisados”.

 

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Os clusters, ou aglomerados, são grupos de estrelas unidas pela gravidade. Os modelos tradicionais assumem que todas elas dentro de um mesmo conjunto foram formadas a partir da mesma nuvem de gás molecular. Isso significa que esses blocos fundamentais de construção de galáxias deram origem a milhares ou milhões delas de mesma idade e composição química.

 

No entanto, e indo na contramão dessa premissa, os cientistas australianos estão assumindo que tudo isso pode estar errado. Comparando as localizações de milhares de estrelas com a de aglomerados, For e sua equipe encontraram o que parecem ser 15 “candidatos estelares” que são muito mais jovens do que outras estrelas dentro de um mesmo cluster – e sete deles estão localizados bem no centro desse aglomerado.

 

São conhecidas como “candidatos estelares”as estrelas que se parecem muito como tal, mas que não podem ter sua identidade confirmada porque uma enorme nuvem obscurece nossa visão delas aqui da Terra. No entanto, se essa observação puder ser confirmada, isso significa que os cientistas terão de sugerir uma nova explicação sobre como estas 15 estrelas surgiram.

 

A explicação mais óbvia, por enquanto, é que elas se formaram a partir do gás molecular que escapa do espaço interestelar para dentro do cluster. Uma vez que o aglomerado de estrelas mais velhas apareceu, novos gases de formação entraram e deram vida a uma geração mais jovem. “Eliminamos outras possibilidades por meio de observações feitas por radiotelescópios para mostrar que não havia correlação entre gás de hidrogênio interestelar e a localização dos aglomerados que estávamos estudando”, explicou For.

 

Logo, eles pensaram que essas estrelas mais jovens teriam sido criadas dentro dos clusters por meio da matéria ejetada das mais velhas à medida que estas morriam. Tal suposição sugere que os aglomerados poderiam ser o lar de várias gerações de estrelas.



Esta, no entanto, não é a primeira vez que o modelo tradicional de formação estelar é questionado. Em observações feitas em 2007 pelo Telescópico Espacial Hubble, pesquisadores descobriram que um grande número de estrelas relacionadas a Grande Nuvem de Magalhães tinha características incomumente diversas. Ainda, estudos realizados em 2015 e no início deste ano encontram múltiplas populações estelares com diferentes composições de hélio.

 

Agora, a equipe considera como próximo desafio poder confirmar essas observações, uma vez que as nuvens maciças e escuras de poeira e gás se dissipam rapidamente. “Se apontarmos o Hubble para os clusters que estudamos, então devemos ser capazes de ver e confirmar de uma vez por todas essa hipótese”, disse um dos membros da equipe Kenji Bekki.

 

Science Alert / Jornal Ciência 

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