24 de Abril de 2024 - Ano 10
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05/10/2018

Fendas minúsculas na pele ajudam elefante a se refrescar

Foto: Reuters

Rachaduras retêm umidade e contribuem para regular a temperatura corporal; estudo pode dar informações sobre tratamento de doença humana

O elefante africano é conhecido por sua pele espessa e enrugada. Mas quem se aproxima poderá ver uma intrincada rede de minúsculas fendas, que fazem com que a pele do poderoso mamífero pareça lama rachada ou asfalto esburacado.


Mas as rachaduras não estão ali por acaso. Um elefante não tem glândulas sudoríparas, por isso cobre a pele com água ou lama para se refrescar. Essas fendas micrométricas na pele retêm dez vezes mais umidade do que uma superfície plana, ajudando o animal a regular a temperatura corporal. Já a lama o protege contra parasitas e raios do sol.


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Um estudo publicado esta semana na revista "Nature Communications" atribui estas rachaduras ao estresse sofrido pela pele enquanto ela dobra. O estudo pode fornecer pistas para o tratamento de um distúrbio genético da pele humana.


Ao examinar amostras da pele de elefante em um microscópio, o biólogo evolucionista Michel Milinkovitch, pesquisador da Universidade de Genebra (Suíça), descobriu que, logo abaixo da camada superior grossa, havia uma camada inferior de papilas, o mesmo tipo de pequenas protuberâncias encontradas na língua humana. Essas estruturas formam uma vasta tela de picos e vales pontiagudos.


As simulações mostraram que, durante seu envelhecimento, a pele se partia e ficava mais espessa devido ao estresse provocado por suas constantes flexões, crescendo a ponto de finalmente desmoronar sob seu próprio peso.


O estudo revelou que as células mortas da pele do elefante se assemelham às dos humanos que sofrem de ictiose, uma doença que deixa a pele muito seca, a ponto de descamar e ficar com crostas parecidas com escamas. A enfermidade não tem cura, mas geralmente é tratada com hidratantes.


Nos elefantes africanos, porém, segurar toda aquela pele morta parece ter benefícios. Seu acúmulo permite ao animal pressionar a camada de papilas e fornecer ao animal os meios para se manter refrescado.


— Se a pele estivesse derramando, nunca ficaria espessa o suficiente para gerar estresse dentro dos pequenos vales desta rede de elevações, e você não teria as rachaduras aparecendo — disse Milinkovitch.

 

Bebês elefantes no Quênia: pele enrugada intrigou cientistas (Foto: Reprodução)

 

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Novas pesquisas poderão determinar se a falta de descamação da pele dos elefantes compartilha uma base genética com a ictiose vista em humanos. Uma eventual semelhança poderia sugerir um caminho para o tratamento da doença.

 

O Globo

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