29 de Marco de 2024 - Ano 10
NOTÍCIAS
Educação
21/11/2017

Estudantes brasileiros estão entre os piores para trabalhar em equipe

Foto: Marco Saroldi / Shutterstock

Relatório internacional mostra que, entre 52 países, Brasil ganha apenas da Tunísia nesse quesito

Um relatório divulgado nesta terça-feira com dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês) revelou que os estudantes brasileiros estão entre os piores, em meio a 52 países ou economias com dados disponíveis, no que diz respeito a resolver problemas de maneira colaborativa,ou seja, escutando outras opiniões, compartilhando esforço com outros colegas e reunindo conhecimentos para chegar a uma solução. A média de 412 pontos obtida pelos brasileiros nessa competência ganha somente da Tunísia, que registrou 382 pontos.


A nota brasileira fica bem distante da média de 500 pontos dos 32 países da Organização para a Cooperação do Desenvolvimento Econômico (OCDE), responsável pelo estudo. Outras nações da América do Sul, como o Chile e o Uruguai também tiveram nota superior, com 457 e 443, respectivamente.

 

Veja também 

Palestra do ministro do TCU dá início ao Simpósio Nacional sobre Ouvidorias, no TCE-AM

 

A análise da proficiência dos estudantes nessa competência evidencia um cenário ainda mais complicado para o Brasil. Cerca de 64% dos estudantes brasileiros têm desempenho baixo quando o assunto é resolver problemas de maneira colaborativa. A avaliação classificou o percentual de alunos em cinco níveis de proficiência: abaixo de 1, nível 1, nível 2, nível 3 e nível 4. Nesta escala, considerou os estudantes em patamares inferiores ao nível 2 como aqueles que têm desempenho baixo.

 

Curtiu? Siga o PORTAL DO ZACARIAS no Facebook e no Twitter.


Cerca de 21,2% dos alunos do país avaliados no Pisa - um em cada cinco estudantes- foram localizados no patamar abaixo do nível 1, o que significa que sequer têm essa habilidade. A maior parte dos estudantes brasileiros (43%) ficou na faixa do nível 1, ou seja, "se concentram em seu papel individual dentro do grupo, mas com ajuda dos colegas podem ajudar a encontrar solução para um problema simples".

 

Somente 0,6% desses jovens estão no nível mais alto, quando são capazes de resolver problemas de alta complexidade em colaboração com os colegas. Segundo o relatório, esses estudantes "asseguram que os membros da equipe atuem de acordo com seus papéis acordados". Também "tomam iniciativa e executam ações ou fazem pedidos para superar obstáculos e resolver desentendimentos e conflitos."

 

A realidade é bem diferente entre os países da OCDE, onde 28,1% têm baixo desempenho (abaixo do nível 2). Nesse grupo, apenas 5,7% dos estudantes estão na pior faixa (abaixo do nível 1).

 

O Pisa avalia a cada três anos o desempenho de alunos de 15 anos nas disciplinas de matemática, ciências e leitura. E coleta dados paralelos em relação a esses estudantes. Para analisar a competência relativa à resolução de problemas de maneira colaborativa, o exame aplicou questões interativas e de múltipla escolha, nas quais os outros agentes envolvidos na resolução da tarefa eram simulações computadorizadas. O aluno foi avaliado a partir de suas interações e respostas em relação a esses agentes.

 

O documento destaca a importância dessa competência no mercado de trabalho, exemplificando que o salário de cargos que demandam essas habilidades são, em média, 20% maiores que os demais.


Competências desenvolvidas em conjunto

 

O relatório mostra ainda um detalhe curioso. Nas nações e economias com melhores desempenho no que diz respeito à capacidade de trabalhar em equipe também são observadas as melhores notas nas avaliações de matemática, leitura e ciências. Em países como Austrália, Canadá, Nova Zelândia, Cingapura, Estados Unidos e Reino Unido, mais de 69% dos estudantes com melhores notas nessas provas também têm alto desempenho na competência que mede capacidade de resolução de problemas de maneira colaborativa. Segundo a pesquisa, essa forte relação entre a habilidade de colaboração e boas notas nas provas regulares indica que as competências cognitivas e sociais são desenvolvidas em conjunto na sala de aula.

 

No Brasil acontece o oposto. A relação entre boas notas nas disciplinas e desempenho satisfatório na competência de resolução de problemas é fraca. O diagnóstico do estudo é que essa característica pode indicar que Isso pode implicar que " as habilidades colaborativas de resolução de problemas no país são desenvolvidas independentemente de habilidades e alfabetização nos três principais assuntos do Pisa (matemática, leitura e ciências)."

 

Nesse sentido, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que traçará diretrizes paras os currículos das escolas brasileiras, pode contribuir. A versão mais recente do documento relativo ao ensino fundamental, entregue pelo Ministério da Educação (MEC) ao Conselho Nacional de Educação (CNE), traz os objetivos de aprendizagem que devem ser trabalhados com os estudantes desde a educação infantil. Em meio a diversas orientações, a colaboração entre colegas e dos estudantes com os professores aparece expressa nas habilidades a serem desenvolvidas desde o primeiro segmento.

 

O Globo

LEIA MAIS
DEIXE SEU COMENTÁRIO

Nome:

Mensagem:

publicidade

publicidade

publicidade

publicidade

publicidade

Acompanhe o Portal do Zacarias nas redes sociais

Copyright © 2013 - 2024. Portal do Zacarias - Todos os direitos reservados.