Área de floresta foi totalmente devastada para abrigar aproximadamente 10 mil pessoas
A megaoperação para retirada de estimadamente 3 mil famílias de casebres montados em uma área de invasão batizada de Cidade das Luzes, no bairro Tarumã, zona Oeste de Manaus, já dava sinais na manhã desta terça-feira (24) de que seria um fracasso. Às 6h, todo o aparato das forças de segurança, de assistência social e outros setores do Governo do Estado e da Prefeitura de Manaus já estavam a postos no local, mas o principal interessado, o oficial de justiça, só apareceria por volta de 9h.
Até essa hora, o desconforto já era visível, principalmente por parte dos policiais militares, que tinham de enfrentar o forte calor carregando armamento e equipamento pesado. Dirigentes de órgãos como o Gabinete de Gestão Integrada Estadual (GGI-E), que coordenava a operação, e o comando das ações da Polícia Militar, enquanto isso, se desdobravam em entrevistas aos repórteres, tentando explicar a demora no início das ações.
Poucas horas depois que invasores deixavam o local em seus veículos carregados de caixa d’água, malas, móveis e toda sorte de utensílios domésticos e tratores derrubavam uma boa quantidade de barracos, chegou ordem do juiz titular da Vara Especializada do Meio Ambiente e de Questões Agrárias (Vemaqa), Adalberto Carim Antônio, para suspender a operação de reintegração de posse, por volta de 11h30.
O magistrado se rendera a apelos da Defensoria Pública do Estado (DPE) e da Arquidiocese de Manaus de que a coordenação da operação não apresentou um plano razoável de qual seria o destino dessas estimadas 10 mil pessoas depois que deixassem a Cidade das Luzes. Entenderam os defensores que os desabrigados estavam sendo tratados como criminosos.
A DPE também alegou ao juiz que o interesse na retirada dos invasores não era só da prefeitura e do governo, mas também de um empresário, particular, que teria inclusive oferecido ajuda com máquinas para derrubar as casas.
Assim, não restou outra opção ao comando da operação a não cumprir a ordem judicial e se retirar do local, sob vaias e comemoração dos invasores.
Desde as primeiras horas da manhã a Polícia Militar
e outros órgãos já estavam prontos para retirar os
invasores da chamada Cidade das Luzes. Tudo em vão
(Fotos: Divulgação)