19 de Abril de 2024 - Ano 10
NOTÍCIAS
19/07/2015

Mestiços e caboclos denunciam discriminação do governo e Sejusc

Foto: Reprodução / Arquivo Nação Mestiça

Comunidade mestiça e cabocla trava luta incansável pelo reconhecimento dos direitos como etnia que é

O povo mestiço e caboclo do Amazonas está denunciando atitude discriminatória do Governo do Amazonas, que por intermédio da Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc) criou há pouco mais de um mês a Gerência de Igualdade Racial para colher e encaminhar demandas, implementar políticas públicas e fazer um diagnóstico do índice de discriminação e preconceito que a população negra sofre no Estado. É exatamente nesse ponto que os brasileiros mestiços e caboclos estão protestando, por intermédio da entidade representativa Nação Mestiça.


A revolta é porque a criação da Gerência de Igualdade Racial não teve a participação da imensa descendência de mestiços e caboclos que habita o Amazonas, em uma tentativa clara para eles de que o Governo do Estado segue a linha do governo federal de tratar a todos como negros, a fim de que implantar uma política racial equivocada. Essa discriminação é bandeira de luta Nação Mestiça, que não aceita que seja imposta uma identidade negra a caboclos e mestiços.


Para a presidente do Nação Mestiça, Helderli Castro, a criação da gerência nos moldes em que foi anunciada pelo Governo do Estado, em junho último, fere a Constituição do Amazonas, que protege a cultura do povo mestiço e caboclo como uma etnia reconhecida. Em evento da Sejusc nesta sexta-feira (17), Helderli questionou a secretária de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania, Graça Prola, sobre a criação da gerência e de estatuto de igualdade racial que não leva em conta a existência de mestiços e caboclos, e nem lhes abre espaço para participação nos debates. “A política de igualdade racial que o governo está implantando exige que mestiços e caboclos identifiquem-se como negros”, disse a presidente.

 

 

 


Segundo Helderli, a secretária Graça Prola não justificou o porquê de entidades de outros grupos étnicos e raciais terem participado dos debates sobre um Estatuto Estadual de Promoção de Igualdade Racial e instalação de um Conselho Estadual de Igualdade Racial e os movimentos mestiço e caboclo não terem sido sequer informados pela Sejusc sobre os debates.


O Nação Mestiça denuncia que a iniciativa da Sejusc faz parte de estratégia do governo de elaboração e implementação de políticas públicas que contemplem tão somente a população negra. “Esse é mais um passo a favor da igualdade racial e contra a discriminação e o preconceito. Com a iniciativa, o Governo do Amazonas apresenta de forma concreta propostas para atender os anseios da negritude do Estado e implementar políticas públicas com o auxílio do Governo Federal, pois teremos estrutura própria para receber recursos públicos”, declarou a secretária Graça Prola na implantação da gerência.


Para o Nação Mestiça, o plano do Amazonas segue a política do governo federal de impor aos pardos a identidade negra e exigir que caboclos identifiquem-se como negros para poder ter acesso a direitos que já lhe são consagrados.


“O governo federal petista possui uma política racista que visa a eliminação étnica do povo mestiço e caboclo e no Estado do Amazonas não é a primeira vez que a Sejusc, que deveria proteger o povo mestiço e caboclo, o discrimina não só em suas políticas públicas como também por meios violentos para excluir a participação de organizações representativas do povo mestiço e caboclo de conferências e outros fóruns de discussão, como nas conferências estaduais de direitos humanos e igualdade racial”, disse a presidente do Nação Mestiça.
 

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