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12/08/2017

Fora da tv, Isabel Fillardis ganha 1º prêmio em 25 anos de carreira: ‘Privilegiada’

Foto: Roberto Filho / Brazil News

Atriz, que fez seu último papel na televisão em “Amor Eterno Amor” (2012), falou sobre racismo, feminismo e do desejo de voltar à televisão: "Muita saudade"

Eternizada como Ritinha, da novela “Renascer”, de Benedito Ruy Barbosa (1993), Isabel Fillardis está fora da televisão desde 2012, quando viveu Maria, em “Amor Eterno Amor”. Em conversa com 'Quem', a atriz manifestou o seu desejo de voltar à TV e comentou todos os obstáculos enfrentados por ela ser mulher e negra no Brasil.

 

“Quero novos desafios. Um ator vive de novos desafios. Estou lendo alguns textos para teatro e fazendo uma websérie chamada “Cafetão”. Mas, estou pretendo voltar para à televisão. Já são quatro anos fora das novelas e eu já estou meio que de saco cheio de ficar fora. Estou com muita saudade. Eu vivi boas personagens, mas ainda não vivi todas que gostaria.”, declarou.

 

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Isabel Fillardis em diferentes momentos de sua carreira: quando pertencia

ao grupo 'Sublimes', na novela Renascer e em A Próxima Vítima

(Foto: Reprodução/Instagram)


Esta semana, Isabel recebeu o seu primeiro prêmio como artista em 25 anos de carreira. A atriz ganhou o Troféu Nelson Rodrigues, no Prêmio Referência Nacional, no Rio de Janeiro. “Estou muito feliz e emocionada. É o meu primeiro prêmio como atriz e estão premiando a minha trajetória toda. Fiz muitos trabalhos marcantes nesses 25 anos de carreira”, comemora ela, que recebe com carinho o amor do público por suas personagens antigas.

 

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“Até hoje as pessoas me param na rua e lembram-se da Ritinha. Olha que eu já fiz mais de 13 novelas depois, vários filmes e peças de teatro. Mas é um papel que ficou na memória emocional das pessoas. Eu fico muito feliz porque a princípio era uma personagem pequena e foi crescendo e ficou até o final da trama. Fiz também uma personagem muito rica que foi a Luzia, vilã de “Força de Um Desejo” (1999), de Gilberto Braga”, lembra.

 

Isabel Fillardis também já trabalhou como modelo

(Foto: Reprodução/Instagram)


Apesar de achar que o racismo é muito forte no Brasil, Isabel não se diz vítima e pontua o que precisa ser mudado em sua opinião. “Nós avançamos, mas não do jeito que a gente precisa, do jeito que o Brasil precisa. Nós temos ainda algumas restrições e algumas vírgulas ainda para serem tiradas da nossa trajetória. Ainda hoje, nós temos alguns personagens que são limitados e são pré-escritos para um ator ou uma atriz negra. Isso é um rótulo de que a gente precisa tirar. Nem por isso eu posso dizer que eu fui desvalorizada. Eu não me sinto assim. Eu me sinto muito privilegiada pelos trabalhos que eu fiz. Mas, hoje, eu quero trabalhos mais complexos”, acredita.

 

Para ela, o preconceito racial precisa ser combatido em todas as esferas da sociedade.

 

“É uma luta muito grande porque o racismo está no inconsciente. Ele é estrutural na sociedade. É necessário que a gente combata ele em várias frentes, não só no entretenimento, na advocacia, na medicina. A mulher negra então é complicadíssima. Ela é colocada em um patamar baixíssimo. O salário dela é sempre muito menor do que qualquer homem ou mulher branca. A criança negra sofre racismo na escola e às vezes ela nem sabe o que está acontecendo e se sente culpada. Isso é gravíssimo”, lamenta.

 

Atualmente, Isabel Fillardis está fazendo a websérie Cafetão

(Foto: Reprodução/Instagram)

 

Isabel também fala da importância de protagonistas negros como Taís Araújo e Lázaro Ramos. “Nós temos que mudar isso com questões afirmativas, como o “Mister Brau” na TV. Precisamos de personagens diferentes e fortes, com complexidade de personalidade, em diversas áreas da sociedade. A outra questão é preciso fazer uma revolução educacional nas escolas. O negro precisa ser inserido na história escolar de forma mais positiva. A história do negro precisa ser inserida de fato. Ela é passada de forma muito vaga. Falam um pouco sobre o Zumbi dos Palmares e a escravidão e nós não somos só isso”, aclama.

 

“Nós temos ícones negros, nós temos heróis negros, nós temos tantas figuras que modificaram o caminho para que eu estivesse aqui, para que Ruth de Souza tivesse feito um trabalho que fez e está fazendo, entre tantos outros. A própria Dona Diva (professora que fez sucesso ao falar sobre o racismo na Feira Literária de Paraty), realmente, foi escolhida para estar na hora certa e no lugar certo para falar com o coração. Ela “bombou” porque é um coração pulsante dentro de uma parcela da sociedade que precisa ter voz”, completa a atriz.

 

Isabel Fillardis admira o trabalho de Taís Araújo e Lázaro

Ramos (Foto: Reprodução/Instagram)


Isabel Fillardis em sua festa de 25 anos de carreira

(Foto: Reprodução/Instagram)

 

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