25 de Abril de 2024 - Ano 10
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01/10/2015

Marcelo Ramos elogia Serafim Corrêa e dá receita para desenvolver Manaus

Foto: Reprodução / Internet

Marcelo Ramos: “Se a eleição para presidente fosse hoje, ela mais uma vez teria o meu voto. Quanto a Serafim Corrêa, foi um bom prefeito e merece o meu respeito”

Nesta entrevista, o ex-deputado estadual Marcelo Ramos (PR) diz que votaria novamente em Marina Silva, critica as ações da Prefeitura de Manaus e ensina como fazer para desafogar e desenvolver a cidade.

Por J Taketomi, editor de Política do PORTAL DO ZACARIAS


PORTAL DO ZACARIAS - Como fica o seu relacionamento com o Partido Rede Sustentabilidade e com a ex-senadora Marina Silva após a passagem de vários membros do PSB para a nova legenda que parece caminhar para trabalhar em parceria com o ex-prefeito de Manaus, Serafim Corrêa?

 

Marcelo Ramos - No que depender de mim, fica tudo bem. Fiquei feliz com a legalização do partido e torço para que consiga se consolidar como um novo modelo de organização partidária, apesar de perceber certo movimento de abrigo de parlamentares infiéis e, em Manaus, certa aproximação com gente historicamente ligada ao prefeito. Espero que não vire força auxiliar do projeto do prefeito. Quanto a Marina, gosto e tenho carinho e respeito por ela. Se a eleição para presidente fosse hoje, ela mais uma vez teria o meu voto.

 

Portal - Estão fechadas todas as portas do diálogo entre Marcelo Ramos e o deputado Serafim Corrêa?

 

Marcelo - Claro que não. O Serafim foi um bom prefeito, é um homem público que merece meu respeito e que deve ser ouvido por quem pretende cuidar dos destinos da nossa cidade.

 

Portal - O PR atende as suas perspectivas quanto ao tempo de propaganda eleitoral no rádio e na TV, que foi um problema para você durante as eleições de 2014?

 

“Enquando os políticos brigam, o trabalhador continua andando no

ônibus lotado, a criança continua sem merenda na escola, o professor

continua com salário defasado e a mãe continua sem

um atendimento digno na rede básica de saúde”

 

Marcelo - O PR atende as minhas expectativas quanto a um partido que se dispõe a construir um projeto que aponte um novo caminho para a cidade de Manaus. Lá encontrei a liberdade necessária para ouvir pessoas da política e de fora da política que têm contribuições a dar para a nossa cidade.


Portal - Como o senhor analisa o cenário político de uma cidade como Manaus, historicamente oposicionista e que se prepara para viver uma eleição com candidatos detentores de grande popularidade como Marcelo Ramos, Arthur Neto, Marcos Rotta e Luiz Castro?


Marcelo
- Na verdade, as últimas eleições em Manaus e no Amazonas se resumiram a disputa dos grupos políticos pela manutenção ou tomada de poder. Os fatos vão mostrando que isso não muda nada a vida de ninguém. Enquando os políticos brigam, o trabalhador continua andando no ônibus lotado, a criança continua sem merenda na escola, o professor continua com salário defasado e a mãe continua sem um atendimento digno na rede básica de saúde. Estou menos preocupado com quem serão os candidatos e mais preocupado em apresentar um plano claro e exequível para os problemas da cidade, priorizando mobilidade urbana, educação e saúde/saneamento básico. Isso sim é importante pra cidade. A política só tem sentido se for instrumento para melhorar a vida das pessoas.

 

Portal - Um País em crise e totalmente instável do ponto de vista moral e político-financeiro produz eleitores sensíveis a discursos messiânicos. Você acha que esse será o clima da disputa de 2016 em Manaus?

