Jonas Castro usava carro do prefeito Neilson Cavalcante e, embriagado, matou servidora pública e ainda atropelou a filha dela, de 4 anos, e a mãe da vítima fatal
O veículo de modelo Ford Ranger, de placas JXU-0763, dirigido pelo vereador Jonas Castro (PSB) na noite do dia 31 de maio de 2015 - ocasião em que o parlamentar atropelou e matou a fiscal de meio ambiente Clemência Assunção - pertence ao ex-prefeito de Presidente Figueiredo, Neilson Cavalcante (PSB), conforme consta nos autos do processo.
Na época do ocorrido, a informação de que o carro pertencia ao prefeito da cidade foi "abafada", para não manchar o nome do gestor, que no ano seguinte, em 2016, pretendia concorrer à reeleição no município. Atulamente, tanto Jonas Castro quanto o ex-prefeito Neilson Cavalcante respondem na Justiça pelo crime.
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O caso voltou a trâmitar na Vara Criminal de Presidente Figueiredo e uma nova perícia será realizada para constatar a veracidade dos fatos.
O vereador, que no ano do acidente era líder do ex-prefeito na Câmara Municipal e hoje compõe a Mesa Diretora da Casa Legislativa, corre o risco de ir à Juri Popular nos próximos dias. Ele é acusado de dirigir altamente alcoolizado, o que contribuiu para causar o acidente.
Em depoimento, Jonas Castro alega que atropelou Clemência Assunção, sua filha de 4 anos e sua mãe, Ivanísia Assunção, porque elas estavam no meio da rua, quando ele dirigia pelo quilômetro 7 da AM-240. Porém, diferente da versão apresentada pelo vereador, a primeira perícia concluiu que as vítimas caminhavam por uma calçada no momento em que foram atingidas pelo carro. O resultado da reconstituição aponta Jonas Castro como causador do acidente.
Ainda de acordo com o laudo, a vítima fatal foi arremessada por quase 7 metros do local de impacto.
Na última semana, foi determinada pela Justiça do município a realização de uma nova resconstituição do caso, que será executada pelo Instituto de Criminalística da Polícia Civil em um prazo de até 20 dias.
Relembre o caso
Clemência Assunção da Silva foi atropelada no dia 31 de maio de 2015, na rodovia AM-240, no momento em que retorna de um culto na companhia da mãe e das três filhas. O acusado pelo crime é o vereador Jonas Castro (PSB), que na ocasião, segundo os familiares, dirigia embriagado.
A vítima chegou a ser levada a um hospital de Manaus, mas morreu cinco dias depois, após uma parada cardíaca. A mãe da vítima, Ivanísia Assunção da Silva, e a filha de apenas 4 anos ficaram gravemente feridas. A criança teve a mão esmagada e perdeu um dos dedos.