Lee Jae-yong é suspeito de suborno em um escândalo de corrupção
A procuradoria sul-coreana anunciou nesta segunda-feira que pediu a detenção do herdeiro do gigante da eletrônica Samsung. Vice-presidente da Samsung Eletronics, Lee Jae-Yong, que é também filho do presidente do conglomerado, é investigado no mesmo escândalo político que levou ao afastamento no ano passado da presidente Park Geun-Hye.
Em comunicado, os procuradores indicaram ter solicitado a um tribunal de Seul a detenção do executivo, e um tribunal deverá decidir se emite ou não a ordem de prisão.
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Suspeito de corrupção, Lee Jae-Yong foi interrogado na semana passada durante 22 horas. Se for preso, será o primeiro empresário detido pelo escândalo.
Os investigadores haviam indicado anteriormente que Lee era considerado suspeito na história. O caso cresceu após o indiciamento no ano passado de Choi Soon-Sil, confidente da presidente que teria sido beneficiada com informações sobre o governo.
A chamada "Rasputina sul-coreana" está sendo julgada atualmente por ter utilizado seu relacionamento com Park para embolsar enormes somas de dinheiro de grandes conglomerado sul-coreanos, que pagaram milhões de dólares a fundações privadas criadas por ela. A Samsung, que é o maior grupo industrial do país, já doou 20 bilhões de wons (US$ 17 milhões) às fundações de Choi.
Em dezembro, o Parlamento da Coreia do Sul aprovou o processo de impeachment de Park, suspendendo assim seus poderes. O impeachment foi aprovado por 234 votos a favor e 56 contrários. Logo após a votação, ela pediu desculpa ao país por "negligência" e disse esperar que a confusão em torno da crise política no país seja resolvida, acrescentando que ela se prepararia para uma revisão judicial do processo de afastamento.
A Corte Constitucional passou a partir de então a decidir se confirmaria o impeachment de Park ou se rejeita o pedido do Parlamento, controlado pela oposição. O primeiro-ministro do país, Hwang Kyo-ahn, assumiu o posto de Park interinamente, durante o período de julgamento no tribunal, que poderia levar, no total, até 180 dias. A presidente, de 64 anos, pediu desculpas ao povo em uma reunião com seus ministros e os exortou a trabalhar com o premier para evitar qualquer vácuo nas questões de segurança nacional e da economia.
Para além de provocar instabilidade política dentro do próprio país, o impeachment da presidente da Coreia do Sul deixa apreensiva uma região do planeta obrigada a conviver com a instabilidade e as ameaças da vizinha Coreia do Norte — uma das nações mais fechadas do mundo que busca, a todo custo e apesar da imensa pressão internacional, construir o próprio arsenal nuclear.
Agência O Globo