29 de Marco de 2024 - Ano 10
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25/01/2017

Não acho que pessoas com discurso do ‘não político’ terão muito sucesso, diz Robert Greene sobre Dória e Trump

Foto: Reprodução / Internet

Greene vê vida política de curta duração para políticos como Doria e Trump

Em sua posse como prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB) citou no início do mês um autor americano cujo livro de estreia, As 48 Leis do Poder (1998), vem sendo comparado a O Príncipe (1532), obra póstuma de Nicolau Maquiavel (1469-1527), clássico da ciência política.
Ao se dirigir a seu padrinho político, o governador Geraldo Alckmin (PSDB), o tucano lembrou uma das "leis" de Robert Greene, mais especificamente a de número 28, que diz: "sejamos ousados, qualquer erro cometido com ousadia é facilmente corrigido com mais ousadia. Todos admiram os corajosos. Ninguém louva os covardes".

 

Em entrevista à BBC Brasil, o escritor de best-sellers sobre estratégia, poder e sedução se disse "lisonjeado" pela citação. Mas lançou um alerta que, ressaltou, vale tanto para Doria como para o novo presidente dos EUA, Donald Trump, com quem vê semelhanças - um "gênio do marketing" que se elegeu com o discurso do outsider, do "não político", do empresário.

 


"Não acho que pessoas assim vão ter muito sucesso porque a política é um ofício, uma profissão e envolve compromisso e anos de aprendizado sobre como construir alianças", afirmou.

 


Greene explicou algumas de suas "leis" mais polêmicas - há instruções como "destrua seus inimigos completamente" - e contou o que recomendaria ao prefeito paulistano caso fosse seu conselheiro: "Diria que em vez de se fantasiar de gari, de pedreiro, que ele entregue mais. Se fantasie menos e entregue mais", disse. "Precisa se comprometer e ser muito prático - e não viciar na atenção que você acaba tendo ao dizer coisas ousadas."

 

Para Robert Greene, “há muitos tipos de ousadia - tem o tipo do Donald Trump, que é toda baseada em testosterona e na ideia de que ele é melhor do que todo o resto; há o tipo que eu estou trabalhando no meu novo livro e que eu chamo de "grandiosidade"; também há aquela ousadia estratégica e controlada que é muito poderosa e alguns dos grandes líderes da nossa história, como Roosevelt, a usaram muito bem.”

 


“Mas há aquele tipo de ousadia que é aquela que não tem controle, que é presunçosa, como o caso do Trump com os seus tuítes, e isso não é muito eficaz. E muitas pessoas como Trump, e talvez João Doria, pensam que vão se dar bem somente porque são ousados, e isso se desfaz muito rapidamente se eles não entregarem o que prometeram. Eles podem se tornar prisioneiros de suas próprias ousadias”, sentenciou.

 


Ao exemplificar sua opinião, Greeene diz: “Por exemplo: você concorre em uma eleição dizendo que vai construir um muro, trazer muito crescimento, terminar acordos comerciais, e se você não consegue entregar isso porque é a natureza da política e do mundo, você cria uma sensação de decepção grande e provoca uma mudança de poder na outra direção. O seja, se o Brasil, foi dos partidos de esquerda para os de direita, voltará para a esquerda em cerca de três anos se as pessoas perceberem que alguém como Doria não consegue entregar tudo o que prometeu’.

 


BBC Brasil
 

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