20 de Abril de 2024 - Ano 10
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Internacional
23/03/2017

Hospital inglês é autorizado a gerar bebê utiliza o DNA de 'três pais'

Foto: Wikimedia Commons

Técnica controversa visa permitir que progenitores com mutações genéticas raras possam conceber filhos saudáveis

O órgão regulador de fertilização humana do Reino Unido concedeu na última quinta-feira 16, ao Centro de Fertilidade de Newcastle, no norte da Inglaterra, a primeira licença para a utilização do método de fecundação de bebês nascidos a partir do DNA de três progenitores.


Em dezembro do ano passado, o controverso método recebeu a aprovação definitiva da Autoridade de Embriologia e Fertilização Humana (HFEA), mas para ser aplicado, clínicas precisam solicitar junto ao órgão uma licença. A chamada "fecundação de três pais" havia sido aprovada legalmente no país em 2015, mas em caráter provisório.


A equipe de médicos de Newcastle comemorou a concessão e afirmou que esta é uma ótima notícia. Com a licença, o centro poderá oferecer o procedimento. A instituição, ligada à Universidade de Newcastle, pretende oferecer o tratamento a 25 pacientes por ano.


A técnica de reprodução assistida utiliza o DNA de três progenitores diferentes – pai, mãe e um doador ou doadora – permitindo que casais com mutações genéticas raras possam gerar filhos saudáveis.


O tratamento pode ocorrer de várias maneiras. A técnica aprovada pelo órgão regulador britânico, chamada de transferência pronuclear, implica a fertilização do óvulo da mãe e de uma doadora com o esperma do pai. Os núcleos são retirados antes que os óvulos fertilizados comecem a se dividir, descartando-se em seguida o da doadora e substituindo-o pelo da mãe.


O feto terá uma quantidade mínima de DNA da doadora, mas os elementos que definem as características físicas e a personalidade serão os dos pais. A técnica somente poderá ser aplicada se houver riscos bastante elevados de o bebê desenvolver uma doença mitocondrial. "Doenças mitocondriais podem ser devastadoras para famílias afetadas, e esse é um dia histórico para pacientes", afirmou o diretor da pesquisa da Universidade de Newcastle, Doug Turnbull.


O primeiro bebê concebido através dessa técnica nasceu no início de 2016 numa clínica do México, onde médicos americanos aplicaram o tratamento num casal jordaniano. Os críticos desse procedimento temem que a aprovação da técnica abra caminho para bebês geneticamente planejados, os chamados "designer babies".

 

Carta Capital

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