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23/09/2018

Os tratamentos indicados para as principais dores crônicas que afetam os brasileiros

Foto: Reprodução

Antes de tudo, diz, é preciso encontrar um médico que esteja disposto a ir fundo no diagnóstico e tratamento do problema, e não apenas lucrar em cima dos pacientes ou planos de saúde.

Costas, articulações e cabeça são as principais regiões afetadas por dores crônicas e cada uma delas pede uma abordagem particular, explica Irimar de Paula Passo, ex-presidente e conselheiro da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (SBED).

 

Antes de tudo, diz, é preciso encontrar um médico que esteja disposto a ir fundo no diagnóstico e tratamento do problema, e não apenas lucrar em cima dos pacientes ou planos de saúde.


- Tem cirurgiões e ortopedistas que logo querem meter um parafuso ou uma prótese e ganhar uma nota – critica. - Cirurgias, a não ser em caso de indicações muito específicas, devem ser sempre o último recurso, só depois de esgotadas todas as outras opções clínicas e farmacológicas. Me deixa muito revoltado este tipo de atitude. Para mim, a medicina foi feita para tratar os pacientes, não para ficar rico.


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Para as lombalgias, isto é, as dores na parte inferior das costas e as mais comuns não só nos brasileiros como em boa parte da população do mundo, o tratamento clínico inicial inclui fisioterapia, orientação postural e ergonômica, medicamentos como anti-inflamatórios, anticonvulsivantes, antidepressivos e analgésicos não opioides, além de técnicas alternativas complementares como acupuntura. Nestes casos, diz, os analgésicos opioides mais fortes devem ser reservados apenas para os momentos de crise de dor aguda, e mesmo assim por períodos curtos de tempo.


- É um tratamento de longo prazo que não vai curar, mas vai reeducar o paciente para que ele possa conviver com o problema – diz. - Ele não vai morrer de lombalgia, mas provavelmente terá que carregar este fardo o resto da vida.


Para as dores nas articulações, conta Passo, o raciocínio é similar. Assim como fugir de profissionais de intenções duvidosas, a preferência deve ser, a princípio, pela abordagem clínica, novamente com a fisioterapia tendo um papel importante, bem como analgésicos não opioides de início. Neste caso, porém, já estão disponíveis no Brasil adesivos que liberam lentamente pequenas doses do opioide buprenorfina. De baixo risco de provocar dependência ou depressão respiratória, ele propicia um alívio contínuo da dor, destaca o especialista.


- Mas ele é muito novo no mercado e muito caro, então muita gente não tem conhecimento ou acesso a esta opção – ressalta.


Já as dores de cabeça, ou cefaleias, são “um campo à parte”, salienta Passo. Nestes casos, os opioides não são nunca indicados, inclusive por terem as dores de cabeça como um dos principais efeitos colaterais. Assim, para começar, por terem muitas etiologias, ou seja, causas diferentes, é preciso buscar um diagnóstico preciso de sua origem, e só então prescrever o tratamento adequado para ela, afirma.

 

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Para tratar é preciso encontrar um médico que esteja disposto a ir fundo no

diagnóstico e tratamento do problema (Foto: Reprodução)


Segundo Passo, se for uma enxaqueca, já existem remédios novos específicos para o problema. Mas são medicamentos ainda muito caros, com tratamentos que chegam a custar R$ 3 mil ao mês, restando então à maioria dos pacientes recorrer a analgésicos mais “comuns”. Já outras cefaleias estão relacionadas a dores musculares, como no pescoço, ou problemas otorrinolaringológicos ou oftalmológicos, o que novamente destaca a necessidade de um diagnóstico correto.


- É importante uma avaliação precisa para descobrir a causa da dor e atacar esta causa – defende. - Muitas dessas causas têm tratamento, mas acontece da pessoa ir ao médico e ele, por desconhecimento ou preguiça, receitar um tratamento clássico para enxaqueca. Aí uma cefaleia que podia ser curada ou controlada vira crônica. Por isso é sempre bom procurar um especialista em dores de cabeça, que chamamos pelo belo nome de cefaliatra.

 

O Globo

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