20 de Abril de 2024 - Ano 10
NOTÍCIAS
Geral
13/02/2019

Fevereiro Roxo: um mês e uma cor para lembrar do Alzheimer

Foto: Reprodução

Além da campanha, já há algum tempo as doenças degenerativas vêm sendo retratadas no cinema e nas novelas

A conscientização sobre o Alzheimer também ganhou um mês e uma cor. A campanha do Fevereiro Roxo foi criado em 2014 e abrange além do Alzheimer, lúpus e fibromialgia que devem ser detectados nos estágios iniciais, evitando o agravamento das doenças, como bem explica o lema “se não houver cura, que ao menos haja conforto”.


Além da campanha, já há algum tempo as doenças degenerativas vêm sendo retratadas no cinema e nas novelas tornando-se ferramentas úteis na conscientização e prevenção das doenças. No cinema um dos maiores exemplos foi “Para Sempre Alice” de 2014, drama que trata do diagnóstico precoce do Alzheimer e seus primeiros sintomas. Curiosamente, o diretor do longa, Richard Glatzer havia descoberto nessa época que tinha uma doença degenerativa, ELA (esclerose lateral amiotrófica), o que fez o longa ganhar ares autobiográficos.

 

Veja também 

Cabo da PM do Piauí filmou a própria morte, revela inquérito do DHPP


No Brasil, a telenovela “Senhora do Destino”, exibida entre 2004 e 2005 foi uma das primeiras produções a abordar o Alzheimer em horário nobre. A importância dessas ferramentas reside no maior espaço para a discussão e consequentemente a busca por tratamento ao se identificar os sintomas de uma doença que, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), é a forma mais comum de demência, responsável por 60% a 70% dos casos. A estimativa é de que, no mundo inteiro, 47 milhões de pessoas sofram de demência e, a cada ano, cerca de 10 milhões de novos casos sejam registrados.


Estima-se que 55 mil novos casos de demências ocorram todos os anos no país, a maioria decorrentes de Alzheimer e esses números alarmantes, justificam campanhas como a do Fevereiro Roxo e a discussão gerada pelo aparecimento do tema na mídia, explica a neuropsicóloga e professora do IPOG (Instituto de Pós-Graduação e Graduação) no curso de Psicopatologia - Configurações do Sofrimento Psíquico na Contemporaneidade, Larissa Bufaiçal.


“A abordagem do tema na mídia me parece contribuir para conscientização da doença e pode alertar alguns familiares sobre os sintomas e, com isso, buscar ajuda e possibilitar diagnóstico”, diz a especialista que também é professora do curso de avaliação psicológica.
Conscientização


As campanhas ajudam também a dissipar alguns mitos, como o de que o paciente, visto pelo olhar leigo, parece alheio a sua condição. “Até onde se sabe, o paciente tem consciência das suas dificuldades na fase inicial da doença e essa capacidade vai se perdendo com a evolução da doença, ficando conhecido como anosognosia”, comenta Larissa Bufaiçal.


De acordo com o professor do curso de Avaliação Psicológica do IPOG, Shouzo Abe, a convivência familiar do paciente diagnosticado com a doença também deve ser colocada em foco. “Não adianta apenas medicar o paciente. É preciso também trabalhar com a família sob uma ótica psicológica para que todos estejam preparados e emocionalmente estáveis para lidar com o quadro”, explica Shouzo, que além de lecionar Psicopatologia - Configurações do Sofrimento Psíquico na Contemporaneidade, também atua no tratamento familiar de pessoas diagnosticadas com a doença de Alzheimer.


A importância de ter um tratamento também voltado a família, é comentado por Larissa Bufaiçal “O convívio pode sim tornar-se difícil devido as perdas cognitivas que modificam o funcionamento do paciente, a redução de funcionalidade e alterações no comportamento que também vão ocorrendo com o evoluir da doença. Portanto, é importante que as famílias sejam psico educadas quanto à evolução da doença, como agir, mitos e verdades", resume a especialista.


O Brasil está envelhecendo


De acordo com a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), a população brasileira manteve a tendência de envelhecimento dos últimos anos e ganhou 4,8 milhões de idosos desde 2012, superando a marca dos 30,2 milhões em 2017.


Os dados da pesquisa acionam um sinal de alerta para os cuidados com os idosos, principalmente dos acometidos por doenças neurodegenerativas, já que não há políticas públicas para esses males. Assim, a conscientização, o diagnóstico precoce e o tratamento humanizado ainda são as melhores opções, afirma Larissa Bufaiçal.

 

 Curtiu? Siga o PORTAL DO ZACARIAS no Facebook e no Twitter.


“Infelizmente, o Brasil não é um país que investe em prevenção. O reflexo disso vem no alto número de casos das mais diversas patologias que só são cuidadas depois de instaladas. Com o Alzheimer não é diferente, por isso, na saúde pública, não estamos preparados para lidar, nem a nível básico de tratamento nem de assistência”, concluiu.


Um retrato do Alzheimer


A doença de Alzheimer, descrita pela primeira vez em 1906, é uma condição neurodegenerativa. Os principais sintomas são a falta de coerência na fala e a perda da memória recente: o paciente se lembra de fatos de muitos anos atrás, mas não sabe dizer sobre coisas que fez hoje. A patologia, embora incurável, pode ter seus efeitos mais graves controlados com tratamentos já existentes no âmbito da medicina. Mas além de remédios, este quadro cada vez mais comum mostrou-se como uma preocupação também para a psicologia.

 

LEIA MAIS
DEIXE SEU COMENTÁRIO

Nome:

Mensagem:

publicidade

publicidade

publicidade

publicidade

publicidade

Acompanhe o Portal do Zacarias nas redes sociais

Copyright © 2013 - 2024. Portal do Zacarias - Todos os direitos reservados.