20 de Abril de 2024 - Ano 10
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24/02/2019

Reforma da Previdência: mudanças vão atingir mais de 100 milhões de brasileiros

Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo

Proposta entregue ao Congresso altera condições de aposentadoria para toda a população

Do trabalhador da cidade ao do campo, do servidor público ao empregado na iniciativa privada, a reforma da Previdência proposta pelo governo Bolsonaro vai atingir mais de cem milhões de brasileiros que trabalham e os que ainda vão entrar no mercado.

 

Se o projeto for aprovado pelo Congresso, as regras para se aposentar serão mais duras para todos. Porém, quem ganha mais vai contribuir mais. A idade mínima promete corrigir a desigualdade do atual sistema, em que os mais ricos se aposentam mais cedo.


As medidas cobram um preço de cada um em nome do interesse de todos. O déficit da Previdência consome cerca de 60% das despesas do governo, cujo rombo fiscal projetado para este ano é de R$ 139 bilhões. Sem mudar isso, os economistas dizem ser impossível garantir o pagamento das aposentadorias e abrir espaço para mais investimentos públicos em serviços essenciais, como saúde e educação.


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O agricultor Lucindo passará a contribuir para a Previdência, mas a servidora Luciana descontará mais do seu salário. A professora Natália terá de ficar mais tempo na sala de aula, e o estudante Matheus já sabe que vai iniciar sua vida profissional com a perspectiva de parar só aos 65 anos — isso se, até lá, a idade mínima não mudar com o ajuste automático, seguindo a expectativa de vida do brasileiro.


Falta trabalho


A reforma chama a atenção até mesmo de quem tem uma prioridade maior: arrumar um emprego.


Desempregada há dois anos, Leilane Azevedo, de 21, vive na Zona Norte do Rio com uma irmã e dois filhos. Ela vê como positiva a proposta de redução da contribuição previdenciária de 8% para 7,5% para quem ganha salário mínimo, mas pondera: isso só faria alguma diferença para ela se tivesse um emprego para ganhar ao menos o piso nacional de R$ 998, como quando trabalhou numa padaria. Hoje, só conta com a pensão de R$ 300 do ex-marido e R$ 229 do Bolsa Família.

 

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Nas contas do governo, porém, a aprovação da reforma deve impulsionar a economia e criar 8 milhões de vagas até 2023. Leilane espera reconquistar em breve o direito de contribuir para ter uma aposentadoria no futuro:


— Essa redução na contribuição para quem ganha menos vai servir para pagar outra conta. Mas eu teria de ter uma carteira assinada para sentir essa diferença. Hoje, como posso contribuir, por fora, como autônoma? Não sobra.

 

O Globo

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