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Internacional
06/03/2019

Homem britânico torna-se a segunda esperança de cura da AIDS

Foto: Latinstock

Após receber células-tronco da medula óssea de doador com resistência à infecção pelo vírus, britânico é considerado

Médicos e pesquisadores da Universidade de Cambridge concluíram que o vírus HIV-1, causador da Aids, desapareceu do corpo de um homem que estava infectado. É provável que o britânico — cuja identidade está sendo protegida — tenha sido curado, anunciaram os cientistas.

 

O paciente tinha outra doença, um tipo de câncer no sangue, e recebeu um transplante de células-tronco de medula óssea na tentativa de curar esse mal. Sem saber, o doador tinha uma mutação que o tornava resistente ao vírus HIV. Quase três anos após o transplante, os médicos não encontram mais indícios do vírus no corpo do britânico. É a segunda vez que isso acontece, e nas duas vezes a cura se deu por meio da doação de medula.

 

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Testes altamente sensíveis mostram que não há mais vestígio da infecção anterior por HIV. O paciente parou de tomar as drogas antirretrovirais, que controlam a ação do vírus, há 18 meses.

 

— Ao alcançar a remissão em um segundo paciente usando um método semelhante, mostramos que o “paciente de Berlim” (submetido ao mesmo tratamento há 12 anos) não era uma anomalia — declarou o autor do estudo, Ravindra Gupta, professor na Universidade de Cambridge, mencionando a primeira pessoa curada. — Não há vírus ali que consigamos medir. Não conseguimos detectar nada.

 

O doador tinha uma mutação genética rara na qual as células de defesa do corpo, os linfócitos, não possuem a substância que serve de porta de entrada para que o vírus as infecte, explica Juan Carlos Raxach, coordenador da área de promoção e prevenção da Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (ABIA):

 

— Para infectar a célula, o vírus usa duas “portas de entrada”, os receptores CCR4 e o CCR5. O CCR5 é muito importante para a replicação da doença. Nessa mutação, a pessoa nasce sem esse receptor. Então o vírus não consegue infectá-la e acaba morrendo.

 

“O paciente de Londres”, como está sendo chamado o caso mais recente, foi tratado na Universidade College London. O homem contraiu o HIV em 2003 e em 2012 foi diagnosticado com linfoma de Hodgkin.

 

Longe da larga escala


O caso britânico é uma prova do conceito de que os cientistas poderão, um dia, acabar com a Aids, afirmam os médicos de Cambridge. Eles tomaram cuidado, no entanto, ao afirmar que isso não significa que acharam uma cura para a doença. Gupta descreveu seu paciente como “funcionalmente curado” e “em remissão”, mas advertiu: “É muito cedo para dizer que ele está curado”.

 

O que evoca o debate sobre uma possível cura é o fato de que esse caso é semelhante ao primeiro, que já foi reconhecido como uma cura funcional do HIV. O americano Timothy Brown, “o paciente de Berlim”, foi submetido em 2007 ao mesmo transplante. Brown, que vivia na capital alemã naquele ano, ainda está livre do vírus, de acordo com especialistas em HIV. Hoje, ele vive nos Estados Unidos.

 

 

‘Perigoso e doloroso’


Para Sharon R Lewin, diretora do Instituto Doherty Peter para Infecções e Imunidade da Universidade de Melbourne, o segundo caso “reforça a ideia de que é possível encontrar uma cura”. No entanto, enfatizou que o transplante de medula óssea é um procedimento perigoso e doloroso, não é uma opção viável para o tratamento do HIV.


— Um transplante de medula óssea como meio de cura não é viável. Mas podemos tentar determinar qual parte do transplante fez a diferença e permitiu que esse homem parasse de tomar seus medicamentos antivirais.

 

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caso de remissão do vírus após um transplante desse tipo ajudará os cientistas a concentrar esforços em uma estratégias específica de tratamento. A equipe de pesquisa apresentará os resultados em uma conferência em Seattle, nos Estados Unidos.

 

Já Raxach discorda da postura dos pesquisadores britânicos, que chamou de “cautelosa”. Para ele, “a solidariedade cura o vírus”.

 

— Podemos falar de cura sim, mesmo que eles não queiram bater o martelo. Mas é lógico que está longe de acontecer em larga escala.

 

O Globo

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