24 de Abril de 2024 - Ano 10
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Internacional
16/08/2017

Quem são os antifas, grupo que está em pé de guerra com os neonazistas nos EUA

Foto: Getty Images

Membros dos antifas participaram dos protestos em Charlottesville

O atropelamento e morte de uma manifestante e a onda de violência do último fim de semana em Charlottesville, no Estado da Virgínia, foram atribuídos a indivíduos supremacistas brancos e neonazistas que protestavam contra o plano de remoção de uma estátua do polêmico general Robert E. Lee, herói dos confederados na Guerra Civil Americana.


E o presidente Donald Trump foi criticado no sábado por não ter condenado diretamente os grupos supremacistas, dizendo que a violência em Charlottesville havia tido "muitos lados".

 

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Nesta segunda-feira, sob intensa pressão política, Trump fez uma crítica mais direta a esses extremistas brancos, dizendo que o "racismo é maldade".

 

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Ao mesmo tempo, grupos conservadores citam a presença de membros do chamado "antifa" - abreviação de antifascismo - nos confrontos do último fim de semana.

 

E criticam a imprensa por supostamente ser leniente com os militantes antifascistas pelo fato de estes lutarem contra os supremacistas e sua ideologia preconceituosa.


Os antifas declaram oposição a todas as formas de racismo e sexismo, bem como às políticas do governo Trump contra a imigração e a entrada de muçulmanos nos EUA.

 


O grupo tem elos com anarquistas e faz oposição aos supremacistas brancos


Ainda que os antifas sejam classificados por analistas distintos como uma organização de esquerda ou extrema-esquerda, seus integrantes fazem antagonismo à ideologia de extrema-direita, mas não promovem iniciativas que representem a um determinado setor do sistema político.


Diferentemente dos grupos políticos ou partidos tradicionais, os antifas não almeja participar de eleições nem influenciar a aprovação de leis no Congresso.


Com um forte discurso anticapitalista, eles empregam táticas mais similares às de anarquistas do que às da esquerda tradicional.


Nesse sentido, parte dos antifas considera a violência um método válido durante protestos populares, inclusive a destruição de propriedade privada e, em determinados casos, o enfrentamento físico contra seus opositores.


Recentemente, estiveram presentes em manifestações contra o líder de extrema-direita Milo Yiannopoulos, em protestos violentos durante a posse de Trump na Casa Branca e, no último fim de semana, nos incidentes em Charlottesville.


Tão antigos quanto os nazistas


O antifa tem grupos em diferentes países, ainda que, pelo menos aparentemente, os mais ativos estejam nos EUA, no Reino Unido (sob o nome de Anti-Fascist Action) e na Alemanha (Antifaschistische Aktion).


No caso alemão, o movimento foi fundado em 1932 como um grupo de extrema-esquerda de oposição ao nazismo.


No ano seguinte, logo que Adolf Hitler assumiu o controle do Parlamento, o grupo foi desarticulado até o fim da década de 1980, quando se organizou em resposta ao surgimento de grupos neonazistas após a queda do Muro de Berlim.

 


Os antifas entraram no radar de grupos conservadores (Fotos: Getty Images)


A eleição de Donald Trump e a ascensão da chamada "direita alternativa" (alt-right) nos EUA parecem ter dado novo impulso aos antifas, que chegaram a criar laços com alguns grupos anarquistas.


Segundo James Anderson, membro do popular site antifascista It's Going Down, o interesse do público pelo portal tem crescido desde a chegada do magnata republicano à Casa Branca.


O número de visitantes ao site passou de 300 ao dia em 2015 para cerca de 15 mil atualmente, diz ele. E, após o ocorrido em Charlottesville, a conta de Twitter do grupo ganhou 2 mil novos seguidores.


"Estamos vivendo um gigantesco ponto de inflexão", afirma Anderson. "Trata-se do poder popular. Este é um movimento aberto que busca integrar uma ampla variedade de gente."


Críticas


Mas se cresceu o interesse pelo movimento, aumentaram também as críticas.


O antifa se converteu em alvo de ataques de grupos conservadores e da extrema-direita. O comentarista da Fox News Erick Erickson, por exemplo, escreveu em seu blog que "os antifas e os supremacistas brancos são duas caras da mesma moeda".


E há poucos dias cerca de 100 mil pessoas assinaram um abaixo-assinado pedindo que Trump classifique os antifas como uma "organização terrorista".


Até o momento não se sabe ao certo quantas pessoas são membros ativos do movimento, já que a maioria se comunica entre si via redes sociais, de forma espontânea.


É provável que, depois do ocorrido em Charlottesville, os antifas continuem sob o radar da imprensa, dos analistas e dos serviços de segurança ao redor do mundo.

 

BBC Brasil

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