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25/02/2019

Premier de Israel é criticado na sua base por aliança com ultradireita acusada de racismo

Foto: Reuters

Netanyahu busca estratégia contra nova coligação centrista para eleições de abril

O primeiro-ministro de Israel , Benjamin Netanyahu , vem sendo alvo de críticas na sua tradicional base de apoio por ter se aliado a um partido de ultradireita acusado de racismo contra árabes para as eleições de abril próximo.

 

A parceria serve de estratégia ao premier, no meio de um imbróglio judicial por suspeitas de corrupção , para responder a uma nova coligação de partidos centristas que tenta derrotar o seu partido conservador, o Likud , na busca por um quinto mandato.


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Enquanto as pesquisas de opinião apontam a um cenário desafiador para Netanyahu — seu partido permanece forte e ele ainda é o franco favorito, mas vê nos seus rivais uma ameaça —, o premier que governa há quase dez anos engendrou um acordo com os partidos Lar Judeu e Poder Judeu. Os membros deste último se descrevem como sucessores do rabino Meir Kahane, que nasceu nos Estados Unidos e exerceu um mandato no Parlamento de Israel dos anos 1980 antes de o seu partido ser banido do país por ser considerado racista.


Assassinado nos anos 1990 em Nova York por um atirador de nacionalidade americana nascido no Egito, Kahane defendia a "transferência" de palestinos a países árabes vizinhos de Israel e também a proibição dos casamentos entre judeus e árabes israelenses. Agora, seus herdeiros políticos do Poder Judeu vêm suas antes improváveis chances de obter ao menos um assento no Knesset, o Parlamento israelense, se multiplicarem para uma oportunidade concreta de obter até cinco dentre os 120 lugares disponíveis. O mesmo vale para o Lar Judeu.


Chamado de "extremista" e "ultraconservador" por analistas, políticos e veículos de comunicação em Israel, o Poder Judeu foi abertamente criticado por Benny Lau, um influente rabino sionista de Jerusalém, no último sábado. Ele condenou a aliança formada por Netanyahu na semana passada e comparou a plataforma do partido às leis antissemitas do Partido Nazista nos anos 1930. Agora, segundo o jornal Times of Israel, o rabino é processado pelo partido.


Netanyahu, cuja coalizão governista já era a mais direitista da História de Israel, justificou sua aliança afirmando que este é o caminho para aumentar suas chances de permanecer no governo e, assim, formar o bloco que "melhor protegeria a segurança de Israel". Mas o argumento não parece ter convencido nem mesmo o Comitê de Assuntos Públicos Estados Unidos-Israel (Aipac, na sigla em inglês). O maior grupo de lobby pró-Israel nos EUA na última década ofereceu apoio inabalável a Netanyahu.


"A Aipac tem uma política de longa data de não se unir aos membros deste partido racista e repreensível", disse em nota o grupo.


Outro influente grupo judeu dos Estados Unidos, o Comitê Americano Judeu (AJC, na sigla em inglês) também decidiu colocar suas opiniões debaixo dos holofotes. Em nota, o grupo considerou que as visões do Poder Judeu "não refletem os valores centrais da fundação do Estado de Israel" e argumentou que "históricamente, as visões de partidos extremistas, refletindo a extrema esquerda ou a extrema direita, foram firmemente rejeitados pelos grandes partidos".


— Nós normalmente não interferimos em eleições. Entretanto, neste caso, nossa voz precisa ser ouvida — disse Avital Leibovich, diretor do escritório do AJC em Jerusalém.

 

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Um dos líderes do Poder Judeu, Itamar Ben-Gvir, que é colono na Cisjordância ocupada, rebateu as críticas da Aipac à "Army Radio", dizendo que "eles não vivem aqui, não veem os ataques terroristas nem experimentam em primeira mão o sangue que é derramado aqui".


A competitividade para as próximas eleições se acirrou quando, na semana passada, os dois principais candidatos de centro ao cargo de primeiro-ministro de Israel, Benny Gantz e Yair Lapid, uniram forças para tentar derrotar o premier. Eles compartilham de muitas críticas a Netanyahu, incluindo de que o premier havia se corrompido por seu longo mandato e semeado discórdia na população israelense para manter-se no poder.

 

O Globo

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