Martin Pistorius, da África do Sul, sofre de uma síndrome extremamente rara
Martin Pistorius, da África do Sul, sofre de uma síndrome extremamente rara desde quando era criança que o impedia que suas mãos, pernas, pés e boca funcionassem normalmente.
Ele passou por muitos anos de tratamento para tentar reverter a doença, e, até então, não era tão diferente de outras crianças. Mas, aos 12 anos o quadro se agravou:
Martin entrou em coma profundo, e só foi recuperar parte da consciência aos 16, mas somente aos 19 recuperou totalmente a consciência, totalizando 7 anos de coma.
Mas, ao voltar do coma, Martin perdeu completamente a capacidade de andar, se movimentar, falar e usar as mãos e pés, fazendo com que se comunicasse somente através do olhar.
Para tentar melhorar ou solucionar o quadro de Martin, os pais dele o mandaram para a Universidade de Pretória, capital executiva da África do Sul. Lá, os médicos confirmaram que ele estava totalmente consciente e sugeriram para os pais comprarem um computador de fala para Martin poder se comunicar.
Os pais logo compraram o computador, que é semelhante ao que o físico Stephen Hawking utiliza, e Martin passou a recuperar algumas funções de seu corpo, melhorando sua vida. Depois dessa mudança, Martin conseguiu terminar a escola, conhecer uma garota, Joana, que se tornou sua esposa, e ter uma vida normal.
Fotos: Reprodução / Lifebuzz
Mas mesmo depois ter passado por essas dificuldades na vida, Martin não se esquece de seu passado de sofrimento. A primeira coisa que Martin se lembrou e falou após ficar 7 anos em coma foi que se lembra de sua mãe olhando para ele, desejando que morresse.Essa declaração de Martin chocou o mundo médico, pois o fato de uma pessoa poder escutar em coma foi uma surpresa para todos os especialistas.
Muito pouco se sabe sobre a síndrome que afetou Martin, que é a Síndrome de Locked-In, também conhecida como Síndrome de Encarceramento, um transtorno neurológico raro que paralisa os músculos de todo o corpo, com exceção de músculos que controlam alguns movimentos dos olhos, movimentação vertical e elevação da pálpebra.
Isso ocorre porque as fibras eferentes provenientes do córtex cerebral não são capazes de alcançar seu destino, pois são interrompidas na altura da ponte, levando a sintomas como tetraplegia e anartria, com preservação da consciência e sensibilidade. Essa síndrome é caracterizada por uma incapacidade do paciente se comunicar, embora esteja consciente e consiga pensar e raciocinar.
Atualmente Martin leva uma vida normal: ele se comunica através do computador e sua vida é repleta de amor, carinho e felicidade. Ele acredita que sua rara condição fez com que ficasse ainda mais grato com a sua vida agora: “Por muitos anos eu era como um fantasma. Eu podia ouvir e ver tudo, mas era como se eu não estivesse lá. Eu era invisível”, relata Martin.
Ele também conta de como era o seu sofrimento: “Foi aterrorizante. O que realmente me afetou foi a impotência completa e absoluta. Cada aspecto de minha vida era controlado e determinado por outra pessoa. Decidiam onde eu ia, o que eu iria comer, onde sentar ou deitar, em que posição eu ficaria e tudo o que eu ia fazer”, desabafou.
Ele escreveu um livro contando suas experiências de vida emocionantes intitulado “Ghost Boy”. Na África do Sul, ele é tido como um exemplo de superação sendo homenageado pelo presidente do país Thabo Mbeki, mesmo Martin morando com sua esposa Joana no Reino Unido.
Martin, hoje em dia, trabalha normalmente: é web designer, programador web e escritor. Em um registro, podemos vê-lo dando uma palestra em Israel. Essa sem dúvida é uma história de superação muito emocionante, e nos faz pensar duas vezes antes de reclamar da vida ou dos problemas.
Jornal Ciência