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07/06/2017

Estudo revela que dormir pouco pode contribuir para aparecimento do câncer de próstata

Especialista na área, Fernando Leão alerta que o estilo de vida mais saudável está diretamente relacionado à saúde urológica. No Brasil, um homem morre a cada 40 segundos vítima de câncer de próstata

Um recente estudo realizado pela American Cancer Society, em Atlanta, nos Estados Unidos, revelou que homens de até 65 anos que dormem menos de 5 horas por dia podem aumentar em até 55% o risco de desenvolver o câncer de próstata.

 

Os pesquisadores avaliaram dados de dois grupos. O primeiro era composto por 407.000 homens, entre 1950 e 1972; o segundo continha dados de mais de 416.000, entre 1982 e 2012. Nenhum dos envolvidos tinha câncer quando iniciaram a pesquisa. Mas, durante o período de acompanhamento, 1.500 que fizeram parte do primeiro estudo e mais de 8.700 do segundo morreram em decorrência de um câncer de próstata.

 

Os pesquisadores analisaram os padrões de sono dos participantes. Durante os primeiros oito anos, eles observaram que os homens com até 65 anos de idade que dormiam entre três e cinco horas por noite tinham o risco 55% maior de morrer de câncer de próstata do que aqueles que dormiam sete horas.

 

Quando o sono era de seis horas por noite, o estudo constatou um risco 29% maior em comparação ao sono de sete horas. Já os participantes com 65 anos ou mais não mostraram diferenças significativas entre o risco de morte por câncer e a qualidade do sono.

 

“Essas descobertas podem contribuir com evidências que sugerem a importância de obter um sono adequado para uma saúde melhor”, disse ao Daily Mail Susan Gapstur, principal autora do estudo, vice-presidente de epidemiologia da American Cancer Society.

 

Na avaliação do urologista e especialista em doenças da próstata, Fernando Leão, explica que a falta de sono pode inibir a produção de melatonina, um hormônio que controla o período de vigília e sono. “Ainda que esta ligação entre câncer de próstata e curto período de sono, é sabido que baixos níveis de melatonina podem levar a um aumento nas mutações genéticas, redução do sistema de reparo do DNA e um enfraquecimento no sistema imunológico, consequentemente, podendo ampliar a chances de desenvolver câncer”, explica Leão.

 

 

O cuidado em todas as idades

 

O exame mais indicado é o toque retal que é realizado pela introdução

do dedo indicador do médico, lubrificado e enluvado,

no ânus do paciente; dura de 5 a 30 segundos

 

A saúde do homem deve ser cuidada em todas as idades. A visita ao urologista, para prevenção, deve ser feita já na adolescência para que sejam investigados os órgãos genitais masculinos. “Um dos exames é o rastreamento de anormalidades como a Varicocele (dilatação dos vasos testiculares), que representa uma das principais causas de infertilidade masculina”, explica o urologista Fernando Leão.

 

Na fase adulta, o homem deve iniciar suas visitas para prevenção de doenças prostáticas, principalmente o câncer. Quando se tem antecedentes de câncer de próstata na família (pai, tio ou avô, por exemplo), a prevenção deverá ser feita a partir dos 40 anos de idade; na ausência desses antecedentes, a partir dos 50 anos.

 

Segundo Fernando Leão, o homem deve ficar atento a alguns sintomas que podem indicar doença urológica, como aumento da frequência miccional noturna; dificuldade para iniciar a micção (ato de urinar), principalmente a primeira da manhã; ardência ao urinar; sensação de esvaziamento incompleto da bexiga; gotejamento de urina no final da micção; sangue na urina; e sensação de “peso” na bexiga. “Estes podem ser sintomas relacionados ao aumento benigno da próstata (HPB). É bom lembrar que o câncer de próstata geralmente é assintomático na fase inicial da doença, momento crucial para a cura do paciente”, destaca o médico.

 

Caso perceba alguns desses sintomas, o homem deve procurar um urologista. “Serão solicitados exames de laboratório (dosagem no sangue do PSA); de imagem (ultrassonografia de próstata); e o exame físico (exame digital da próstata, conhecido como toque retal). Normalmente, eles devem ser repetidos anualmente; em casos de maior risco, em menor espaço de tempo”, ressalta Leão. Outras doenças graves do sistema urológico são os tumores de rim, bexiga e pênis, cálculos renais e a infertilidade masculina.

 

O estilo de vida mais saudável está diretamente relacionado à saúde urológica do homem. Prática regular de atividades físicas, controle do peso, evitar vícios como tabagismo e bebidas alcóolicas, e reduzir alimentação rica em gordura animal são algumas orientações para chegar à terceira idade sem grandes problemas.


 

Evolução no tratamento

 

Fotos: Reprodução 

 

O câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não-melanoma). Em valores absolutos, é o sexto tipo mais comum no mundo, sendo o mais prevalente no sexo masculino. É considerado um câncer da terceira idade e representa 28,6% dos tumores nos homens. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), são, em média, 13 mil mortes anuais – uma a cada 40 segundos.

 

O tratamento cirúrgico para o Câncer de Próstata consiste na retirada total do órgão. Existem três formas para a realização da prostatectomia: cirurgia convencional aberta, ou por laparoscopia, ou com o uso de um robô (método mais avançado).

 

A cirurgia robótica representa hoje mais de 90 % dos tratamentos cirúrgicos de câncer de próstata realizados nos Estados Unidos. No Brasil, ela tem sido feita há 8 anos, e já é possível perceber os resultados superiores em relação ao método convencional.

 

“A cirurgia robótica foi um grande avanço para o tratamento cirúrgico do câncer de próstata, promovendo redução dos efeitos colaterais como disfunção erétil, incontinência urinária, infecção cirúrgica e transfusão sanguínea”, explica Fernando Leão, que é especialista no procedimento.

 

A técnica reduz, ainda, o tempo de internação hospitalar e o tempo de uso de sonda na bexiga no pós-operatório. No entanto, o médico alerta que a chance de cura está diretamente ligada ao momento em que foi feito o diagnóstico. Os sintomas mais comuns são sangue na urina e/ou esperma; dores ósseas (bacia e coluna principalmente) e algum grau de dificuldade para urinar. 

 

Site Conversa Coletivo de Comunicação Criativa

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