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10/07/2017

Mutação que nos ajudou a sobreviver ao frio pode ter causado a artrite

Foto: Reprodução

Mas os mesmos genes continham um fardo doloroso que aflige milhões de pessoas hoje

Quando os seres humanos começaram sua migração fora da África há cerca de 100 mil anos, levaram consigo as sementes genéticas necessárias para ajudar a sobreviver ao frio amargo da Europa e da Ásia.

 

Mas os mesmos genes continham um fardo doloroso que aflige milhões de pessoas hoje. Segundo um novo estudo, uma variante de genes que ajudou nossos antepassados ​​a sobreviverem a climas extremos também aumenta a probabilidade de desenvolvermos artrite.

 

De acordo com pesquisadores das universidades de Stanford e Harvard, uma variante do gene GDF5 – que está associada ao crescimento ósseo e à formação de articulações – tem dois efeitos sobre aqueles que carregam mutações do gene: reduz o comprimento do osso (e, posteriormente, a altura) e quase pode dobrar a chance de osteoartrite.

 

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“É claro que a maquinaria genética em torno de um gene pode ter um impacto dramático na forma como funciona”, diz um dos pesquisadores, o biólogo evolutivo Terence Capellini.

 

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“A variante que diminui a altura reduz a atividade do GDF5 nas placas de crescimento do osso. Curiosamente, a região que abriga esta variante está intimamente ligada a outras mutações que afetam a atividade de GDF5 nas articulações, aumentando o risco de artrose no joelho e quadril”.


No novo estudo, a equipe identificou uma região de DNA anteriormente desconhecida em torno do gene GDF5. Dentro desta região – chamada GROW1 – os pesquisadores encontraram uma mudança de nucleotídeos que prevalece nos europeus e asiáticos, mas que raramente ocorre em africanos.

 

A ideia diz que esta mudança genética – que é encontrada na metade dos europeus e asiáticos – foi favorecida quando os homens modernos fizeram a caminhada da África entre 50.000 e 100.000 anos atrás. “Por ter sido selecionada positivamente, esta variante genética está presente em bilhões de pessoas“, diz o biólogo do desenvolvimento, David Kingsley, da Universidade de Stanford.

 

Mas como uma variante de genes que reduz o crescimento ósseo que ajudou nossos predecessores a sobreviverem em climas mais frios pode ter causado a artrite? A hipótese é que uma estrutura corporal mais compacta com ossos mais curtos pode ter ajudado a conter o risco de quebrar os ossos e sofrer ferimentos graves.

 

Além de reduzir o risco de membros quebrados, também é possível que o crescimento reduzido facilite a resistência a outros perigos que vêm com clima frio, graças à pele e extremidades menos expostas.

 

“As proporções dos membros em muitos animais endotérmicos seguem um padrão geográfico clássico chamado regra de Allen, em que as espécies em latitudes mais altas e mais frias desenvolvem apêndices distais mais curtos do que as espécies estreitamente relacionadas em latitudes mais baixas e mais quentes“, explicam os autores.

 

“Os apêndices mais curtos conservam o calor do corpo e diminuem o risco de congelamento nas extremidades em ambientes mais frios“.


A migração para fora da África que aconteceu entre 50.000 e 100.000 anos atrás não foi a primeira jornada desse tipo. Em tempos anteriores, neandertais e denisovanos também fizeram a migração e uma análise do DNA desses ancestrais antigos indicou a variante GROW1, sugerindo que os humanos têm repetidamente favorecido a mutação. 

 

Jornal Ciência 

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