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16/03/2018

Para matar o sono, entidade pede que aulas comecem mais tarde

Foto: Shutterstock

Documento ressalta que falta de repouso prejudica aprendizagem

A cena é comum em qualquer escola no turno da manhã: na primeira aula, os professores escrevem no quadro e conversam com a classe, mas alguns alunos estão de cabeça baixa e braços cruzados, tirando uma soneca. A medicina, então, decidiu intervir no problema educacional. Hoje, data em que é celebrado o Dia Mundial do Sono, a Associação Brasileira do Sono (ABS) reforçou o pedido para que as instituições de ensino que atendem adolescentes de 13 a 17 anos iniciem suas atividades preferencialmente a partir das 8h30m.

 

Segundo a ABS, a entrada na puberdade está associada a um atraso nos horários de dormir e acordar. A melatonina, conhecida como hormônio do sono, é produzida mais tarde em adolescentes, então a vontade de ir para a cama é constantemente adiada. A luminosidade das telas de smartphones e computadores também inibe a sua produção.

 

 

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— Devido à privação de sono, os alunos não prestam atenção no período inicial das aulas. Somente às 10h começam a despertar e interagir — comenta a presidente da ABS, Andrea Bacelar. — Obviamente outros fatores devem ser considerados, como o uso de aparelhos eletrônicos antes de dormir, a motivação com a escola e a vontade de aprender uma disciplina, mas é fato que os estudantes estão dormindo pouco, e isso afeta o rendimento, o humor e a capacidade para praticar atividades físicas.

 

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QUuestionário nas escolas

 

Andrea está aplicando questionários em 30 instituições de ensino no Rio para constatar o que alunos e professores pensam sobre a grade de horários. O resultado, que será enviado para os ministérios da Saúde e da Educação, pode servir como argumento sobre a necessidade de que as aulas comecem mais tarde. A ABS ressalta que o adiamento do início das aulas já foi testado com sucesso em diversos países europeus e estados americanos.

 

Em um documento dedicado à análise dos horários escolares, a ABS ressalta que a restrição do sono afeta o desempenho acadêmico de duas formas: antes da aprendizagem, por aumentar a sonolência e reduzir a atenção; e após a aprendizagem, já que compromete a consolidação da memória:

 

“A Associação Brasileira de Sono considera ainda que no futuro, diante das mudanças que ocorrerão nos currículos escolares, as escolas caminhem para a adoção de horários flexíveis, que acompanhem a necessária flexibilização dos conteúdos e espaços de aprendizagem”, afirma a entidade.

 

O Colégio Qi implementou neste ano, pela primeira vez, o adiamento do início das aulas para alunos do terceiro ano do ensino médio e do pré-vestibular. Agora, os 370 estudantes entrarão nas salas às 8h, meia hora mais tarde do que em 2017.

 

 

— A receptividade tem sido fantástica — revela o coordenador de vestibular do colégio, Renato Pellizzari. — Alertamos para que os estudantes não se aproveitem dessa mudança no horário para ficar mais tempo no celular e no videogame à noite. Este é o ano letivo em que o aluno mais precisa cuidar do corpo e da mente e, infelizmente, é quando eles menos tomam medidas em prol de sua saúde.

 

Outra recomendação para os alunos que têm facilidade para acordar mais cedo é que aproveitem o início do dia para fazer alguma atividade, como praticar um esporte.

 

— Se a escola for a segunda parte do dia, será melhor ainda. O aluno não terá sono, chegará muito disposto— afirma.

 

O Globo

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