O maior líder da congregação, pastor José Wellington Bezerra da Costa, respondeu à afronta com aquilo que pode-se chamar “tapa com luva de pelica”: no Estado onde os adversários têm a maior influência, foi homenageado com um título de cidadão, o nono que
No final do ano passado, um grupo de pastores, liderado pela família Câmara, anunciou o rompimento com a Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil, depois de várias tentativas de assumir o comando da instituição, instância superior da maior igreja evangélica do país.
Pois ontem, o maior líder da congregação, pastor José Wellington Bezerra da Costa, respondeu à afronta com aquilo que pode-se chamar “tapa com luva de pelica”: no Estado onde os adversários têm a maior influência, foi homenageado com um título de cidadão, o nono que ele recebe no país.
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Por sugestão do deputado Wanderley Dallas (MDB), pastor dissidente do grupo político comandado pela família Câmara, Costa foi homenageado com o título de Cidadão do Amazonas.
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Por sugestão do deputado Wanderley Dallas (MDB), pastor dissidente do grupo
político comandado pela família Câmara, Costa foi homenageado com o título de Cidadão do Amazonas (Foto: Divulgação)
Em um auditório Belarmino Lins lotado, ele ouviu o ex-deputado Miquéias Fernandes elogiá-lo por manter-se firme, sem fraquejar, mesmo tendo no seu encalço um perseguido. Referia-se ao pastor Samuel Câmara, acreano que começou a carreira no Amazonas e hoje dirige a Assembleia de Deus em Belém do Pará, adversário do homenageado nas últimas disputas pelo comando da CGADB.
Fernandes também é dissidente da Igreja comandada pelos Câmara, assim como seu irmão José Fernandes, ex-deputado federal e ex-prefeito de Manaus.
Os dois, ao lado de Dallas, fazem parte hoje da Igreja Assembleia de Deus Tradicional, comandada pelo pastor Gedeão Granjeiro de Menezes, sobrinho dos irmãos Fernandes.
A congregação, dissidente da Igreja Evangélica Assembleia de Deus no Amazonas (IEADAM), é uma das que mais cresce no Estado. Costa assumiu a CGADB em 1988, substituindo o pastor Alcebíades Pereira Vasconcelos, falecido em maio daquele ano, de quem era vice-presidente.
Este último, curiosamente, foi o grande responsável pela ascensão dos irmãos Samuel e Jônatas Câmara, este atual presidente da IEADAM. Sucessor de Vasconcelos no Amazonas e mais tarde presidente da chamada igreja-mãe, em Belém do Pará, Samuel Câmara tentou ascender à presidência da CGADB em quatro ocasiões.
Em três delas foi derrotado pelo veterano José Wellington Bezerra da Costa, hoje com 83 anos. No ano passado, sofreu a quarta derrota, desta vez para o pastor José Wellington Bezerra da Costa Junior.
O pai ficou 30 anos na presidência da entidade, sempre submetendo o mandato a votos.
Samuel e Jônatas são irmãos do deputado federal Silas Câmara (PRB), hoje também pastor. Este último é considerado o grande responsável pelas dissidências.
Na solenidade na Assembleia Legislativa do Amazonas, o homenageado foi saudado pelo deputado Francisco Souza (PTN), outro que rompeu com o grupo político da IEADAM, junto com Dallas, depois de muitas rusgas com Silas.
No discurso em que agradeceu a homenagem, Costa, que é presidente da Assembleia de Deus em São Paulo, mostrou por que é um líder respeitado em todo país, a ponto de dominar por tanto tempo a direção nacional da instituição: passou ao largo da polêmica com os Câmara e preferiu homenagear Vasconcelos, os pioneiros e o Amazonas, onde aliás nasceu sua mãe, Sara, ela é natural de Jutaí, no rio Juruá.
Os Câmara, que tentaram construir a imagem de conciliadores nos últimos anos, perderam a chance de mostrar elegância.
Não enviaram sequer representante à solenidade, no dia em que os evangélicos, independente de denominação, choravam a morte do grande pastor norte americano Billy Grahan, uma espécie de papa do protestantismo, homenageado na solenidade com um minuto de silêncio.