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22/05/2018

MDB pressiona Temer a desistir da reeleição e abrir caminho a Meirelles

Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo

Presidente tornou-se fardo para os colegas de partido que disputarão as eleições

Isolado dentro do MDB, o presidente Michel Temer participará hoje do lançamento do documento “Encontro para o futuro”, da Fundação Ulysses Guimarães, em Brasília, pressionado por seus colegas de partido a anunciar publicamente que não será candidato à reeleição.

 

Estimulado por diferentes diretórios do MDB a lançar a pré-candidatura do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, Temer se mantinha, até segunda-feira à noite, reticente em decretar o fim de sua carreira política.

 

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Presidente mais impopular da história, com apenas 7% de aprovação, Temer tornou-se um fardo para os colegas de partido que disputarão as eleições de outubro. Decretar o fim das aspirações eleitorais do presidente e relegar seu governo ao passado é o desejo da maioria dos líderes do MDB, que pretendem levar aos holofotes a pré-candidatura de Meirelles como uma tentativa de tirar de cena o governo Temer a seis meses do fim. O presidente do MDB, senador Romero Jucá (RR), formatou o encontro da Fundação para forçar uma aclamação de Meirelles. Daí a intenção da cúpula do partido de usar o documento para discutir propostas para o futuro. Até ontem à noite, estava prevista uma fala de Temer no evento sobre economia, mas havia dúvida sobre o anúncio da desistência presidencial.

 

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Há dez dias, O Globo revelou os bastidores da conversa que Temer teve com Meirelles no Palácio da Alvorada, em que confirmou ao aliado a intenção de não disputar as eleições. A demora em oficializar a decisão, no entanto, passou a provocar o descontentamento das lideranças do MDB. As articulações para convencer o presidente a anunciar o apoio a Meirelles se estenderam por todo o dia de ontem. Enquanto Temer ouvia seus ministros mais próximos, como o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, contrários ao anúncio por considerar que ele precipitaria o fim político do governo, integrantes do parlamento articulavam para pressionar Temer a fazer o anúncio.

 

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Pela manhã, Meirelles foi à sede da Fundação Ulysses Guimarães, no Lago Sul, para uma conversa com o coordenador do projeto eleitoral de Michel Temer, o secretário-executivo da Fundação Ulysses Guimarães, João Henrique de Almeida Sousa. O encontro, segundo revelou ao GLOBO uma fonte palaciana, terminou com o entendimento de que seria necessário convencer o presidente a desistir.

 

— Amanhã, você fala como candidato, que eu vou convencer o presidente a anunciar o seu nome — disse João Henrique a Meirelles.

 

Temer foi avisado de que os parlamentares do MDB querem que ele desista oficialmente de sua candidatura, durante o evento de hoje, e que o partido dê a largada na candidatura de Meirelles. Ontem, a bancada do Senado reagiu mal à informação de que Temer não desistiria com todas as letras, para manter o controle das negociações. Houve irritação com o núcleo palaciano, que está aconselhando Temer a não ter pressa.

 

Depois de participar de um ato político em favor da candidatura de Meirelles no Mato Grosso do Sul, no fim de semana, a líder do MDB no Senado, Simone Tebet (MS), disse ontem que o partido não pode mais esperar para lançar o nome do ex-ministro. Os defensores da candidatura de Meirelles avaliam que é preciso dar tempo ao ex-ministro para ver se sua candidatura decola nas pesquisas até as convenções de julho. A indefinição de Temer só atrapalharia esse propósito.

 

 

— Houve a pressão de alguns ministros para que o presidente não oficializasse a sua não candidatura. Acredito que o presidente deve ter se convencido de que não dá mais para esperar. Já sabemos que ele não é candidato. Se ele não oficializa isso, daqui a pouco não se consegue viabilizar uma candidatura — disse Simone Tebet.

 

O apoio ao nome de Meirelles vem crescendo nos últimos dias. Espécie de porta-voz de Temer, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marum, praticamente anunciou a candidatura do ex-ministro durante o evento no Mato Grosso do Sul, no último sábado.

 

— Vamos fazer barba, cabelo e bigode. (Waldemir) Moka senador, André (Puccinelli) governador e, quem sabe, Meirelles, o nosso presidente da República — discursou o ministro.

 

Na segunda-feira à noite, o ex-ministro da Fazenda foi a Belo Horizonte e voltou a colher manifestações favoráveis de emedebistas ao seu nome.

 

— Se você for o candidato do MDB, Minas estará com você — disse Toninho Andrade, vice-governador de Minas Gerais e pré-candidato ao governo nas prévias do MDB.

 

— Meirelles é o nosso candidato. Você ajudou a dar rumo ao país — disse Leonardo Quintão, outro pré-candidato nas prévias do MDB ao governo mineiro.

 

O Globo

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