 

“É preciso fortalecer as parcerias do PROURBIS e qualificar a gestão do programa

 para que ele possa avançar por todos os bairros de Manaus. Mas, também, é urgente

recuperar os aparelhos comunitários de esporte e lazer que estão

completamente abandonados pela atual administração”.

 

Marcelo - Geralmente, as eleições municipais são decididas por questões muito concretas na vida das pessoas. São as cidades que enfrentam diretamente os problemas de transporte, trânsito, educação fundamental, creche, saúde básica, tratamento do lixo, limpeza de igarapés e é sobre esses temas que a população espera a solução com medidas concretas. Manaus já experimentou o discurso messiânico, o atual prefeito se elegeu sem nenhum debate profundo sobre os problemas da cidade e prometendo coisas absolutamente absurdas e que não cabiam no orçamento da Prefeitura. Depois passou todos esses anos chorando que não tinha recursos. E olha que, mesmo quando recebeu recursos do Governo Federal, não conseguiu executar, como mostram as obras paradas da Ponta Negra, do Corredor Ecológico do Mindu, das creches e agora das academias a céu aberto. Não caberá o discurso messiânico. As pessoas esperam soluções claras para os seus problemas. Não é justo que numa cidade rica como a nossa o povo continue sofrendo como sofre.



Portal - De onde o senhor extrairia recursos para a execução de programas de mobilidade urbana em Manaus?

 

Marcelo - É preciso reestabelecer uma relação republicana entre a Prefeitura de Manaus, o Governo do Amazonas e o Governo Federal. Não cabe ao prefeito ficar batendo boca com governador ou com presidente. Precisamos de um prefeito que capte recursos e que não crie empecilhos pra isso por interesses do seu partido. A Prefeitura de Manaus não é e não pode ser de um partido, ela é de todo o povo de Manaus. Por outro lado, duas outras medidas são fundamentais. A primeira, uma maior eficiência no gasto dos recursos, evitando o desperdício decorrente da falta de planejamento, do desvio de prioridades e da corrupção. A segunda, é dialogar melhor com a iniciativa privada e estimular as Parcerias Público Privadas para captar recursos privados para obras essenciais para a cidade, mas que a prefeitura não pode executar com recursos próprios. Por fim, é necessário equilibrar melhor a distribuição do orçamento da Prefeitura. Para você ter uma ideia, o orçamento para o transporte coletivo é de menos de 1% do orçamento total da prefeitura. Neste ano, até o dia de hoje o atual prefeito gastou 16,5 milhões com transporte coletivo e 63 milhões com comunicação. É claro que, continuando assim, vai sempre faltar dinheiro pra quem anda de ônibus.

 

Portal - Que ideias você tem para enfrentar desafios como ‘lixões’ e bairros desestruturados, sem asfalto e sem saneamento?

 

Marcelo - Tenho alguma ideias, mas, acima de tudo, vou ouvir especialistas, gente da universidade, da iniciativa privada, gente do povo que muitas vezes tem soluções simples, criativas e baratas. Esse tempo do político que acha que sabe tudo e que não precisa ouvir ninguém já passou e não deixou boas lembranças. Em relação aos “lixões” penso que temos que estimular as parcerias com associações de catadores por um lado e realizar Parcerias Público Privadas para a construção de aterros sanitários por outro. Além, é claro, de combater a irregularidade da coleta que deixa muitos bairros de Manaus hoje tomados pelo lixo. Quanto aos bairros desestruturados, a Prefeitura já tem, faz algum tempo, um bom projeto em parceria com organismos internacionais que é o PROURBIS, mas não dá a devida prioridade para esse programa e ele anda a passos de tartaruga. É preciso fortalecer as parcerias do PROURBIS e qualificar a gestão do programa para que ele possa avançar por todos os bairros de Manaus. Mas, também, é urgente recuperar os aparelhos comunitários de esporte e lazer (mini-vila olímpica, quadras, campos de futebol, centros comunitários, praças) que estão completamente abandonados pela atual administração. 

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