25 de Abril de 2024 - Ano 10
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Internacional
22/06/2018

Menina hondurenha aos prantos da capa da 'Time' está com a mãe no Texas, diz pai

Foto: John Moore / AFP

Vice-ministro do Exterior de Honduras confirma que criança não foi separada da mãe

A foto de uma garotinha aos prantos diante da mãe sendo revistada por um agente de fronteira dos EUA se tornou um símbolo das famílias que têm sido separadas pelo governo de Donald Trump como parte da política de tolerância zero na divisa com o México.

 

A imagem até ilustrou a capa da revista "Time". No entanto, o pai da menina confirmou ao jornal "The Washington Post" que a criança e a mãe não foram separadas.

 

Inicialmente, pouco se sabia sobre mãe e filha ou o que aconteceu com ela. Especulou-se que elas poderiam ser sido separadas, como muitas das mais de 2.300 crianças que estão desacompanhadas desde 5 de maio.

 

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Em Honduras, Denis Javier Varela Hernandez reconheceu sua filha na foto e também temia que ela estivesse sozinha, contou ele ao jornal americano. No entanto, ele foi informado esta semana de que as duas estão juntas. A mãe, Sandra Sánchez, de 32 anos, foi detida com sua filha, Yanela, de quase dois anos, em um centro do governo, no Texas, segundo Varela.

 

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— No primeiro minuto, sabia que era minha filha — disse ele sobre a foto que viralizou. — Eu a reconheci imediatamente.

 

No início desta semana, Valera recebeu uma ligação de uma autoridade do Ministério do Exterior de Honduras, para informá-lo que as duas estavam detidas juntas. Ainda que não tenha detalhes sobre as condições do lugar de detençãoi, ou do que pode acontecer com elas, o pai disse que se sentiu aliviado de saber que, ao menos, não estavam separadas.

 

A foto dramática, registrada pelo fotógrafo John Moore, do Getty Images, se disseminou por jornais internacionais e pelas redes sociais, e foi usada até para promover uma campanha de arrecadação de fundos para ajudar as famílias separadas. Na quinta-feira, a revista "Time" divulgou sua capa da edição de 2 de julho, em uma montagem na qual a menina, sem a mãe, aparece em uma ilustração que a põe diante do presidente Trump, olhando de pé para ela.

 

O vice-ministro do Exterior hondurenho, Nelly Jeres, confirmou a declaração de Valera à agência Reuters. Um porta-voz do órgão de Proteção Alfandegária e de Fronteira também confirmou ao jornal "Daily Beast" que elas não foram separadas.

 

A Agência de Imigração e Alfândega (ICE, na sigla em inglês) dos EUA emitiu um comunicado na quinta-feira confirmando que a mãe foi presa pela Patrulha da Fronteira perto de Hidalgo, no Texas, em 12 de junho, quando viajava com um parente. Ela foi transferida à custódia da ICE em 17 de junho e está abrigada no Centro Residencial da Família do Sul do Texas em Dilley, segundo a nota. O órgão indicou que Sandra já havia sido deportada uma vez para Honduras, em julho de 2013.

 

VIAGEM SEM AVISO

 

Mãe e filha saíram de Puerto Cortes, norte de Honduras, em 3 de junho, segundo o pai. Ela disse ao marido que tinha esperança de algum dia ir aos Estados Unidos para ter uma vida melhor para os filhos, longe dos perigos do país de origem. No entanto, ela partiu sem avisá-lo que levaria a filha mais nova com ela. O pai, que tem três filhos com Sandra, disse que ficou muito preocupado pela segurança da menina, que completa dois anos no início de julho.

 

Após a partida, Valera não conseguiu contato com Sandra. Na imprensa, ele viu a foto da filha, de camisa rosa. Ele ficou sabendo da separação das famílias na fronteira americana, antes de Trump reverter a prática na quarta-feira, por meio de uma ordem executiva que pode enfrentar obstáculos para ser implementada. Valera disse que se sentiu sem esperança e muito estressado "imaginando minha filha nessa situação".

 

Moore, o fotógrafo por trás da imagem, disse ao "Washington Post" que se deparou com Sandra e Yanela em McAllen na noite da última terça-feira. As únicas informações que conseguiu então foram de que eram de Honduras e que estavam viajando havia cerca de um mês:

 

— Só consigo pensar nos perigos que ela enfrentou, sozinha com a menina — disse o fotojornalista.

 

Ele registrou a menina chorando enquanto Sandra era revistada por um agente de fronteira. Em seguida, Moore contou que a mulher pegou a criança e entrou no veículo policial, que foi embora. Moore não soube o que aconteceu à família. Por causa da política implementada pelo governo, ele imaginou que ela teria sido afastada da mãe.

 

Uma reportagem da "Time" que recontava a experiência de Moore inicialmente disse que a menina, aos berros, foi levada por agentes de patrulha. No entanto, a revista corrigiu o artigo dizendo que a informação estava incorreta e que elas haviam sido levadas juntas.

 

Valera disse que o caso de sua filha, no entanto, não deve levantar dúvidas sobre "as violações de direitos humanos" na fronteira. Ele disse que se sente "orgulhoso" de a filha "representar o tema da imigração" e ajudar a mudar políticas. Mas pediu para Trump "pôr a mão no coraçao".

 

— É o caso da minha filha, mas não o de 2 mil crianças que foram separadas dos pais.

 

O Globo

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